quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Aprenda com o chef - HARMONIZANDO PIZZA COM ABACAXI

Para esta harmonização, com pizza de abacaxi em calda, um verdadeiro abacaxi para o sommelier, veja qual foi minha saída assistindo ao programa no link.

Aprenda com o chef programa 51 - Série Villa Rios - YouTube:

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Aprenda com o chef - HARMONIZANDO A PEIXADA DO SR. ELIAS

Mais uma peixada, um prato muito apreciado pelos cearenses e por todos os visitantes que vem conhecer Fortaleza, na harmonização, um Chardonnay do Vale dos Vinhedos, futuro D.O.

Aprenda com o chef programa 50 - Série Villa Rios - YouTube:

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Aprenda com o chef - HARMONIZANDO MINIPIZZA TREMITI

No programa gravado na PIZZARIA VILLA RIOS, vamos harmonizar entrada de minipizza, as Tremiti. Por ser servidas como entradas, minha escolha costuma ser o espumante, saiba qual assistindo ao programa na integra pelo link.

Aprenda com o chef programa 49 - Série Villa Rios - YouTube:

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

DICAS DE FIM DE ANO: ESPUMANTE MARIA VALDUGA

Espumante Maria Valduga
Nas melhores delicatesse, aprox. R$190,00.



Considerado a jóia do espumante brasileiro, envelhece durante 48 meses nas caves da Casa Valduga em Bento Gonçalves, antes de sair ao mercado. O preço e' um pouco elevado, mas a qualidade deste espumante surpreende e contribui para enaltecer toda a produção nacional.
A própria garrafa chama a atenção pela exclusividade da apresentação, preto e dourado, com uma pedra de zircônio para abrilhantar o logo do produtor, alem de tudo é um presente bonito.
Detalhes que impressionam, a grande cremosidade e a qualidade do perlage, fino e interminável; a ser degustado as cegas com Champagne nao decepciona, pelo contrario.

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO RISOTTO COM FUNGHI E FILE BOVINO

Para acompanhar a contento o Risotto com Funghi e File, nada melhor que um vinho da terra onde nasceu o risotto, uma Barbera de Luigi Coppo, grande vinho.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DICAS DE FIM DE ANO: CHAMPAGNE BOLLINGER

Champagne Bollinger Brut 
(Importadora Mistral, Delitalia R$456,00)

Champagne muito especial, encorpado, a Maison Bollinger produz seus espumantes a partir do famoso Cru Ay, um dos mais respeitado da região.
Parte do vinho base é fermentado em barrica, o que confere a este Champagne complexos aromas de frutas secas, notas tostadas e amanteigadas alem da brioche típica do Champenoise.
Na boca apresenta corpo e persistência que fazem desta vinho companhia ideal para entradas sofisticadas e complexas, como caviar e foie gras. E' um Champagne caro, nao e' muito conhecido em Fortaleza mas se trata de um vinho de qualidade muito elevada, para entendedores e apreciadores de Champagne, fãs da viuva, por favor, se abstenham.

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO CARPACCIO DE BACALHAU COM TAPENADE DE AZEITONA PRETA

Para acompanhar esse prato frio, popular do Norte da Espanha, vamos para um vinho de Portugal, da região de Lisboa, produzido a parir da uva Alvarinho.

Aprenda com o chef programa 41 - Série Agustín Herrero - YouTube:

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domingo, 18 de dezembro de 2011

DICAS DE FIM DE ANO: CHAMPAGNE BRUT PREMIER ROEDERER

Champagne Brut Premier Louis Roederer
(importadora Franco Suissa e Licinio Dias, Delitalia R$275,00).

Se trata da caçula da Maison Louis Roederer, produtor da famosa Cuvée Cristal, mais leve que a Bollinger, e' um Champagne cuja aura de glamour e sofisticação e' reconhecida no mundo inteiro.
O Champagne não pode ser resumido apenas com as características organolepticas, mesmo quando de grande qualidade, vamos deixar em segundo plano o aspecto técnico, vamos entrar um pouco mais no mundo de glamour e badalação dessa bebida única, sinônimo de status, de celebração e de exclusividade; para aqueles que priorizam esse aspecto, que desejam oferecer algo especial e que chame a atenção dos convidados, sem gastar autenticas fortunas, o nome e' Louis Roederer.

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO TORTILLA ESPANHOLA

Para acompanhar com um dos pratos mais populares da Espanha, a Tortilla, desta vez fomos nos socorrer no Rio Grande do Sul, um branco da Vinicola Salton, o Salton Volpi Gewurztraminer, uma combinação interessante.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

DICAS DE FIM DE ANO: ESPUMANTE ARTE BRUT CASA VALDUGA

Espumante Arte Brut Casa Valduga, excelente relação custo - beneficio, um Champenoise de 12 meses de envelhecimento, abaixo de R$30,00, e' um achado nesse nosso mercado louco e caríssimo.
Agradável de beber, refrescante, apresenta boa qualidade do perlage, possui um bouquet onde se destacam as notas frutadas e florais; a complexidade aportada pela segunda fermentação em garrafa nao deixa este espumante pesado nem seco demais, mantendo o frescor e a refrescancia das notas varietais, as quais se somam os toques de pão tostado e leve brioche, típicas do método Champenoise; sua qualidade se situa infinitamente acima dos concorrentes de preço parecido.
Ideal para festas, comemorações e eventos.

Aprenda com o chef - HARMONIZANDO MAIGRET DE PATO AO VINHO

Para acompanhar um corte nobre como o Maigret de pato, escolhi um vinho também nobre, um Saint Joseph, Syrah em pureza do norte da Cotes du Rhone, do produtor Delas, uma maravilha.

Aprenda com o chef programa 40 - Série Carlos Alberto Forte e Daniel Colares - YouTube:

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

DICAS DE FIM DE ANO: KRITER ROSÉ

Kriter Rose' espumante francês, método Charmat (Importadora Decanter, distribuído em Fortaleza por l'Auberge du Vin).
Interessante espumante rose' leve, fácil de tomar, tem boa qualidade, apresenta aromas de frutas e florais, agradável e de excelente refrescancia.
Tem uma relação custo-beneficio interessante, abri recentemente uma garrafa desse vinho para harmonizar uma entrada no Restaurante Cantinho do Faustino, no programa de Tv "Aprenda com o Chef" do Fernando Barroso e achei muito interessante, uma boa pedida, versátil, para variar.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DICAS DE FIM DE ANO: ESPUMANTE CASA VALDUGA 130 BRUT

Espumante Casa Valduga 130 Brut, método Champenoise, 36 meses de envelhecimento, nas melhores delicatesse de Fortaleza.
Grande protagonista da enologia brasileira e' objeto de controvérsia quando se trata de escolher o melhor espumante produzido no Brasil.
Este excelente vinho e' produzido pelo Metodo Classico, a partir de um blend tradicional de Chardonnay e Pinot Noir, onde parte do vinho base passa por um afinamento em barricas; o 130 Brut da Casa Valduga vive em eterna disputa com o Cave Geisse pelo prestigioso título.
A revista Playboy o escolheu como o melhor do Brasil, já na Prazeres da Mesa ficou empatado em primeiro lugar junto com o proprio Cave Geisse.
Um tira - teima interessante, nada melhor que ser resolvido por cada um de acordo com sua preferencia, se possível em boa companhia.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO CAMARÃO GRATINADO AO VERMUTE

Para harmonizar esse prato rico e saboroso, preparado com os ingredientes típicos do Ceará, um belo exemplar de Chardonnay barricato, da Nova Zelandia, o Vicar's Choice.

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sábado, 10 de dezembro de 2011

DICAS DE FIM DE ANO: ESPUMANTE CAVE GEISSE

Espumante Cave Geisse Brut, método Champenoise.

Espumante de excelente qualidade, produzido na Serra Gaúcha, em TODAS as degustações as cegas em que este espumante e' apresentado, sempre consegue destaque pela sua qualidade, ao ponto de ser escolhido pela Master of Wine Jancis Robinson para ser apresentado em degustação numa feira em Tóquio, mês passado.
Não se trata de um espumante leve, pelo contrario é complexo e intrigante, uma excelente opção para os apreciadores mais acostumados as borbulhas do Champenoise, excelente vinho.

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO LAGOSTA NA MAIONESE

Para acompanhar uma bela Lagosta na maionese, entrada fria, nada melhor que um Prosecco italiano do produtor Bottega.

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Aprenda com o chef - HARMONIZANDO TILÁPIA NO LIMÃO DO CHEF JOCELIO DO MEDIT

Quando os alunos, nas cozinhas mundo afora, descobrem a paixão pelo que fazem, não existem mais limites e quase sempre superam os mestres, afirmo e sustento porque já vi isso acontecer, muitas vezes.

