domingo, 27 de fevereiro de 2011

Vinho para Todos: Dez perguntas para... Daniel Dalla Valle

Vale a pena conferir a matéria completa no link abaixo, o Daniel é um profissional muito competente e fala sem ufanismo ou patriotismo de butiquim.

Vinho para Todos: Dez perguntas para... Daniel Dalla Valle

Visita a Coop Vinícola Aurora

Na semana passada estava na Serra Gaúcha e não pode deixar de visitar o maior produtor de vinho do Brasil, que é também a maior cooperativa vinícola das Américas, a Cooperativa Vinícola Aurora.
A Aurora fica bem no centro de Bento Gonçalves, ocupa dois quarteirões e, uma vez dentro dela, se tem a impressão que seja muito maior do que aparenta vista do lado de fora.
Estávamos bem no meio da vendima, e os caminhões carregados chegavam sem parar dos vinhedos dos milhares de famílias associadas que entregam todo ano sua produção para Aurora.

Os vinhos tintos são fermentados em grandes tanques de cimento revestidos de epoxi, como os da foto abaixo.


Já os brancos são fermentados num andar mais embaixo, em ambiente com temperatura controlada, em tinas de aço inox (foto abaixo).




A produção da Aurora ainda é, em sua maioria , de vinhos de mesa, o volume de vinhos finos, embora muito grande, representa apenas o 15% de sua produção anual, os tintos são maturados em barricas de carvalho de tipo americano como as da foto abaixo.


A visita prossegue pelos corredores da vinícola que parecem um verdadeiro labirinto subterrâneo, através de tanques de aço inox para armazenamento e estabilização dos vinhos depois da fermentação, como na foto abaixo; esses tanques diferem dos da foto acima pela ausência das cintas de refrigeração, que somente são utilizadas durante a fermentação.





Por outro lado os vinhos de mesa são armazenado em gigantescas pipas de madeira, geralmente araucária, antes do engarrafamento.


Não posso deixar de mencionar, e homenagear, a simpática moça que nos acompanhou em toda visita, trajada no tradicional costume da Serra Gaúcha, muito competente e atenciosa.


A seguir mais fotos da vinícola, a visita termina no salão de degustação, onde nos foram servidos alguns dos vinhos da Aurora, destaque pelo Pequenas Partilhas Carmenere, um bom tinto elaborado em quantidade limitada, o Millesime Cabernet Sauvignon, do qual gostei bastante e o Espumante Rosé Moscatel com Merlot Suave, que achei muito intrigante, o sabor suave levemente ácido da Moscatel ganhou um pouco mais de complexidade e fruta com a adição de Merlot, vale a pena provar.

Preciso porém fazer uma pequena crítica, a degustação nos foi servida em pequenas taças de plástico, acho isso um tremendo gol contra, tenho certeza que a percepção do profissionalismo da Aurora, bem como a idéia de qualidade como um todo, que o visitante teria, seria bem diferente se fossem utilizadas taças de vidro, o mundo do vinho como um todo agradeceria e o conceito da vinícola com certeza seria bem mais elevado.  

Acima o interior de uma pipa, primeira sala de degustação da Aurora, na década de 1960.


Fonte do vinho.

Corredor das bandeiras, onde são representados todos os países onde a Aurora exporta ou já exportou seus vinhos.


A atual área de degustação.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Curso de Sommelier FISAR na Serra Gaúcha

Recomendo esse curso, eu mesmo fiz, achei ótimo e o grande diferencial é que as aulas são acompanhadas de visitas interessante às vinícolas e aos vinhedos, é um curso que permite ao aluno verificar com seus próprios olhos o que aprende na teoria e, além disso, esclarecer suas próprias dúvidas com os protagonistas do vinho, os produtores.
Vale a pena.

apresentacao

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Casa Valduga traz tecnologia de Champagne para seus espumantes.

Em recente viagem ao Vale dos Vinhedos, tive a oportunidade de visitar a área de produção da Casa Valduga e pude perceber o elevado grau de comprometimento com a moderna tecnologia, na busca constante da qualidade para seus vinhos.

Nessa safra foi inaugurada uma máquina recém chegada da região de Champagne, uma prensa pneumática onde a uva entra inteira, sem passar antes pela desengaçadeira, de modo a evitar qualquer risco de amassar involuntariamente os bagos e desencadear uma degradação pela ação do oxigênio, que pode resultar num vinho com desequilibro de acidez e amargor excessivo.


Nessa espécie de balão que aparece na foto acima, é contido azoto, um gás inerte cujo contato com o mosto não provoca aceleração na fermentação, o azoto substitui o oxigenio dentro da prensa durante a movimentação.


A função da prensa (na foto acima) consiste em separar os bagos da uva do talo e prensá-los  em seguida, após a prensagem o mosto fica na prensa, que funciona em rotação mínima, durante toda a noite, em contato com as cascas e na presença do azoto, em lugar do oxigênio que, como disse antes, poderia antecipar o processo de fermentação alterando a pureza do mosto.
Logo na manhã sucessiva o líquido é transferido, sempre na ausência de oxigênio, para os tanques de aço inox (foto abaixo), onde fermentará em baixas temperaturas por algumas semanas.