Aprenda com o chef programa 34 - Série Restaurante Medit - YouTube:

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Aprenda com o chef programa 33 - HARMONIZANDO CAMARÃO COM ABOBRINHA DO MEDIT

Fantástica receita, fácil e farta opção para um almoço dominical em família, capaz de transformar-se em uma entrada nobre quando apresentada em grande estilo.

Aprenda com o chef programa 33 - Série Restaurante Medit - YouTube:

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Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO O PICADINHO DO CHEF FAUSTINO

Nesse episodio o Chef Faustino prepara um picadinho simples e saboroso. Quem disse que Chef só faz pratos elaborados e complicados?

renda com o Chef programa 32 - Série Faustino - YouTube:

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Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO ARROZ MARIA IZABEL DO CHEF FAUSTINO

Nesse episodio de Aprenda com o Chef, o Renomado Faustino, detentor da Estrela da Quatro Rodas há anos, mostra como se prepara um arroz Maria Isabel, prato típico da culinária do interior do Nordeste.

Aprenda com o Chef programa 31 Serie Faustino - YouTube:

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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO MASSA AO MOLHO DE CARNE COM QUIABO

Neste ultimo episodio da série "La Bella Itália", para harmonizar a massa com molho de carne e quiabo, fui buscar inspiração nas terras dos leões, das giraffas e das zebras, vejam como o Pinotage pode harmonizar com o prato apresentado pelo Chef Agostino Veneziano.

Programa "Aprenda com o Chef", TV O POVO - Fortaleza, Canal 23 da NET, de 3ª a 6ª as 20h20 , reprisa Domingo às 13h00

Aprenda com o Chef programa 27 - YouTube:

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO LULA COM BERINJELA E...VINHO TINTO

Nesse programa o desafio é casar a Lula, delicada mas não tanto, preparada com a berinjela, amargor em potencial, com um vinho...tinto, o Chile me socorreu, veja como.

Programa "Aprenda com o Chef", TV O POVO - Fortaleza, Canal 23 da NET, de 3ª a 6ª as 20h20 , reprisa Domingo às 13h00

Aprenda com o Chef programa 28 - YouTube:

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Aprenda com o Chef HARMONIZANDO LASANHA CLASSICA

Assista a Harmonização de uma lasanha clássica, com um vinho clássico, Montepulciano d'Abruzzo DOC. O caráter gastronômico desse vinho, aliado a sua simplicidade, fazem dele um coadjuvante excelente para uma lasanha clássica italiana.

Programa "Aprenda com o Chef", TV O POVO - Fortaleza, Canal 23 da NET, de 3ª a 6ª as 20h20 , reprisa Domingo às 13h00

Aprenda com o Chef programa 26 - YouTube:

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domingo, 13 de novembro de 2011

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO SPAGHETTI AL POMODORO

Assista a Harmonização de um prato tradicional, porém muito bem feito, da cozinha italiana, com um vinho brasileiro, um Merlor Rosé da Casa Valduga.

Programa "Aprenda com o Chef", TV O POVO - Fortaleza, Canal 23 da NET, de 3ª a 6ª as 20h20 , reprisa Domingo às 13h00

Canal de tvopovo - YouTube:

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BORBULHAS BRASILEIRAS, UMA REALIDADE DE ORIGEM ITALIANA

Mirante sobre o Rio - Nova Padua

Se existe um produto originário da uva que o Brasil aprendeu a fazer com maestria, é o espumante, nas colinas do Sul se produzem indistintamente o jovem e cativante Charmat, o complexo e elegante Champenoise ou o suave e refrescante Moscatel, parecido com o famosos Asti Spumante.
Precisa dizer que os espumantes brasileiros, em mais de uma oportunidade, souberam ganhar a atenção da critica internacional, ao ponto de conseguir que um representante da produção borbulhante nacional, fosse escolhido para ser degustado ao vivo, durante a WINE FUTURE de HONG KONG, por JANCIS ROBINSON, Master of Wine e critica de renome mundial.
Os principais vinhedos são localizados na Serra Gaucha, a 120 km de distancia de Porto Alegre, essa região recebe, como sua primeira população, no ano de 1875, uma leva de imigrantes italianos, vindo das regiões do Veneto e do Trentino.
Famílias inteiras, como os Salton, Panizzon, Miolo, Valduga, Boscato, Molon, Basso e muitos outros, deixarão seu nome de família escrito na historia do vinho entre essas montanhas.
Estes primeiros colonos fundaram cidades, promoveram a agricultura, o comercio e as primeiras rudimentares atividades industriais, transformando assim aqueles morros selvagens na região que atualmente conta como o melhor índice de Desenvolvimento Humano de todo o Brasil, segundo dados oficiais da ONU.
Localizada por volta do 29º de Latitude Sul, esta região de clima ameno, tem temperaturas que variam de -5ºC no inverno, até os 32ºC nos meses entre Dezembro e Fevereiro.
As altitudes variam desde 600 metros aos 800 metros, com pontas de até 1000 metros, onde o frio noturno se faz intenso, provocando uma amplitude térmica benéfica para a maturação e a concentração dos componentes fenólicos das uvas; vinhedos e bosques formam o panorama dessa região.
O solo é de tipo arenoso e argiloso com característica de certa acidez, com uma drenagem não muito eficiente.
Para piorar a situação as chuvas costumam chegar no fim do verão, justamente quando a videira termina seu ciclo de maturação, pondo em risco a vindima.

Panorama da Serra Gaúcha - Bento Gonçalves

Por estes motivos, não é fácil uma gestão climática dos vinhedos de uvas tintas, que apresentam uma maturação mais lenta e demorada. Nesta região existe uma tendencia natural à produção de uvas ricas de certa acidez, com um não elevado grau de maturação e relativamente baixo teor de açúcar, características proprias das uvas brancas precoces, como Chardonnay, Gewurztraminer e outras variedades aromáticas, notadamente as melhores para produção de vinho base espumante de qualidade.


O RIESLING ITÁLICO.
Uma interessante descoberta no panorama ampelográfico da Serra Gaucha, é sem duvida o varietal RIESLING ITALICO, longínquo parente do mais badalado Riesling Renano, com o qual pouco tem em comum.
Junto com o corte internacional de Chardonnay e Pinot Noir, entra na composição de muitos espumantes brasileiros, influindo diretamente em suas características qualitativas; vejamos por que.
Antes de tudo este varietal, de uva branca, não é plantado em nenhum outro lugar do Continente, alias não encontramos Riesling Itálico em praticamente nenhuma região produtora do Novo Mundo, apenas no Norte da Itália e em alguma sub - região da Alemanha, é possível encontrar Riesling Itálico, porem se trata quase sempre de produções de baixo perfil qualitativo.
Varietal muito resistente, vigoroso e bem adaptado ao clima peculiar da região, o Riesling Itálico brota apenas na segunda quinzena de Setembro, evitando assim as perigosas geadas de fim de inverno; com um ciclo vegetativo relativamente curto, geralmente é colhido até o fim de Janeiro, a tempo de fugir das frequentes, e temidas, chuvas que caem entre Fevereiro e Março, autentico pesadelo dos vitivinicultores gaúchos.

O vinho produzido por esse varietal geralmente apresenta cor amarelo - palha com reflexos esverdeados, nariz não muito intenso, com toques cítricos, maças e flores brancas; na boca se percebe uma agradável acidez, é um vinho de não elevado teor alcoólico, não muito persistente.
O Riesling Itálico, na versão base espumante, cresce em qualidade, pois mantem as características de leveza e finesse ganhando uma boa complexidade aromática, devido a segunda fermentação e ao sucessivo afinamento em garrafa.
Outra peculiaridade do espumante produzido a partir de Riesling Itálico, é que apresenta um aroma primário não muito intenso, sem excessivas notas varietais que para o espumante de qualidade seriam um defeito; de tal forma o espumante pode exaltar os aromas secundários da refermentação, além de não desenvolver aromas desagradáveis com o eventual envelhecimento.
Na Serra Gaucha se utilizam indistintamente, com sucesso, tanto o Método Charmat como o Método Tradicional (ou Champenoise), neste último caso existem vinícolas especializadas que conseguem excelentes resultados com vinhos que permanecem até 4 anos sobre as borras finas, adquirindo cremosidade e elegância que, em degustações às cegas, não temem o Champagne, como em várias ocasiões tive a oportunidade de experimentar.

ESPUMANTE MOSCATEL.
Outro grande espumante produzido nessa região é, sem duvida, o Moscatel, de qualidade internacional, como varias vezes foi destacado pela critica pelo mundo afora.
Deste espumante, produzido a partir do Metodo Asti, cada produtor engarrafa sua versão, obviamente existem importantes diferenças entre uns e outros, depende da matéria prima, a uva, utilizada.
Na Serra Gaucha são permitidos os varietais brancos a seguir:
Moscato Giallo; Moscato Bianco, parente muito próximo ao Moscato que se utiliza na região de Asti, no Piemonte; a Malvasia, sub - variedade Candia, considerada um verdadeiro Moscatel e a Malvasia de Lipari.
A diferença de qualidade, e preço, entre os diferentes vinhos, é determinada pela proporção em que as diferentes uvas citadas acima, entram no blend final; para isso merece especial atenção também o tipo de condução do vinhedo.
Infelizmente no Brasil é amplamente utilizada a "Pergola", ou "Latada", muito produtiva, mas de baixo perfil qualitativo. A condução do vinhedo em "espaldeira" é utilizada apenas por aqueles produtores cujo caminho é pautado pela busca constante da qualidade, na tentativa de adequar seus vinhos aos padrões internacionais; no caso especifico do Espumante Moscatel, certos exemplares da Serra Gaucha já demonstraram que podem enfrentar, de igual para igual, se provados às cegas, os celebres Asti italianos.

OS PRINCIPAIS INTERPRETES DAS BORBULHAS BRASILEIRAS.
Os principais produtores de espumantes do Brasil, são todos de clara origem italiana, vejamos em ordem de quantidade:

SALTON, no ano de 2010 comercializou mais de 4,5 milhões de litros de espumante, entre Charmat, Champenoise (modesta quantidade) e Moscatel.

CHANDON, único não italiano, ocupa o segundo lugar na produção de espumante, nada menos que o braço brasileiro do colosso francês Moet Chandon, comercializa somente espumantes feitos pelo Metodo Charmat e Charmat Longo, quase 1,8 milhões de litros.

COOPERATIVA VINÍCOLA AURORA, com 1,664 milhões de litros, entre Moscatel, Charmat e pouco Champenoise.

MIOLO, fundada por Giuseppe Miolo, italiano de Piombino Dese, perto de Padova, mais de 1 milhão de litros, produz todo tipo de espumante.

COOPERATIVA VINÍCOLA GARIBALDI, com 850 mil litros.

CASA VALDUGA, de emigrantes italianos, vindos de Rovereto, o sexto maior produtor se diferencia por ser a única vinícola especializada exclusivamente no Método Champenoise, do qual consegue até um Prosecco de boa qualidade, como os demais produz também Moscatel.

Fonte: dados da produção UVIBRA, informações ampelograficas EMBRAPA.
Nota: Este artigo foi publicado na edição de Novembro da revista italiana Il Sommelier.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

VINHOS BRASILEIROS À CONQUISTA DO MERCADO CHINES

Vinicolas brasileiras apresentaram vinhos e espumantes para jornalistas, sommeliers e outros representantes do Trade vinicola da China.


A investida dos vinhos brasileiros na China – um dos oito mercados prioritários das empresas integrantes do projeto Wines of Brasil, realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) – começou por Xangai com visitas técnicas e uma rodada de negócios nos dias 31 de outubro e 1º de novembro respectivamente. 

O grupo formado por cinco vinícolas – Aurora, Basso, Lidio Carraro, Miolo e Salton – apresentou os vinhos e espumantes verde-amarelos para cerca de 40 convidados no Four Seasons, um dos locais mais prestigiados da cidade chinesa. A realização do evento contou com o patrocínio e organização do Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio do Consulado do Brasil em Xangai. O embaixador Marcos Caramuru, presente no evento, destacou o frescor e o álcool moderado dos vinhos brasileiros, sobretudo dos frisantes e espumantes.

Entre jornalistas, sommeliers, importadores e donos de bares e restaurantes presentes, destaque para o sommelier brasileiro Fábio Souza, da Adega Rooselvelt, umas das lojas de vinhos mais respeitadas de Xangai. Segundo Bárbara Ruppel, do Wines of Brasil, ele elogiou a qualidade dos rótulos degustados e disse que está aberto a incluir vinhos brasileiros na loja. 

Aaron Meng, sommelier do Mint, um dos melhores restaurantes do Xangai, também enalteceu os vinhos brasileiros apreciados no evento, especialmente os de cortes bordaleses (Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc). Meng também gostou dos preços dos rótulos verde-amarelos. 

A representante do Wines of Brasil disse que o mercado chinês é bem diferente de outros mercados. “Aqui, mais do que qualquer outro país, os chineses pensam em status na hora de comprar um vinho”, salientou. A escolha sempre recai sobre produtos de alto preço, considerados fashion, ou para rótulos muito baratos. O posicionamento do vinho brasileiro na China busca o consumidor mais sofisticado. Bárbara contou que, em Xangai, a cada 175 habitantes, um é milionário. A média de idade dos novos milionários chineses é de apenas 39 anos. “Aqui eles enriquecem muito antes do que em qualquer outro lugar do mundo”, confirma, acrescentando que há uma infinidade de bons bares e restaurantes onde os vinhos brasileiros podem ser comercializados. 

Hong Kong
Desde quarta-feira (3) e até este sábado (5), o Wines of Brasil também está presente na Hong Kong International Wine Fair. Com exceção da Miolo, que já possui importador em Hong Kong, as outras quatro empresas presentes – Aurora, Basso, Lidio Carraro e Salton – buscam representantes e distribuidores para a Ásia. A participação do Wines of Brasil conta com o apoio da Embaixada do Brasil em Hong Kong, do Ministério das Relações Exteriores e da Apex-Brasil.

Saiba mais
No ano passado, o Wines of Brasil percorreu três cidades chinesas – Hong Kong, Beijing e Xangai – ao lado dos calçados brasileiros numa parceria entre a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e o Ibravin. Foram realizados desfiles de modas nas três cidades, com degustações de vinhos, espumantes e o suco de uva 100% integral. 



Fonte Assessoria de Imprensa Ibravin - Orestes de Andrade Jr.

domingo, 6 de novembro de 2011

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO BUCATINI DE CABRITO COM SHIRAZ CHILENO.

Neste episodio o desafio fica por conta de um prato de massa, o Bucatini com cabrito, de sabor marcante, embora o cabrito seja utilizado em forma de molho, portanto não uma peça de carne, mas uma especie de picadinho, com consistência menor, porem de sabor forte.
Para isso sugeri um tinto com estagio em barrica do Chile, o TH Shiraz da Viña Undurraga, a safra é 2007, portanto o impacto da fruta, da madeira e, sobretudo, dos taninos fica menos marcante, pois a evolução em garrafa já se encarregou de amaciar o vinho, adicionando notas terciarias agradáveis para harmonizar com a massa de cabrito.
Assista ao programa "Aprenda com o Chef" de 3ª a 6ª na TV O POVO, canal 23 da Net, e aos Domingos á reprise dos quatro episódios às 13h00 e às 23h00.

http://www.youtube.com/watch?v=j4Yi5hqS4fE

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO PEIXADA NA ÁGUA GRANDE COM ALVARINHO

Neste episodio a harmonização é tipicamente marinha, com uma Peixada na Água Grande, uma posta de Arabaiana, com legumes cozidos.
A Arabaiana é um peixe de carne rosada, muito saboroso, cortado em posta, dessa forma o peixe solta o colágeno contido em sua espinha, acrescentando salinidade, peso e sabor ao prato, a forma de cozimento, na água grande, concentra mais ainda os aromas e sabores; as batatas e a cebola não representam uma complicação aromática, mas acrescentam peso ao prato, por isso precisam ser levadas em conta na harmonização.
Escolhi para isso um Vinho Verde Alvarinho, da safra 2008, mineral, bastante aromático, de acidez média, pois de safra 2008, portanto não muito recente, onde a acidez já fica em segundo plano diante da presença de mineralidade e dos aromas que evoluíram na garrafa.

http://www.youtube.com/watch?v=n15vJNXsbak

Assista ao programa "Aprenda com o Chef" de 3ª a 6ª na TV O POVO, canal 23 da Net, e aos Domingos á reprise dos quatro episódios às 13h00 e ás 23h00.

Aprenda com o Chef - HARMONIZANDO BRUSCHETTA DE CAMARÃO COM PINOT GRIGIO AUSTRALIANO

Neste episodio vamos harmonizar uma entrada de Bruschetta de Camarão com Berinjela, sem tomate, de sabor delicado e alguma salinidade, com toques delicadamente amargos da berinjela, dai buscar uma harmonização com um vinho de características levemente minerais, cuja sapidez possa harmonizar a contento com a salinidade do Camarão, sem reagir negativamente com aquele leve toque amargo eventual da berinjela.
Escolhi para isso um Pinot Grigio da Lindeman's da Austrália.


http://www.youtube.com/watch?v=oD0fF56YLJE


Assista ao programa "Aprenda com o Chef" na TV O POVO, no canal 23 da Net, de 3ª a 6ª às 20h20 e aos Domingos a serie completa às 13h00 e às 23h00

Aprenda com o Chef HARMONIZANDO PATA NEGRA COM JEREZ FINO

Veja essa harmonização no cenário lindo na Praia do Cumbuco, litoral oeste do Ceará a 40 km. de Fortaleza, onde caso uma tapa de fantástico Jamon Ibérico Pata Negra e queijo Manchego, com um Jerez Fino Muy Seco, produzido por La Ina.
Os sabores complexos do Jamon, o toque salgado e marcante do queijo Manchego, harmonizam perfeitamente com os aromas de evolução oxidativa do vinho fortificado, mesmo como entrada, ou aperitivo, como é o caso do programa, fica excelente, uma verdadeira harmonização regional.
Assista ao programa "Aprenda com o Chef", na TV O POVO, de 3ª a 6ª feira às 20h20, reprisado ao Domingo às 13h00 e às 23h00.