Toda a produção de espumante da vinícola esse ano vai passar através dessa prensa super-moderna, o objetivo do Daniel Dellavalle, o enólogo responsável, é conseguir produzir no Vale dos Vinhedos espumantes que não corram o risco de fazer feio diante dos Champagnes e dos grandes espumantes do mundo todo, esse é o desafio da Casa Valduga.
Eu fico na torcida que possa dar certo, se depender da garra deles o resultado está garantido.  

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Os críticos, o vinho e nós que bebemos

Gostaria de argumentar acerca do habito, comum entre os brasileiros, de se orientar pelo que a mídia em geral, e os críticos de vinho em particular, afirmam sobre determinados rótulos.


Penso que a crítica seja uma interessante fonte de informação, porém não deveria ser tomada ao pé da letra sobretudo se se trata de escolher um vinho em lugar de outro, ou, coisa bem pior, para justificar um preço às vezes alto demais.
O ideal talvez fosse poder escolher um vinho, da região que mais nos agrada, ou que queremos provar, bebé-lo e formar nossa opinião sobre ele, aí seria interessante ver o que a mídia e os críticos falaram sobre aquele vinho e comparar as nossas avaliações pessoais.
O gosto de cada um é soberano, sobretudo em se tratando de vinho, é muito gratificante descobrirmos essa sensibilidade e registrarmos novas sensações ao degustar rótulos novos e desconhecidos, uma nota de um crítico, as vezes, nos dá uma versão distorcida, alimentando até certos preconceitos em nós; nada de mais triste, pois, sem saber, estamos nos privando do prazer de tomarmos um vinho que, de repente, caíria bem para o nosso gosto.

Façamos então o caminho inverso, primeiro vamos escolher um rótulo de acordo com nosso intuito e vontade, tentando variar, provando vinhos de todas as cores, regiões e produtores, lembrando que a diversidade é que faz a riqueza do vinho.
Depois vamos degustar, formar nossas idéias e opiniões, aí vamos ver o que a crítica falou desse vinho e ver se as opiniões coincidem, se não coincidirem, bem, então fica ótimo do mesmo jeito, é provar para crer.

O vinho contra o câncer

Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o fato do vinho fazer bem a saúde, vale a pena conferir a matéria completa no link abaixo

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O SELO FISCAL NÃO ERA PARA TODOS?

Parece que começou um novo capítulo da novela do selo fiscal dos vinhos, uma liminar está protegendo alguns importadores da aplicação da nova lei de obrigatoriedade do selo fiscal para os vinhos nacionais e importados, no Brasil.

Essa novela ainda vai dar muito o que falar.
Siga a matéria completa no link da VINHOCULTURA.

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CATTACINI "NEGOCIANTS" À BRASILEIRA

É interessante a iniciativa do LUIZ CATTACINI GELLI, que conta essa matéria, não se trata de um novo produtor de vinho, mas do surgimento de uma nova figura no panorama do vinho brasileiro.

Na prática isso acontece há muito tempo na Europa, vale citar um dos mais famosos, o italiano MARC DE GRAZIA, que, se hoje é proprietário de reconhecidas vinícolas (talvez a mais famosa aqui no Brasil seja a argentina ALTO LAS HORMIGAS), é verdade que começou como agenciador de vinhos piemonteses, junto a vários pequenos produtores de alta gama, os quais, por ser pequenos e de limitada produção, não tinham "musculatura comercial" para enfrentar o mercado internacional.
Aí MARC DE GRAZIA assumiu as operações comerciais desses produtores e fez o nome e a fortuna deles (e dele) pelo mundo afora.

Parece que o CATTACINI está querendo ir além e criar uma marca própria que reúna produtos de alta qualidade, no molde dos "negociants" à francesa.

Isso é sem dúvida um sinal de que o vinho brasileiro, em geral, caminha em franca evolução, não somente na qualidade, cada dia mais reconhecida, mas também na linguagem comercial.
Siga no link da VINHOCULTURA a matéria completa.

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Selos de Controle para vinícolas e importadoras

Sei que o assunto do selo fiscal é tema de controvérsias, existem a maioria dos produtores nacionais a favor e uma forte lobby comandada pelos importadores de São Paulo contrária.

Sei que existem argumentos fortes a favor e contra, como, por exemplo, a dificuldade para o pequeno produtor no exterior de selar as garrafas que sairão para o Brasil e o eventual custo adicional, além dos demais impostos; só faltava mais essa.

Por outro lado, e quem mora no Sul sabe disso, é grande o fenômeno do contrabando de vinho entre as fronteiras, os vinhos consumidos no Sul do Brasil que atravessam a fronteira ilegalmente, são vendidos a preço muito abaixo dos nacionais, que ficam fora do mercado.
Esse problema obviamente atinge também os importadores que trabalham pagando seus impostos, mas precisamos considerar que estes últimos tem em São Paulo e região Sudeste seu mercado mais forte, enquanto o problema do contrabando fica mais concentrado na região Sul.

Confiram a matéria na integra, vale a pena.