Aprenda com o Chef programa 21.f4v - YouTube:

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

DEGUSTAÇÃO DE VINHO VERDE EM FORTALEZA

Segunda Feira, 24 de Outubro foi convidado a participar de uma degustação de vinhos verdes, no Hotel Gran Marquise, provamos vários vinhos interessantes e na oportunidade aprendi que o vinho verde está aumentando muito sua presença no Brasil.
Para os portugueses a região Nordeste, por óbvios motivos climáticos, representa uma franca oportunidade de crescimento, quando se pensa ao frescor e a refrescância tipicas dos vinhos do Minho; ficam alias de parabéns todas as organizações promotoras de ventos de vinho português, pois estiveram ao longo do ano muito presentes na cidade de Fortaleza, promovendo eventos, degustações e concursos, sempre muito bem organizados, com vinhos de excelente nível; um esforço que espero sirva de inspiração para outras entidades do ramo que, até o momento, não apareceram com frequência por essas latitudes.
Vamos aos vinhos degustados, na ordem de serviço:

1. AVELEDA 2009
Produtor: Quinta da Aveleda,
Castas: Alvarinho, Loureiro e Trajadura
Teor Alcoólico: 11,5%
Vinho amarelo esverdeado, apresenta notas cítricas, com algumas notas de frutas secas, já evoluído, na boca boa acidez, mineralidade presente que destaca o caráter gastronômico do vinho, sápido e bem seco.
Em minha avaliação ficou com 85 pontos.

2. QUINTA DE NEIDE 2010
Produtor: Quinta de Neide
Castas: Arinto, Loureiro e Trajadura
Teor Alcoólico: 10,5%
Vinho amarelo muito claro, com visível presença de gás carbônico, comum em muitos vinhos verdes, no nariz aromas leves de frutas a polpa branca, levemente cítrico, intensidade não muito elevada.
Na boca percebe-se as agulhas tipicas do vinho verde, certa suavidade e acidez refrescante.
Classifiquei com 82 pontos.

3. AIR 2010
Produtor: Casa de Mouraz
Castas: Loureiro e Azal,
Teor Alcoólico: 10,5%
Interessante vinho produzido a partir do conceito Biodinâmico, pelo enólogo Antonio Ribeiro, apresenta uma cor amarelo claro, com toques esverdeados, com a consueta presença de gás carbônico. No nariz de media intensidade, aparecem distintas notas florais, típicas da casta Loureiro, com toques citrinos. Na boca começa suave, em seguida aparece uma boa mineralidade, apresenta um bom volume de boca, intenso, gastronômico e de boa persistência.
Por mim levou 84 pontos.

4. PONTE DE LIMA 2010
Produtor: Adega Cooperativa Ponte de Lima
Castas: Loureiro
Teor Alcoólico: 11,5%
A cor desse vinho já não apresenta nenhuma novidade, o mesmo amarelo claro esverdeado, no nariz o aroma não é muito intenso, bastante floral, simples. Melhor na boca, de boa acidez com bom volume e persistência média.
83 pontos.

5. QUINTA DA LIXA 2010
Produtor: Quinta da Lixa
Castas: Loureiro, Trajadura e Alvarinho
Teor Alcoólico: 10,5%
Como todos os demais, amarelo esverdeado com presença de gás carbônico, o aroma muito intenso, interessante de toranja e leve maracujá, bastante amplo, o melhor dos que provamos. Na boca a agulha tipica dos vinhos verdes, acidez refrescante, excelente tipicidade, o alvarinho acrescenta complexidade e um toque mineral que agregam corpo e persistência ao vinho.
Em minha avaliação pontuei com 88 pontos.

6. QG QUINTA DO GOMARIZ 2010
Produtor: Quinta do Gomariz
Castas: Loureiro
Teor Alcoólico: 11,5%
Cor tipica dos verdes, com gás presente, apresenta um aroma de frutas cítricas, toranja e maracujá, na boca boa intensidade, acidez refrescante e toques minerais, persistência longa, um vinho de conjunto bem interessante.
86 pontos.

Após a degustação, na sala ao lado, estavam as mesas dos expositores, onde tive a oportunidade de provar o vinho Verde tinto, um vinho bastante característico que, por um momento, me fez lembrar os vinhos de alguns anos (décadas) atrás, lá no Norte do Piemonte, quando o vinho mais consumido era aquele que as pessoas compravam diretamente do pequeno produtor, amigo ou conhecido da família, comercializado a granel em grandes garrafões (DAMIGIANA) de 54 litros para engarrafar em casa, a medida que era consumido.
O vinho verde tinto é muito típico, rustico, de cor violácea muito intensa, aroma vinoso de frutas e flores, na boca impressiona pela alta acidez, quase adstringente.
É um vinho um pouco difícil de ser compreendido, na presença de comida transforma-se porem em incomparável escudeiro, seja de uma feijoada, ou de umas costelas suínas, sua acidez e sua aptidão gastronômica são simplesmente espetaculares, um vinho simples, mas que precisa ser interpretado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

CURSO EXPERT EM DEGUSTAÇÃO DE VINHOS - FORTALEZA


Nos dias 26 e 27 de Novembro em Fortaleza, teremos um curso de degustação de vinhos, ministrado pelo Roberto Rabachino, sommelier italiano de extenso curriculum no mundo de Baco, além de Professor em Ciências da Alimentação e Analise organoléptica, editor das revistas Il Sommelier e Turismo del Gusto, já sagrou-se duas vezes melhor degustador do mundo pela IWF (International Wine Federation).
A ideia de organizar este evento partiu da iniciativa do Daniel Aquino, empreendedor do ramo educacional, com a colaboração de Renato Brasil, sommelier Fisar, que trabalha no âmbito do Curso de Gastronomia da Universidade Federal do Ceará - UFC.
Trata-se de um curso certificado pela FISAR (Federazione Italiana de Sommelier, Albergatori e Ristoratori), como Expert em Degustação, voltado para todos os apreciadores do vinho que desejem aumentar seus conhecimentos, adquirindo assim uma bagagem mais técnica  necessária para avaliar o vinho de forma padronizada, assim como fazem os críticos e os degustadores no mundo todo.
A duração do curso é de 12 horas/aulas divididas entre Sabado 26 a tarde, a partir das 14h00, até as 21h00, quando os participantes irão jantar, com harmonização didática, no Restaurante L'Ô, o jantar será preparado pelo Chef italiano Franco Gioielli, já parceiro do Rabachino e da Fisar na Escola de Gastronomia da UCS de Flores da Cunha.
No Domingo o programa continua, a partir das 09h00, até as 12h30, quando acontecerá o almoço de encerramento com entrega dos certificados para os participantes.
Trata-se certamente de um curso de excelente nível, regado a bons vinhos, que vai contribuir para formação de uma consciência critica em enófilos e degustadores, tornando-os assim consumidores responsáveis e esclarecidos acerca dos benefícios do consumo moderado do vinho, além de ampliar consideravelmente sua bagagem técnica, para auxilia-los na hora da escolha do rotulo.
Todas as informações inerentes ao curso estarão a disposição através do telefone 85 3208 2222 da MASTER CONCURSOS, ou do e-mail: fortalgourmet@hotmail.com 

SOMMELIER ROBERTO RABACHINO ELEITO PRESIDENTE DA IWTO

A Assembleia Geral da I.W.T.O. - International Wine Tasters Organization , reunida em Nova Iorque no dia 29 de Outubro de 2011, aprovou o orçamento financeiro e renovou os cargos associativos para os próximos 5 anos.