Selos de Controle para vinícolas e importadoras

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A EXPORTAÇÃO DO VINHO BRASILEIRO EM 2010

Nesta excelente matéria, que mais parece um ensaio de tão séria e documentada, existe uma excelente resposta para TODOS aqueles que cultivam algum preconceito com relação ao vinho brasileiro.
Ao ser perguntada sobre porque algumas vinícolas brasileiras estão preocupadas com a exportação de seus vinhos, uma vez que o nosso mercado interno é de proporções continentais e cobiçado pelos produtores do mundo todo, Andreia Gentilini Milan, gerente comercial da Wines of Brasil, entidade que reúne várias vinícolas entorno do mais sério projeto de promoção do vinho brasileiro no mundo, respondeu assim "O sucesso das exportações de vinho fará o consumidor brasileiro diminuir seu pré-conceito quanto aos nossos produtos, tornará nossos produtores mais competitivos principalmente no mercado domestico e dará ao setor visibilidade, reconhecimento e a capacidade de se anteceder a tendencias mundiais."
Precisa acrescentar mais alguma coisa?
Veja a matéria completa, vale a pena

Vinícolas e Vinhedos: Exportação de vinho brasileiro em 2010

Enoblog » Arquivo » Balanço das importações de vinhos em 2010

Interessante matéria para acompanhar as importações de vinho no Brasil, aumentaram muito no ano passado, provavelmente para compensar a retração do mercado de importados que havia acompanhado a alta do Dólar e do Euro entre o fim de 2008 e o início de 2009.

Enoblog » Arquivo » Balanço das importações de vinhos em 2010

22 rótulos de vinhos Brasileiros incluídos em cartas de churrascarias nos EUA : Vivendo a Vida

A matéria anexa demonstra como graças ao trabalho e ao esforço conjunto não existe paradigma ou preconceito que não possa ser superado.

O Brasil não é um tradicional país produtor de vinho, apesar de ter um histórico de plantio e produção de mais de um século, somente nos últimos dez anos é que a vitivinicultura nacional deu um salto em direção à qualidade.

Existe, mesmo no Brasil, muita desinformação e preconceito quanto à produção nacional de vinho.
No exterior a imagem estereotipada do Brasil com certeza não contempla o vinho, por isso iniciativas como a da matéria, são importantes para divulgar os nossos vinhos que, até determinada faixa de preço, não temem a concorrência dos produzidos em outros países, nem mesmo os mais tradicionais.

Precisamos reconhecer também que, quando se fala de vinho de alta gama o Brasil ainda precisa melhorar e crescer, mas aí está o caminho certo a ser seguido; os resultados apresentados confirmam o sucesso da iniciativa.

22 rótulos de vinhos Brasileiros incluídos em cartas de churrascarias nos EUA : Vivendo a Vida

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

VINHO E TENDÊNCIAS - ARGENTINA


Um exercício interessante, além de degustar o vinho, é aquele de entender o desenvolvimento que os produtores de cada região buscam para seus vinhos; falo de cada região por se tratar de um fenômeno local, não podendo ser generalizado.
Para entender melhor considere que o clima é diferente em cada área geográfica, assim como o solo tem características distintas e as culturas são as mais diversas, razão pela qual as pessoas envolvidas no processo de produção e comercialização são as maiores interessadas em buscar sua própria vocação para tornar seus produtos inconfundíveis.

A Argentina, sobretudo Mendoza, pode ser considerada uma terra privilegiada para a vitivinicultura, um famoso enólogo europeu já disse anos atrás “A Argentina possui terroir superior aos de Chile, Califórnia e Austrália”, de fato é uma terra muito extensa, lembramos que se trata do 5º maior produtor mundial com mais de 12 milhões de hectolitros / ano.

Grande vantagem é o baixo índice pluviométrico que, dependendo da região, pode oscilar de 100 a pouco mais de 300 milímetros / ano; a videira precisa de algo em torno de 500 mm / ano e a diferença deve ser completada com irrigação, isso livra os argentinos do maior problema que os Gaúchos enfrentam, por exemplo, a grande incidência de chuva no fim do Verão, bem na época da colheita, problema que torna os vinhos do Brasil mais ácidos e com maturação mais problemática.
Para se ter uma idéia em Mendoza, por conta do clima seco, o vitivinicultor pode colher a uva quando achar mais oportuno, deixando até a mais completa maturação, conseguindo sem dificuldade fruta concentrada e repleta de açucares e demais nutrientes, certo que não haverá perigo de chuva de última hora para estragar um ano de trabalho.

Mesmo nesse quadro bucólico não é tudo um mar de rosas, em Mendoza também há alguns problemas, quando o vinhedo é mal suportado pela irrigação, nos anos de seca excessiva, pode ser necessário bombear água de poços profundos, com custos adicionais não indiferentes.

Outra questão delicada é representada pelas geadas, fator climático que ocorre periodicamente e que pode trazer sérios danos as videiras, se calcula que, 1/3 de colheita a cada 10 colheitas é perdido por causa das geadas.

O vento Zonda é outra complicação, mas a mais pitoresca é sem dúvida a chuva de granizo, que ocorre de vez em quando, com pedras de até ½ kg (foto abaixo), que matam até as vacas no pasto se atingidas na cabeça (assim contam certas histórias).