Os 29 representantes das nações aderentes votaram e elegeram os 6 elementos da Direcção:
Roberto Rabachino - Itália (28 votos), Miguel Angel Arguelo - Espanha (12 votos), Gérard De Neval - França (10 votos), Kuni Katsushika - Japão (9 votos), Ricardo Virgues - Venezuela (8 votos), Adam Neill - Austrália (7 votos).
Conforme previsto pelos regulamentos, a Direcção eleita elegeu no seu interior os elementos que ficarão em funções até 29 de Outubro de 2016. Foram eleitos por unanimidade:
Presidente Roberto Rabachino - Itália, Vice Presidente Adam Neill - Austrália, Secretário Geral Kuni Katsushika - Japão, Tesoureiro Gérard De Neval - França, Responsáveis pela formação Miguel Angel Arguelo - Espanha e Ricardo Virgues - Venezuela.
O Presidente, ouvido o parecer da Direcção, nomeou os Conselheiros que farão parte do Conselho de Administração. Foram nomeados e aceitaram o cargo, Antony Steffeson (EUA), Bragana Mitrovic (Rússia), Bojan Kasar (Roménia), Cristiano Pereira (Espanha), Elena Metrakpvic (Polónia) e Myra H. Strober (Alemanha).





"A minha nomeação como Presidente da IWTO enche-me de orgulho - declarou o Presidente eleito. Representar 29 países nos 5 continentes é uma grande responsabilidade, que irei partilhar com todos os membros da Direcção Mundial e do Conselho de Administração. Serei o Presidente de todos e estarei sempre atento às necessidades e solicitações de todos os países associados. Tal como afirmei no discurso de tomada de posse - prosseguiu o Presidente - o meu primeiro compromisso será aumentar o número de nações aderentes, levando a IWTO a todos os países que representam, de pleno direito, a excelência e a cultura do saber enológico. Será, igualmente, um compromisso pessoal relançar o Concurso Mundial para eleger o melhor provador do mundo, concurso que, no passado, me premiou duas vezes. Permitam-me, por fim, agradecer aos colegas a confiança demonstrada e ao Presidente e à Direcção cessantes pelo óptimo trabalho desenvolvido nos últimos 5 anos. Um agradecimento especial aos inúmeros patrocinadores - conclui o Presidente eleito - que, com a sua generosidade, apoiaram ao longo destes anos a I.W.T.O. e contribuíram para o sucesso desta Assembleia Geral de Nova Iorque". 

Roberto Rabachino é professor no Brasil na escola Escola de Gastronomia - Universidade de Caxias do Sul de Flores da Cunha (RS), além de ser o Presidente Internacional da FISAR - Federação Italiana Sommeliers Hoteleiros e Restaurateurs e Presidente dos jornalistas Italianos do Setor Agroalimentar.



Fonte: Assessoria de imprensa IWTO

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A BIODINÂMICA NA AFRICA DO SUL, programa "E por falar em vinhos"

Conheça a vitivinicultura biodinâmica, através da degustação de vinho da Africa do Sul, veja também a produção "democrática" de vinho, onde o consumidor ajuda na elaboração, assista no link. E por falar em vinhos - 02/10/2011 - Vídeos - Canal Rural:

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SISTEMA DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA BRASILEIRO INSPIRA VITIVINICULTORES ARGENTINO


A experiência brasileira como referência

A experiência da vitivinicultura brasileira em relação às Indicações Geográficas (IGs) está servindo como referência para alguns países. Recentemente, profissionais do Instituto Nacional de Vitivinicultura da Argentina (INV) estiveram na Serra Gaúcha, para conhecer regiões detentoras de IGs e o trabalho de pesquisa na área. Em tal sentido, na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, uma das principais instituições de apoio ao setor no processo pela conquista das Indicações, eles participaram de uma intensa agenda de reuniões com os pesquisadores mais diretamente vinculados à temática e ao campo de zoneamento vitivinícola.

Os visitantes, engenheira Silvia Ríos, do Departamento de Estudos Vitícolas do Instituto, e o licenciado em Enologia Néstor Mario Sela, do Departamento de Fiscalização do escritório do INV no departamento de San Rafael, declararam-se "gratamente surpresos" com o que se depararam na Serra Gaúcha. Isso se deu por conta do nível de "desenvolvimento, que não achava que iria encontrar", anotou Silvia, destacando a infraestrutura em enoturismo e os bons produtos vinícolas da região.

Silvia e Sela iniciaram seu itinerário visitando os vinhedos da Rede Terroir em Muitos Capões e Vacaria, nos Campos de Cima da Serra. Depois, estiveram em vinícolas e propriedades vitícolas em Flores da Cunha (que, com Nova Pádua, trabalha pela conquista da Indicação 'Altos Montes'), em Garibaldi e nas IGs de Pinto Bandeira e do Vale dos Vinhedos. Eles também reuniram-se com pesquisadores atuantes nas áreas de Indicações Geográficas e zoneamento vitivinícola das universidades de Caxias do Sul (UCS) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas.

Os argentinos tiveram como anfitrião principal, no Brasil, o coordenador do programa de desenvolvimento de Indicações Geográficas para Vinhos e Espumantes da Serra Gaúcha, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Jorge Tonietto. A interação, que culminou com a vinda dos profissionais do INV para a região, foi fortalecida a partir da participação do pesquisador no concurso de vinhos Vinandino 2011, realizado em Mendoza, Argentina, em setembro.

O que é uma 'IG'
Indicação Geográfica é "a identificação de um produto ou serviço como originário de um local, região ou país, quando determinada reputação, característica e/ou qualidade possa(m) ser vinculada(s) essencialmente a esta sua origem particular. Em suma, é uma garantia quanto à origem de um produto e/ou suas qualidades e características regionais".

A Rede Terroir
A Rede Terroir, explica o pesquisador Jorge Tonietto, é uma rede de vinhedos comerciais na região vitivinícola da Serra Gaúcha e Campos de Cima da Serra monitorados pela Embrapa Uva e Vinho. O objeto deste acompanhamento é a avaliação e caracterização da qualidade da uva e do vinho em diferentes condições de clima e solo das áreas produtivas.

Fonte: Jornalista Giovanni Capra - Embrapa Uva e Vinho.
Informações sobre as IG: INPI  http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/indicacao/Folder_contents.

A RODA DOS AROMAS COM MANUAL DE INSTRUÇÕES

Para todos aqueles, inclusive eu até poucos anos atrás, que sempre ficam fascinados quando contemplam a roda dos aromas, mas que acham difícil entender como funciona, vejam no link uma explicação pratica, em português. É fácil de ser assimilada e, o que é melhor, dá para baixar para ler com calma.

Vinhos e Mais Vinhos: Roda de Aromas do Vinho em português e com manual explicativo!:

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sábado, 22 de outubro de 2011

DEGUSTAÇÃO VERTICAL DON MELCHOR EM FORTALEZA

Na terça Feira passada, 18 de Outubro, tive a oportunidade de participar de uma degustação de um vinho ícone da enologia chilena, um vinho que nos faz perceber porque há uns trinta anos atrás enólogos franceses se encantaram com o terroir do Chile e resolveram trabalhar e investir naquele pais.
Estamos falando do Don Melchor, grande vinho da Concha y Toro, produzido em Puente Alto, no Vale do Maipo.


O Don Melchor é produzido a partir de um corte com grande predominância (sempre acima de 90%)  de Cabernet Sauvignon e o restante com Cabernet Franc. As uvas que dão origem ao vinho, apresentam a mesma elevada qualidade de forma espantosamente uniforme, em toda a extensão do vinhedos que, com seu 114 hectares, é muito grande; a enóloga Alejandra Valejo, que conduziu a degustação, atribui esse fato ao solo peculiar, de origem aluvial, com pedras arredondadas pela drenagem da água ao longo dos milênios.

A Enóloga Alejandra Valejo

Por se tratar de uma degustação vertical, provamos duas safras, a de 2006 e a que seria lançada oficialmente no dia seguinte em Fortaleza, a safra 2007. Porem, antes de partir para os tintos, o pessoal da Concha y Toro nos brindou com uma taça de seu excelente Chardonnay Amélia, de Casablanca, um belo exemplar que faz 11 meses de barrica, mas que não passa por fermentação malo-latica, o que deixa esse branco encorpado, porem fresco e vibrante, com uma acidez refrescante, com notas cítricas de frutas tropicais, levemente untuoso e de sabor pleno na boca.



DON MELCHOR 2006
96% Cabernet Sauvignon, com 4% de Cabernet Franc, passou 15 meses em barrica de carvalho frances, apresenta 14,5% de tero alcoólico, de cor intensa, reflexos granada,  muito profundo.
No nariz frutas bem maduras com toques achocolatados e minerais.
Na boca taninos suaves, macios e agradáveis, acidez presente muito bem equilibrada e integrada as demais características do vinho, final longo e persistente, aroma de boca a confirmar os percebidos no nariz, para mim o melhor dos dois, pronto para o consumo, podendo ser guardado de quatro a cinco anos.