Porém, quando o clima coopera em Mendoza, com seus vinhedos de altitude e ampla excursão térmica, a colheita é um acontecimento fenomenal, não é a toa que as principais vinícolas argentinas, hoje, são de propriedade de grupos estrangeiros, investidores que apareceram na década de 90 e compraram muitas bodegas em dificuldade, investiram em modernidade e vinhedos e hoje estão disputando fatias de mercado no mundo todo com grande valentia, alguns exemplos: Chandon (Terrazas), Salentein, Septima, Monte Viejo, Alta Vista, Norton, Graffigna, Etchart, Michel Torino, Tapiz, Trivento, La Celia, O. Fournier e Doña Paula; parece que além do grupo Catena Zapata e Familia Zuccardi, ainda genuinamente argentinos, não sobrou muita coisa.


A grande sacada dos argentinos, hoje,  é a busca pelos vinhedos de altitude, colher uvas acima de 1.000 metros, possivelmente de vinhas velhas, é a tendência atual para a produção de qualidade, vejamos porque.
Em primeiro lugar precisamos ter em mente a geografia de Mendoza, um extenso altiplano, com quase nenhum morro ou elevação, tornando impossível a busca pelo micro clima para personalizar o vinho.
Além disso, acima de 1.000 metros de altitude, existe uma grande excursão térmica entre o dia e a noite, fator que concentra os açucares mais que nas altitudes mais baixas, deixando a fruta muito mais rica e o vinho mais alcoólico e concentrado.
Por último as vinhas velhas, com mais de vinte ou trinta anos, a pesar de serem muito pouco produtivas em quantidade de uva, produzem cachos muito mais repletos de nutrientes e de qualidade extremamente elevada.

Pelos motivos acima hoje podemos afirmar que a tendência para o vinho argentino de qualidade é a busca pela produção nos vinhedos velhos de altitude elevada e, se quisermos procurar um terroir mais badalado no momento, apontaria com certeza o Vale de Uco, onde são produzidos alguns dos melhores vinhos argentinos da atualidade.

escrivinhos.com: Oz Clarke e mais quatro jornalistas críticos de vinhos internacionais estão no Brasil

Importante acontecimento anima a Serra Gaúcha e o mundo vitivinicola brasileiro, o crítico britânico Oz Clarke está no Brasil para conhecer melhor os vinhos daqui.
Em 2010 já tivemos a visita do editor da Wine Enthusiast, é o Brasil vinícola despertando interesse no mundo.

escrivinhos.com: Oz Clarke e mais quatro jornalistas críticos de vinhos internacionais estão no Brasil

O BRUNELLO É O ITALIANO MAIS VENDIDO

Mal acabou o ano de 2010 e já é tempo de verificar estatísticas e desempenho dos vinhos pelo mundo afora, pelo menos é o que andam fazendo na Itália as associações de categoria.
O fato interessante é que o produto agro - alimentar italiano mais vendido no mundo é justamente o vinho, mais que o Parmigiano Reggiano, o Prosciutto di Parma, o azeite de oliva e até mais do que a ícona da Italia no mundo, "gli spaghetti".



Apenas os Estados Unidos são responsáveis pelo 20% das compras, mais do que um parceiro tradicional e antigo como a Alemanha, em franco crescimento os países emergentes, acima de todos a China e a Russia.

No consumo interno as associações das lojas especializadas, as "enotecas" apontam como líder de venda o aristocrático Brunello di Montalcino, contribuiu para isso o crescimento da qualidade dos produtos e, creio eu, também o ajuste de preço para baixo, forçado pela crise mundial.
Não podemos esquecer que, recentemente, a "Wine Spectator", bíblia dos enófilos do mundo todo, elegeu o Brunello di Montalcino como o "melhor vinho do mundo", isso pesa, e muito.

Para comemorar a notícia acima, um tradicional produtor da Toscana, "Marchesi de Frescobaldi" começou o ano oferecendo em ante-prima a degustação de seu "Castelgiocondo Brunello di Montalcino 2006", no aeroporto Leonardo Da Vinci de Roma, após a degustação, 5 garrafas personalizadas com a história da evolução da safra 2006, foram despachadas para os 5 melhores restaurantes de Londres, Nova York, Mosca Shangai, Tokyo e Singapura.




Apenas por nossa curiosidade uma garrafa de Brunello di Montalcino em Nova York é vendida em lojas por aprox. US$ 60,00, ou seja R$ 100,00; aqui no Brasil não sai por menos de R$ 200,00 (com certeza não o do "Marchesi de Frescobaldi").
Convenhamos que está mais dificil.

Tendências na vitivinicultura mundial « Vinho Sem Segredo

Interessante matéria sobre as tendências, está meio defasado, porém a OIV é o que há de mais sério em termo de estatísticas globais, verdadeira referencia para o setor.

Tendências na vitivinicultura mundial « Vinho Sem Segredo

domingo, 13 de fevereiro de 2011

PRIMITIVO DI MANDURIA DOC 2007

O Primitivo di Manduria é um vinho da região da Puglia, que fica no Sul da Italia, exatamente no salto da bota.


É um vinho varietal da uva Primitivo, a mesma que na California é chamada de Zinfandel, o vinho que degustei foi produzido pela Masseria Trajone, uma vinicola que engarrafa várias denominações do Sul da Italia, não se trata de um produtor de renome internacional, mas comercializa vinhos de excelente relação qualidade - preço, com bastante tipicidade e fáceis de ser apreciados.

Considero a Masseria Trajone um excelente produtor de vinhos "didáticos" ou seja, vinhos que refletem fielmente a tipicidade daquela denominação, oferecendo ao enófilo a oportunidade de conhecer determinadas regiões e seus produtos sem ter que gastar fortunas e correr o risco de não apreciar o resultado.

A cor do vinho é um interessante granada com reflexos rubi, a profundidade da tonalidade reflete a passagem em barrique e a relativa juventude do vinho.

No nariz aparecem as notas de frutas bastante maduras, algo de terra molhada que é bastante típico dos vinhos italianos que tiveram passagem em madeira.

Na boca se mostra de corpo médio, boa estrutura, com taninos sedosos, macios, quase suaves; a acidez é baixa, pois a Puglia é uma região extremamente quente, na época de maturação das uvas, no fim do verão, a insolação é de muitas horas / dia, o que torna o vinho mais alcoólico e menos ácido, naturalmente, de berço.

É um vinho que lembra muito os do Novo Mundo, poderia ter um pouco mais de "nerbo", uma veia ácida mais característica, mais "européia" e menos comportada.

Assim como está, tenho certeza, agrada muitos paladares, sem ser excessivamente gastronômico, na verdade a sensação na boca é que se trate de um vinho meio - seco.
Para acompanhar escolhi uma maminha assada que foi algo de muito agradável.

O Primitivo de Manduria da Masseria Trajone safra 2007 é importado pela Vinci (grupo Mistral), e pode ser encontrado em Fortaleza na Opção Distribuidora (3248 3049) por volta de R$ 60,00.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Vinhos e Mais Vinhos: Vídeo: A espetacular Caves São João recebe a visita do Hora de Baco!


Não consegui assistir o vídeo, mas garanto a qualidade dos vinhos da Caves São João, conheço e gosto muito dos da Bairrada, o Frei João e o Quinta do Poço do Lobo, excelente o Dão Porta dos Cavaleiros, são todos vinhos extremamente tradicionais, gastronômicos, de guarda e cheios de personalidade.


Alguns dias atrás em companhia do meu amigo Carlos Suarez, consultor de vinho também, tomei um Bairrada frei João da safra de 2003, uma criança, ainda com anos de evolução pela frente, são vinhos imperdíveis, para quem gosta da escola tradicional do Velho Mundo.
No Brasil quem traz é a Vinci (grupo Mistral) de São Paulo;
em Fortaleza são vendidos na Opção Distribuidora (fone 3248 3049), a parte melhor é o preço, por volta de R$ 50,00; valem cada centavo.
É possível encontrá-los em algum restaurante.

Vinhos e Mais Vinhos: Vídeo: A espetacular Caves São João recebe a visita do Hora de Baco!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ADEGAS CLIMATIZADAS, COMO ESCOLHER?

Deixando claro que a melhor maneira para guardar o vinho em nossa latitude tropical é a adega climatizada, vamos tentar entender qual seria a melhor escolha para cada necessidade.


PARA USO DOMESTICO. Geralmente neste caso são mais indicadas aquelas adegas com capacidade para 24 garrafas, eu, por exemplo, tenho uma dessas e serve perfeitamente, porém se você for daqueles que, quando viaja, não deixa de fora de seu roteiro pelo menos umas região vinícola e, quando está la, não consegue deixar de levar algumas caixas de vinho para casa, bem, neste caso é melhor optar por uma adega de 48 ou até 60 garrafas.

As melhores adegas domésticas são as chamadas termo - elétricas, elas utilizam, para resfriar o próprio interior, uma espécie de chapa fria, isso as torna econômicas com relação ao consumo de energia, além de ter preço mais barato, elas também são absolutamente silenciosas.
Essas adegas alcançam sem problemas a temperatura média de 16ºC, excelente para conservação dos vinhos, os brancos deverão ser resfriados em balde de gelo antes de servir, ou, então, ser postos na geladeira algumas horas antes de abrí-los.



PARA USO PROFISSIONAL. é minha convicção que todo restaurante deveria dispor de uma adega planejada e construída em alvenaria e vidro, ou madeira, enfim de acordo com a decoração da casa; isso para que fique bem visível o cuidado que o estabelecimento tem com o tratamento do vinho, de modo a estimular o consumo nos freqüentadores.

Se, por um motivo ou outro, isso não for possível, bem, então o restaurante deverá optar por uma daquelas adegas grandes, mínimo 90 garrafas, para armazenar os vinhos.

Os brancos também deverão ter seu lugar na adega; na verdade porém minha experiência me ensina que o cliente quando pede um vinho, ou um espumante, geralmente fica naquele estado de "apressadinho", sobretudo em Fortaleza, e não gosta de esperar que o vinho esfrie até a temperatura de serviço, entre 6ºC e 10ºC, então, para não criar problema para o profissional escalado para o serviço, talvez seja melhor acondicionar os vinhos brancos e os epumantes na geladeira, a mesma onde fica a água mineral (não a da cerveja, pelo amor de Deus, nada de vinho "estupidamente gelado"), pelo menos uma garrafa por cada rótulo, a ser reposta de imediato a medida que sai para mesa do cliente.