Os vinhos da prova

DON MELCHOR 2007
98% Cabernet Sauvignon, com 2% de Cabernet Franc, o tempo de barrica foi o mesmo do Don Melchor 2006,, bem como o teor alcoólico de 14,5%; de cor rubi intenso, profundo, com reflexos purpura de vinho jovem.
No nariz muitas notas frutadas, intensas, frutas vermelhas maduras em primeiro lugar e, em seguida Chocolate, couro e toques mentolados, menos mineral que o 2006.
Na boca os taninos são potentes, vibrantes, alcoolicidade presente porem não agride, possui acidez bastante elevada, típico de um vinho jovem e com elevado potencial de envelhecimento; em nossa opinião, embora no estagio atual seja inferior, o 2007 tem potencial de envelhecimento superior ao 2006; há muita margem de melhoramento. Final longo e persistente, como se convém a um vinho de raça.

Alejandra Valejo e o anfitrião, Paulo Elias, do grupo Parque Recreio

Para terminar a serie de vinhos, fomos brindados com um exemplar excelente da Concha y Toro, o Terrunyo  Single Vineyard, mas esse é assunto por um próximo post.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

JANCIS ROBINSON APRESENTA ESPUMANTE BRASILEIRO EM EVENTO EM HONG KONG

O espumante brasileiro estará em destaque no mais importante evento de vinhos do mundo, o Wine Future 2011, que acontece de 6 a 8 de novembro, em Hong Kong. Pela primeira vez, um rótulo do Brasil será apresentado na degustação conduzida por Jancis Robinson, uma das mais prestigiadas críticas de vinho do planeta. Ela incluiu o Cave Geisse Brut 1998 (em garrafa Magnum, fotos em anexo), elaborado por Mario Geisse em Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha, na degustação “Além de Bordeaux”, quando apresentará a 1.000 ouvintes rótulos de 15 países que merecem mais atenção. “Os vinhos selecionados são de alta qualidade, vindos de alguns tradicionais produtores e também de mercados emergentes como Brasil, Turquia e China”, diz ela.

O projeto Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ainda levará cinco vinícolas brasileiras para o Wine Future. Aurora, Lidio Carraro, Geisse, Miolo e Salton estarão presentes com seus vinhos e espumantes, que poderão ser degustados pelos participantes do Wine Future nos intervalos das conferências.
O Wine Future 2011 reunirá as principais personalidades do mundo do vinho, como Robert Parker, Francis Ford Coppola, Gary Vaynerchuk, Miguel Torres, Michel Rolland, Angelo Gaja, entre outros, para discutir e apontar as tendências mundiais do mercado. A última edição do Wine Future, organizado pela The Wine Academy of Spain, ocorreu em 2009, em La Rioja, na Espanha.

Outros eventos
Antes do Wine Future, de 3 a 5 de novembro, o Wines of Brasil montará um estande coletivo com cinco vinícolas para a Hong Kong International Wine Fair. Com exceção da Miolo, que já possui importador em Hong Kong, as outras quatro empresas presentes – Aurora, Basso, Lidio Carraro e Salton – buscarão representantes e distribuidores para a Ásia. A participação do Wines of Brasil conta com o apoio da Embaixada do Brasil em Hong Kong, do Ministério das Relações Exteriores e da Apex-Brasil.

Nos dias 1º e 2 de novembro, o Wines of Brasil também estará presente no 2º Internacionais Sparkling Wine Symposium, que acontecerá no Denbies Wine Estate em Surrey, nos arredores de Londres. O evento vai reunir enólogos, produtores, comerciantes, compradores e jornalistas de todo o mundo em um fórum internacional de dois dias para compartilhar experiências em produção e promoção de espumantes. O enólogo Mario Geisse, da vinícola Geisse, de Pinto Bandeira (RS), falará sobre os espumantes brasileiros.

Confira os 15 vinhos que serão apresentados por Jancis Robinson no Wine Future Hong Kong 2011:

1. Brazil – Geisse Brut 1998 in magnum
2. Australia – Shaw and Smith – M3 Chardonnay 2010 Adelaide Hills
3. Germany – Dr. Loosen, Erdener Treppchen Riesling Kabinett 2008 Mosel
4. Austria – Jurtschitsch, Schenkenbichl Grüner Veltliner Reserve Erste Lage 2009 Kamptal
5. Turkey – Kavaklidere, Prestige Öküzgözü 2008 Elazig
6. NZ – Felton Road, Cornish Point Vineyard 2010 Central Otago
7. Burgundy – Louis Jadot, Clos St Jacques Premier Cru 1990 Gevrey Chambertin
8. Piemonte – Gaja 2008 Barbaresco
9. Toscana – Antinori, Tignanello 2001 Toscana
10. China – Grace Vineyard, Tasya’s Reserve Cabernet Sauvignon 2008 Shanxi
11. Chile – Almaviva 2005 Puente Alto
12. South Africa – Vergelegen 2000 Stellenbosch
13. Argentina – Catena Zapata Catena Alta Malbec 2000 Mendoza
14. Rhône – Tardieu Laurent, Cuvée Spéciale 2006 Châteauneuf-du-Pape
15. California – Ridge Monte Bello 1995

Nota de degustação de Jancis Robinson sobre o espumante Cave Geisse Brut 1998

Magnum, recentemente chegado do Brasil. Que revelação! De um dourado profundo. Bela evolução olfativa - brioche embebido no café com leite - porém sem exagero. Perlage com borbulhas muito delicadas. Profundo, delicioso paladar com notas bastante evoluídas de vegetação, cobre e de fortunela. Muito persistente. Um dos mais impressionantes espumantes que me chegaram em muito tempo! Nota: 18,5/20 (Jancis Robinson).



Fonte: Assessoria de imprensa Ibravin

DEGUSTAÇÃO TEMÁTICA: A PENÍNSULA IBÉRICA

No próximo dia 25 de Outubro, uma terça feira, o sommelier argentino Carlos Suarez e eu estaremos conduzindo uma degustação de vinhos da Península Ibérica, no espaço "Escola de Vinho" do Empório Delitalia.
Teremos uma parte cultural, com breves noções sobre a trajetória milenar do vinho entre Espanha e Portugal, noções do sistema de denominações e classificações vigentes e finalmente a degustação de 6 vinhos de excelente qualidade de várias regiões, entre rosados, tintos e de sobremesa.
Veja a serie dos vinhos que serão degustados:

MUGA ROSADO - BODEGAS MUGA - REGIÃO RIOJA, um corte clássico da Rioja, 60% Garnacha (Grenache), 30% Viura, e 10% Tempranillo, fermentado em madeira, ao autentico estilo riojano, alias marca registrada dessa tradicional Bodega da Rioja Alta. Esse vinho foi indicado por Robert Parker como escolha pessoal para o verão e recebeu 90 pontos do famoso crítico.

FINCA RESALSO - BODEGAS EMILIO MORO - REGIÃO RIBERA DEL DUERO, vinho jovem, elaborado com a casta Tinto Fino (o nome que a Tempranillo recebe na Ribera del Duero), estagia 4 meses em barricas de carvalho. Recebeu 90 pontos em sua safra 2008 pelo Robert Parker.

RAPARIGA DA QUINTA RESERVA - LUIS DUARTE VINHOS - ALENTEJO, produzido a partir de um corte de variedades autóctone do Alentejo, Aragonês (nome português da Tempranillo), Trincadeira e Alicante Bouchet, esse vinho passa por longo estagio em madeira, representa muito bem os vinhos produzidos no clima quente do Alentejo, recebeu a excelente nota 94 pelo Robert Parker.

MUGA RESERVA TINTO - BODEGAS MUGA - REGIÃO RIOJA, não podia faltar nessa degustação um grande clássico da enologia espanhola, um vinho que representasse a escola tradicional dos grandes tintos de Espanha, com longo estagio em barricas de madeira, minimo de 12 meses, pela classificação "Reserva". Este vinho também recebeu pontuação elevada, 90 pontos de Robert Parker e 90 pontos Wine Spectator.

QUINTA DO VALE DONA MARIA - CRISTIANO VAN ZELLER - DOURO, confesso que esse será provavelmente o ponto alto da noite, esse vinho é um mito de Portugal, da nova leva de excelentes vinhos produzidos na região do Douro por um grupo de dedicados produtores que se auto-denominam "Douro Boys", feito a partir de castas locais, segundo o método tradicional da "pisa a pé" em lagares de cimento. Será uma emocionante experiencia descobrir esse belo exemplar.

Para fechar com chave de ouro, até o presente momento, estamos divididos entre dois belos vinhos portugueses, de um lado temos o mítico Moscatel de Setubal, vinho licoroso, muito perfumado e agradável de se tomar frio, um vinho que possui uma historia importante de apreciadores ilustres, desde os tempo de Napoleão, mesmo em se tratando do pior inimigo do Imperador da França.
Do outro lado, obviamente, só poderiamos cogitar o grande licoroso de Portugal o Vinho do Porto, em sua versão pouco conhecida de Late Bottled Vintage, LBV para os amigos, da marca DOW'S, um espetaculo de vinho; creio que qualquer que seja o vencedor, quem sai ganhando será o participante da degustação.