Para o Restaurante NÃO SE DEVE escolher a adega termo - elétrica, pois ela não tem compressor, portanto demora para entrar na temperatura e quando, na hora do movimento, a adega é freqüentemente aberta e fechada para retirar as garrafas, a temperatura sobe para mais de 22ºC e o vinho vai acabar esquentando.
Para uso profissional deverá ser escolhida uma adega com compressor, mais cara, que consuma um pouco mais, mas que cumpre sua função.



É por isso que aconselho a construção de uma adega planejada, acaba sendo uma solução mais adequada e não necessariamente mais cara, além de melhor do ponto de vista estético.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

TV Adega O TERROIR

Quer saber o que é o terroir? bom veja a matéria, extremamente esclarecedora, recomendo

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Achei muito interessante essa entrevista no Jornal do Comércio de Porto Alegre, do diretor da Salton, existe de fato muito preconceito ainda com relação ao vinho brasileiro, mas as próprias vinícolas, muitas vezes, não tomam atitudes para reverter esse quadro.
Na maioria dos casos utilizam uma comunicação pouco funcional, não tem ações de marketing planejadas, voltadas para o posicionamento de marca e algumas apenas se preocupam em agredir o mercado com preços e promoções.
Outras tantas não fazem o menor esforço para divulgar a própria existência e a de seus produtos, sobretudo as que ficam fora do Vale dos Vinhedos, me refiro especialmente as localizadas na região de Flores da Cunha e Nova Pádua, que tive a oportunidade de conhecer e fiquei muito intrigado com a boa qualidade em geral de seus vinhos, em sua maioria totalmente desconhecidos.
Por isso acho que se é verdade que o vinho brasileiro espera ainda por ser descoberto, está mais do que na hora que quem o produz o divulgue como merece.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A PREPARAÇÃO DA CARTA DE VINHO NO RESTAURANTE

É bastante comum nos restaurantes de Fortaleza, ver as cartas de vinho feitas de maneira, vamos dizer, criativa, o padrão que é seguido na maioria delas é... nenhum.

Às vezes o fornecedor dos vinhos, ou de parte deles, se prontifica a imprimir a carta junto à gráfica, o proprietário do restaurante aceita para poupar uns trocados e então o fornecedor coloca os vinhos dele na frente dos demais enquanto os vinhos do concorrente ficam relegados em segundo plano.

Outras vezes as cartas são feitas em ordem de venda, primeiro os vinhos que vendem mais, quem sabe os importados, por último os brasileiros, que tanto vinho nacional não presta....tenham paciência!




Vale a pena explicar que existem critérios para fazer uma carta de vinho corretamente, são regras que valem em qualquer parte do mundo, portanto em Fortaleza também, os vinhos precisam ser colocados na ordem correta para não gerar confusão na cabeça do consumidor e para que o consultar a carta não seja demorado e chato, vamos ver então qual é esta ordem correta.

Em primeiro lugar colocaremos os Espumantes, pois esse vinho é consenso internacional que seja usado para acompanhar a entrada ou simplesmente para boas vindas, a ordem será por procedência, ou seja, país de origem, primeiro os vinhos do país em que estamos, Brasil portanto; se estamos em uma região produtora primeiro os da região depois os das regiões próximas, até os mais distantes (por exemplo, se o Restaurante fica no Vale dos Vinhedos, os primeiros serão os espumantes do Vale, depois os de Flores da Cunha, depois os da Serra do Sudeste, depois é a vez da Campanha Gaúcha, em seguida Santa Catarina, para terminar o Brasil colocaremos os do Vale de São Francisco, aí é que iremos para Argentina, Uruguai, depois Chile, Califórnia, Europa por proximidade, primeiro Portugal, depois Espanha, França, Itália, Leste Europeu, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul para finalizar).

Após os espumantes os vinhos brancos, sempre por ordem de procedência, o segundo critério a ser observado em se tratando de vários vinhos de um mesmo país é o do afinamento, primeiro os mais leves, depois os que têm passagem em madeira, primeiro os de safra mais jovens depois os mais velhos, e para falar de preço, sempre do mais barato ao mais caro; nada de ordem alfabética, pelo amor de Deus.

Os vinhos rosés seguem os vinhos brancos, valem os mesmos critérios de procedência, afinamento, safra e preço.

Depois é a vez dos tintos, geralmente a parte mais extensa, aí é que precisa prestar atenção à ordem correta, cuidado sobretudo com os vinhos europeus que costumam ser ordenados por região, então os vinhos da mesma região deverão estar agrupados e ordenados de acordo com os critérios descritos acima, por exemplo todos os do Piemonte começando por Dolcetto, Barbera, Nebbiolo e Barolo, em seguida a Toscana, primeiro o Chianti, depois o Chianti Clássico, o Chianti Classico Riserva, o Rosso di Montalcino, o Brunello etc.

Para finalizar nossa carta os vinhos de sobremesa e os vinhos do Porto que costumam fechar a refeição.

Não é assim tão complicado seguir a ordem correta, não importa se a carta conta com quinze, trinta ou duzentos rótulos, o que vale é o padrão, que demonstra o profissionalismo do restaurante e o grau de conhecimento e respeito ao consumidor por parte dos envolvidos no atendimento.

:: VINHOCULTURA.COM ::

Ibravin divulga balanço de 2010

:: VINHOCULTURA.COM ::

MEL PARA CURAR RESSACA?