Preciso lembrar que é necessária a confirmação da reserva antecipada, adquirindo seu ingresso no próprio Emporio Delitalia; no ato da compra do ingresso, que custa R$ 80,00, o participante receberá um cupon de compra no valor de R$ 40,00, para ser gasto na loja.
Ou seja, a pessoa paga R$ 80,00, recebe de volta um vale compra de R$ 40,00 e, por R$ 40,00, passa duas horas degustando vinhos acima de 90 pontos, comodamente sentado em espaço superconfortavel, ouvindo as historinhas do Carlos Suarez e minha, sobre os vinhos da Peninsula Iberica; um excelente programa para uma Terça a noite.
Não deixe de participar, Vai valer a pena.

domingo, 16 de outubro de 2011

HARMONIZANDO UMA PEIXADA NA ÁGUA GRANDE COM LEGUMES

A peixada é um prato tipico do litoral cearense, originalmente é feita com a posta do peixe, leva leite de coco, legumes, tomates e coentro.
Na semana passada tive a oportunidade de participar, como convidado, do programa de televisão do amigo Fernando Barroso "Aprenda com o Chef", na ocasião minha tarefa era de harmonizar alguns pratos preparado pelos Chefes convidados, o que me chamou a atenção foi a Peixada na água grande.
A diferença da receita original, que é bastante pesada, a peixada na água grande, não leva leite de coco, o que facilita a harmonização, em compensação se engana quem pensa que se trata de um prato leve, o peixe, uma Arabaiana (peixe de carne rosada e sabor marcante), foi cortado em posta (não em filés, em postas).
Essa forma de cortar o peixe mantém inalterados a firmeza de sua carne e o sabor salino do colágeno, que fica em suas vértebras cartilaginosas.
O cozimento por fervura concentra o sabor, cebolas, batatas e cenouras acrescentam peso ao prato, apesar de não criar complexidade aromática, o pirão, que na ocasião foi de farinha de milho, em lugar da tradicional de mandioca, dá mais consistência ao conjunto.
Para a harmonização funcionar a contento precisamos considerar alguns aspectos:

a salinidade do peixe,
o peso dos legumes e pirão,
a forma de cozimento que concentra o sabor,
a ausência de gordura.

Para harmonizar procurei um vinho de carácter mineral, o sabor sápido desse tipo de vinho, combina perfeitamente.com a maresia do peixe cortado em posta.
O peso do conjunto e a ausência de gordura, não necessitam de acidez como característica principal, bem como desaconselham vinhos que tenham estagiado em barrica, por não combinar em nada os toques abaunilhados, macios e suaves com a salinidade do prato.
Escolhi um Alvarinho, da sub - região de Monção, da safra 2008, vinho de forte característica mineral, de acidez já não tão acentuada, por ser de safra não muito recente e com um bom corpo, para sustentar o peso dos legumes e pirão.
Obviamente toda escolha de harmonização é altamente subjetiva, porém devo dizer que o pessoal gostou e aprovou.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A DEGUSTAÇÃO E O HABITO DA GRATUIDADE

Fortaleza vive um momento peculiar com relação ao vinho, de um lado existe um aumento considerável do consumo, por parte de todas as classes sociais, como podemos facilmente perceber observando os carrinhos de compra dos consumidores nos supermercados, onde o vinho aparece com certa freqüência mesmo entre aqueles que, ate pouco tempo atrás, preferiam outras bebidas, sensibilizados talvez pelos benefícios que o consumo moderado do vinho traz para saúde.

Entre os consumidores de classe médio alta, onde se situa a maior parte dos apreciadores assíduos, que preferem vinhos finos e tem por habito consumir pelo menos uma vez por semana, cresce o interesse pela cultura do vinho e a curiosidade para ir alem do simples ato de beber,  procura - se agregar apreciação a conhecimento, fenômeno que, digo isso por experiência própria, leva a uma diminuição do consumo geral, a uma mais atenta percepção das sensações ligadas ao vinho, buscando o prazer da degustação, que proporciona descobertas interessantes, acerca da riqueza de aromas e sabores que o vinho possui.

Justamente para agradar e cativar estes consumidores várias degustações acontecem, em lojas especializadas, restaurantes e similares, em sua maioria trata - se de eventos organizados por empresas produtoras ou importadoras, através de seus distribuidores locais.
As características principais destes eventos costumam ser duas, em primeiro lugar como quem organiza e' uma entidade "vendedora" costuma oferecer a custo zero; em segundo lugar, mas em decorrência disso, existe uma tendência obvia de explorar comercialmente a ocasião, as vezes isso muda o foco cultural do evento para o comercial, troca perfeitamente aceita pelos convidados os quais, em definitiva, nada pagaram para poder se opor a eventuais explorações.

E' claro que não estamos nos referindo a eventos organizados por entidades regionais, no esforço de divulgar os vinhos de determinada região ou pais, ate porque este formato de evento costuma reunir vários expositores, muitas vezes concorrentes entre si.
  
A pergunta e', com a freqüência de eventos e degustações gratuitas, quando o consumidor estará disposto a pagar por algo que está acostumado a receber de graça?
Ate' que ponto as degustações oferecidas satisfazem o interesse cultural dos apreciadores de vinho?
Ou o que vale e' apenas beber vinhos (bons?) sem pagar e para as informações e a cultura a internet pode resolver.

Em outras cidades em estagio mais desenvolvido com relação ao vinho já se aceita a idéia de que e' preciso pagar, mesmo que não muito, para participar de eventos que realmente enriqueçam. A formação na área da sommellerie costuma ser cara, o preparo para poder ministrar cursos e palestras leva vários anos de estudo e aprendizagem, como isso pode ser repassado sem uma compensação financeira?
Os vinhos de qualidade são caros e o degustador progride de fato quando compara vários estilos de vinhos, evidenciando as diferenças, orientado por alguém que saiba mais do que ele, não por alguém interessado em fazer o comercial do produtor.

Para citar como exemplo, na semana retrasada uma rede de lojas de Fortaleza organizou uma degustação vertical de Don Melchor, no estilo da degustação relatada na revista Adega de Setembro, com as safras 1991/2005/2006/2007, degustação comandada pela enóloga da Concha y Toro em pessoa; obviamente o evento era a pagamento, sabem qual foi o resultado? O evento foi cancelado por falta de participantes, agora, se em lugar de Don Melchor fosse uma degustação gratuita de Trio ou algo parecido, sou capaz de apostar que dava fila na entrada, com ou sem a enóloga. Triste, não é?

Sempre a este ponto o questionamento e' a quem cabe o primeiro passo para seguir adiante; toca aos consumidores procurarem por algo desvinculado da parte comercial do vinho?
Cabe aos lojistas, restaurantes etc. oferecer algo diferente, a pagamento, porém de cunho cultural?

Alguém precisa se decidir, mesmo sabendo que, das primeiras vezes, devera' lutar contra os hábitos de um publico que está acostumado a receber convites.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

HARMONIZAÇÃO BRASILEIRA CONQUISTA A ALEMANHA

Churrasco e vinho. Esta combinação tipicamente gaúcha e brasileira marcou presença na Feira Internacional de Alimentos da Alemanha (Anuga), a maior e mais importante feira de alimentos do mundo, que se encerra nesta quarta-feira (12), em Colônia, na Alemanha. Sete vinícolas brasileiras – Aurora, Casa Valduga, Cordilheira de Santana, Garibaldi, Miolo, Perini e Piagentini – tiveram, desde sábado (8), seus vinhos tintos servidos no restaurante do projeto Brazilian Beef, mantido pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em parceria com a rede Barbacoa, para divulgar a qualidade da carne brasileira. A iniciativa é uma parceria do projeto Wines of Brasil, realizado pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), com a Abiec.

O sabor de cortes como picanha, contra-filé e filé mignon ganharam um sabor a mais este ano com a harmonização dos vinhos tintos verde-amarelos de diversas variedades de uva, tais como Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat e Marselan. “Nada melhor do que unir churrasco e vinho para uma experiência brasileira completa”, comenta a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

Um cardápio de vinhos em papel reciclável foi criado pelo Wines of Brasil e distribuído aos visitantes do estande construído com material reciclável, demonstrando a preocupação das instituições de promoção da carne e do vinho brasileiro com a sustentabilidade. No dia 10 de outubro, ocorreu uma coletiva de imprensa sobre carne orgânica no estande, reunindo jornalistas internacionais e grandes importadores de alimentos e bebidas. “A Alemanha foi o nosso quarto país comprador de vinhos no ano passado, por isso a nossa presença na Anuga é fundamental para mostrar a consistência e a crescente evolução de qualidade dos vinhos brasileiros”, Andreia.