Um estudo do pesquisador John Emsley, da ROYAL SOCIETY OF CHEMISTRY britânica, divulgou que a frutose contida no mel ajudaria o organismo a metabolizar o álcool, naquelas manhã de ressaca.

O estudo diz que "O motivo pelo qual a gente está tão mal após ter exagerado com a bebida é que o álcool é transformado pelo organismo em Acetaldeido (produto metabólico primário do Etanol), que é, de certo modo, tóxico para o organismo, ao tomarmos mel, a frutose contida nele transforma o Acetaldeido em Ácido Acético que é mais fáciil de ser metabolizado".

Se além do mel, acompanhamos com torradas, acrescentamos sódio e potássio, também úteis.

Para atenuar os efeitos da ressaca, entre outras coisas, o expert sugere de beber leite, pois ajuda a diminuir a velocidade de absorção de álcool, prefira bebidas transparentes, pois as coloridas contém substancias químicas que aumentam os efeitos negativos, para terminar, não esqueça de beber bastante agua que serve para combater a desidratação.


Fonte L'Espresso

Por que os vinhos são tão caros no Brasil - Guia de Consumo - EXAME.com

Aqui vai a matéria completa da Exame, já disse e vou repetir, a tributação do vinho no Brasil é escandalosa e burra, se os impostos incidissem menos haveria um consumo maior de uma bebida que é desde sempre considerada um complemento alimentar, isso em todos os países produtores tradicionais.

Por que os vinhos são tão caros no Brasil - Guia de Consumo - EXAME.com

CARGA TRIBUTÁRIA REPRESENTA MAIS DE 83% DO PREÇO DOS VINHOS.

Recebi esse e-mail e achei interessante divulgar, vejam só o quanto estamos pagando o vinho aqui; além dos importados vale lembrar que a produção de vinho aqui no Brasil recebe uma carga tributária monstruosa e desproporcional quando comparada a de outros países produtores. 

Além disso aqui no Brasil em geral e no Ceará, para ser mais específicos, existem alguns pseudo-políticos, que, para fazer média com uma parcela desavisada da população, se erguem a defensores da elevada carga tributária que castiga o vinho, alegando temer um aumento do consumo e conseqüentes problemas ligados ao alcoolismo, caso a carga baixasse. 

Esquecem de falar, tais senhores, que no Ceará, a cachaça, recebe tratamento fiscal muito mais "camarada" que o vinho, com regalias que o pobre fermentado nem sonha, aí cabe a pergunta, com a cachaça o problema do alcoolismo como fica, senhores?

Ou será que a lobby de certas destilarias aqui no Estado fala mais alto?

Seria oportuno que alguém cobrasse transparência em casos assim e contasse a história até o fim, e não somente a parte que lhes convém.




Nos EUA, o premiado Syrah vale 55 dólares. No Brasil, pode custar cerca de 280 reais.
São Paulo - Quem viaja para o exterior sabe bem que comprar vinho nos Estados Unidos, na Europa ou mesmo em países vizinhos do Brasil pode ser bastante vantajoso. Preços acessíveis e rótulos de qualidade lotam gôndolas, seja em pequenos armazéns ou grandes supermercados. Ao retornar para casa, é sempre a mesma decepção. O mesmo rótulo que no exterior era uma barganha sai no país por uma pequena fortuna.
Há anos, o consumo de vinhos finos está estagnado no Brasil, sem conseguir ultrapassar a insignificante marca de dois litros per capita por ano. De acordo com Júlio Fante, presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), 70% correspondem ao consumo de vinhos populares.
Comparando com países vizinhos, a quantidade consumida em todo o Brasil é pífia. No Paraguai, país sem qualquer tradição no setor vitivinícola e terra do mate, o consumo é de quase 5 litros por ano. Até mesmo no Vaticano se consome mais vinho que o Brasil. Lá, aproximadamente 66 litros da bebida de Baco passam pelo gargalo das garrafas em direção às taças do alto clero.
Um peso no orçamento dos brasileiros, vinhos importados encaram duras barreiras tributárias para passar pela fiscalização dos portos até que, por fim, consigam entrar em território nacional. Os altíssimos impostos pagos pelos rótulos associados à falta de conhecimento dos brasileiros sobre a bebida, por ainda considerarem capricho de elite ou de difícil paladar, impactam negativamente no consumo da bebida no Brasil e complicam a expansão.
Para se ter uma ideia, de acordo com números do Instituto Brasileiro de Pesquisa Tributária (IBPT), a carga tributária total que incide sobre o preço de uma garrafa, produzida fora do Brasil e da zona de influência do Mercosul, é responsável por 83,4% do preço pago pelo consumidor final. Por incrível que pareça, o peso dos impostos nos importados é muito maior do que o que incide em armas de fogo, por exemplo, cuja carga tributária gira em torno dos 65% de seu valor final.
“Enquanto na Espanha o vinho é considerado complemento alimentar, no Brasil ele sofre tratamento tão duro quanto de armas”, lamenta Ciro Lilla, proprietário de uma das maiores importadoras do país, a Mistral, e considerado uma das pessoas mais influentes do mercado do vinho no Brasil.








sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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:: VINHOCULTURA.COM :: Vinícolas brasileiras aplicam nova tecnologia para o cultivo de uva sem uso de agrotóxicos e pesticidas.