Pelo menos dez empresas – Miolo, Aurora, Casa Valduga, Garibaldi, Boscato, Salton, Rio Sol, Cordilheira de Santanna, Lovara e Lidio Carraro – já exportam para a Alemanha. Conforme Andreia, de todas as bebidas alcoólicas, o consumo de vinhos foi o único que não caiu nos últimos anos no país tradicionalmente conhecido como o berço da cerveja. “O vinho brasileiro é autêntico, jovem e focado nas pessoas que procuram uma vida mais alegre e são atentas a novas experiências”, observa, ressaltando a combinação entre curiosidade e novidade que os vinhos brasileiros trazem aos novos consumidores da bebida de Baco.

Veja os vinhos servidos:

- Miolo Reserva Merlot
- Casa Valduga Premium Cabernet Franc
- Garibaldi Merlot Raschiati
- Leone Tannat/Merlot
- Aurora Reserva Cabernet Sauvignon
- Cordilheira de Santana Merlot/Tannat
- Casa Perini Marselan



Fonte: Assessoria de imprensa Ibravin

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FRANÇA - ITÁLIA: 49 a 43



Não se trata de um jogo de basquete, apesar do placar parecido, mas da "surra" enológica que os primos franceses aplicaram na Itália alcançando, com esse resultado (em milhões de hectolitros), o primeiro lugar no ranking dos maiores produtores de vinho, lugar que, por um tempo foi ocupado pela Itália.


O que aconteceu foi que o pais Cisalpino (do lado Sul dos Alpes), sofreu as condições climáticas anômalas que se sucederam durante o verão de 2011, com seca e escassez de chuva por toda península, situação que diminuiu drasticamente a produtividade, a pesar de permitir, aqui e ali, matéria prima com elevado teor de açúcar e alta concentração de polifenóis, promessa para vinho de grande estrutura e teor alcoólico médio mais alto; pelo menos esse é sinal confortante de qualidade.


A pergunta é, bastará isso para compensar os italianos da "surra produtiva" que os primos Transalpinos (do lado Norte dos Alpes), aplicaram, sem dó nem piedade? A França de fato não sofreu nenhuma anomalia climática durante o verão de 2011, conseguindo uma colheita com aumento estimado em torno de 8% com relação ao ano passado, chegando assim a excepcionais 49 milhões de hectolitros.

Para se ter uma ideia do tamanho da contração da produção italiana, basta pensar que em termos percentuais os atuais 42,26 milhões de hectolitros de 2011, representam uma queda de mais de 10% quando comparados à 2010, estabelecendo assim um recorde negativo que não era alcançado desde 1954, ultima vez que a produção italiana desceu abaixo de 43 milhões.

Pequena revanche poderá ser conseguida com as exportações, onde a Itália tem condições de conseguir seu recorde absoluto, superando os 4 bilhões de Euro de venda para o exterior, mais da metade do total do mercado.

O VINHO BRASILEIRO E O CAMINHO DA QUALIDADE

Vejam no link o caminho do vinho brasileiro de qualidade, o descobrimento e a exploração de regiões excelentes para vitivinicultura, que estão ajudando as vinícolas a expandir sua produção e aumentar a oferta de rótulos de alta qualidade.
A Serra do Sudeste, em Encruzilhada do Sul (RS), já é uma realidade importante no panorama vitivinícola nacional, empresas de renome tem investido na região e o vinho de qualidade começa a chegar ao mercado para conquistar seu espaço.
Infelizmente existe um paradigma a ser quebrado, criado pelo próprio consumidor brasileiro, que ainda vê com certo preconceito os vinhos nacionais, preconceito que começa inclusive com essa definição "nacionais" isso subentende que se há os "nacionais" há os outros, os "importados" geralmente melhores; acredito que essa forma de tratamento seja um habito que remonta à época da economia fechada, quando até se justificava essa divisão, entre os produtos nacionais, feitos por uma industria sem concorrência estrangeira e com ampla reserva de mercado a disposição e aqueles produzidos em países tecnologicamente desenvolvidos acostumados a lidar com ambientes altamente competitivos e exigentes.
Mas isso foi no passado, hoje o mundo é outro, globalizado, o próprio Brasil já não é mais aquele.
Problemas similares aconteceram com os países da península ibérica, quando, na segunda metade dos anos 70, tanto Espanha como Portugal, passaram pela redemocratização, com a consequente abertura de seus mercados. Naquela época os vinhos desses países eram um tanto quanto rústicos quando comparado aos franceses e italianos, mas houve forte investimento para melhorar a qualidade, houve a tomada de consciência que o vinho poderia se tornar produto de exportação, não apenas voltado para consumo interno de baixo perfil.
Tudo isso porem foi possível a partir da atitude de espanhóis e portugueses que acreditaram em sua própria capacidade, incentivaram os produtores e se orgulharam de seus vinhos; exatamente tudo que o Brasil precisa aprender a fazer.

O VINHO BRASILEIRO VAI MUITO ALÉM DO ESPUMANTE « Além do Vinho:

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VINHOS DO PIEMONTE - LESSONA

LESSONA D.O.C.


É outro tinto do norte do Piemonte, feito a partir da predominante Nebbiolo, com participação maxima de 15% a 20% de Vespolina, uva tinta autóctone da região; seu nome é originário da mesma cidade de Lessona, na província de Biella.
A historia dessa minuscula DOC piemontesa é bastante peculiar, pensem que a inteira produção de Lessona pertence a... uma unica vinícola!
Antes de pensar em algum latifúndio de propriedade de algum aristocrático feudatário, pouco provável nessas latitudes, vamos a examinar algum número referente ao Lessona.

Vinhedos em Lessona - Piemonte
Vinhedo "San Sebastiano allo Zoppo" - Lessona, Piemonte

Superfície de vinhedos inscritos na DOC: 148.824 metros quadrados (ou seja 14,88 hectares)
Produção total declarada de uva: 46,95 toneladas
Produção total efetiva em vinho: 32.859 litros

Pelos dados acima podemos deduzir duas conclusões, a primeira é que se trata de uma DOC realmente minuscula, com menos de 15 hectares, a segunda é que o vinho deve ser de elevada qualidade, pois apresenta um rendimento por hectare especialmente baixo, algo como 3 toneladas por hectare, além de um rendimento uva / vinho na ordem de 70%.

O Lessona é um vinho que precisa ser vinificado e engarrafado dentro da própria região de produção, segundo determina o Disciplinar da DOC, a partir de uvas originarias apenas de vinhedos de encosta; o Lessona DOC deverá passar por um afinamento obrigatório de 12 meses em madeira, seguidos de outros 10 meses em garrafa na cave da vinícola; já o Lessona Riserva DOC precisa afinar ao longo de 46 meses, sendo 30 em madeira.

CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS

O Lessona deve apresentar cor vermelho granada, com tons alaranjados com o envelhecimento.
No nariz aromas de viola, intenso e limpo.
Sabor seco, tânico,  de boa sapidez e longa persistência.
Teor alcoólico minimo permitido de 12%
Acidez total minima 5,0 g/l
Extrato seco minimo 22,0g/l

O único produtor desse vinho é a TENUTE SELLA, de propriedade da homônima família, que conta com antepassados ilustres, incluindo o Primeiro Ministro Quintino Sella, chefe de governo no fim do seculo XIX, na recém unificada Itália.
Existem documentos de 1671 que certificam a aquisição por parte de Comino Sella de vinhedos em Lessona, a titulo de investimento de lucros obtidos com a atividade industrial têxtil da família.


A Tenute Sella produz 3 tipos de Lessona,

Botte escolhida para o vinho "Omaggio a Quintino Sella"

LESSONA OMAGGIO A QUINTINO SELLA, de Nebbiolo 85%, Vespolina 15%, a pertir do vinhedo "RAVA", videiras com idade média de 50 anos, produzido apenas com o vinho das melhores BOTTI de 25 hectolitros, após afinamento de 36 meses; no dia de 22 de Julho foram engarrafadas 3033 garrafas e 150 magnum da safra 2006, que será disponível no mercado apenas no final de 2012.

Barris de carvalho de 25 hl. "Botte"

LESSONA SAN SEBASTIANO ALLO ZOPPO, de Nebbiolo 85%, Vespolina 15%, a partir de videiras com idade media de 75 anos, vinho afinado 24 meses em botti de 25 hectolitros e 12 meses em barricas de carvalho de Allier (França), apresentando neste caso uma concessão ao modernismo, com a utilização também das barricas.

Tinas de fermentação em madeira

LESSONA DOC, de Nebbiolo 80%, Vespolina 20%, a partir de videiras com idade media de 50 anos, afinado 24 meses em botti de 25 hectolitros. 16.000 garrafas produzidas na safra 2007.

Com certeza é mais um Grande do Piemonte, não em tamanho, mas em tradição e qualidade.