ADEGA | Vinho - 26.Nov - Nova classificação de St Emilion é aprovada

ADEGA | Vinho - 26.Nov - Nova classificação de St Emilion é aprovada

A GUERRA DO VINHO ROSÉ

A União Européia regulamentou a produção e a rotulagem dos vinhos rosés, atitude louvável que porém  desencadeou uma série de polêmicas e de lamentações por parte dos produtores, sobretudo os franceses; vamos tentar entender os fatos.

A Organização Comum do Mercado Agrícola europeu, decidiu que, para preservar a qualidade do vinho rosé produzido pelos países de lá, o produtor poderá rotular o seu rose como “vinho rosé tradicional”, ou outra nomenclatura de acordo com a língua do país produtor, na Italia, por exemplo, será “Vino Rosato Tradizionale”.

Até aí tudo bem, o problema é que até então a Europa, que produz dois terços do vinho rosé do planeta, podia contar com uma vinificação de qualidade garantida “somente o sumo de uvas tintas gentilmente prensadas poderá transformar-se em vinho rose”.

Uma maneira perfeita para expressar as características primárias de um varietal e seu terroir, com a habilidade e o trabalho de um bom enólogo para proteger o delicado equilíbrio de um vinho que não é nem branco e nem tinto.

Junto com essa resolução, infelizmente, o órgão comum resolveu liberar a produção comunitária do vinho rosé por mistura, que até então costumava chegar a Europa importado de outros países, onde a legislação é muito mais branda em matéria de vinificação, geralmente do Novo Mundo.

O Rosé de mistura, é aquele vinho que é feito a partir do blend de vinhos brancos com vinhos tintos, mas a lei européia não prevê que precise ser rotulado de alguma forma especifica, ou seja, a nomenclatura “Rosé de Mistura”, ou “ Rosato da Miscelazione” é facultativa, daí nasceu a revolta dos produtores.

Algum comentários:

“Uma escolha escandalosa, estão deslegitimando a produção enológica de qualidade” – Marco Pallanti, presidente do Consorcio do Chianti Classico, enólogo e sócio do Castello di Ama.

“Si poderá fazer vinho rosé com um tinto da Sicília e um branco do Friuli, e dane-se o Terroir” – Anónimo produtor Italiano.

“Em igualdade de preço das uvas, a produção de um rosé tradicional custa 20% mais cara que a de um tinto ou um branco” – Mattia Vezzola, enólogo de Bellavista em Franciacorta.

“C’est une couillionade” – Alain Boeuf, famoso chef da Provence.

Um dos pontos do problema é justamente aquele levantado por Mattia Vezzola, a produção do vinho rosé tradicional, por causa da prensagem soft, rende menos sumo que uma prensagem vigorosa, como aquela dos vinhos tintos e brancos tradicionais, isso dá uma diferença de quase vinte por cento; pelo contrário um rosé de mistura, além de permitir desovar eventuais sobras de produção (isso me lembra certos rosés brasileiros da década de 80-90 que hoje, por sorte, já não mais são produzidos) ainda não precisa de nenhum cuidado com a prensagem etc., já que tinto e branco são vinificados separadamente.

A pior repercussão à notícia se deu na França, onde existem vinícolas, na Provença, que produzem algo como vinte milhões de garrafas/ano; para fazer um paralelo, na Itália toda, a produção de rosé não ultrapassa os oito milhões de garrafas/ano.

De Bruxelles veio também a réplica, os produtores europeus precisam ter as mesmas oportunidades dos que exportam para cá” assim Mariann Fischer Boel, Comissária Européia para a Agricultura.

Em suma para o consumidor vai ser importante verificar a nomenclatura no rótulo, para saber se estará apreciando um autentico rosé tradicional, inclusive porque ”...é muito difícil perceber a diferença, a tecnologia permite hoje todo tipo de  maquilagem, porém a finesse e a elegância de um rosé tradicional não se comparam com as apresentadas por um misturado, por isso seria importante que isso ficasse bem claro a partir do rótulo do vinho.” – Mattia Vezzola.
Fonte “L’Espresso”

SECA NO RIO GRANDE DO SUL FAVORECE A QUALIDADE DAS UVAS

Segundo as previsões dos pesquisadores da Embrapa, no Rio Grande do Sul, a falta de chuva que está castigando aquele estado, vai ser benéfica para a qualidade das uvas.


Ainda é cedo para afirmar com certeza, porém se o clima continuar assim a safra de 2011 poderá ser comparada com a excelente 2005, lembramos que as principais uvas tintas, a Merlot, a Cabernet Franc e sobretudo a Cabernet Sauvignon, ainda vão ser colhidas, até lá qualquer variação climática pode afetar a qualidade.
Outro fator importante é o elevado grau de sanidade das uvas, devido ao baixo índice pluviométrico, a umidade é muito baixa também, isso se traduz numa melhor sanidade dos cachos, que sofrem menos a formação de fungos e outras doenças, contribuindo assim para um aspecto sadio das uvas no vinhedo.
Existe também uma perspectiva de aumento da produção, em decorrência do aumento da área plantada, o ano passado o Rio Grande do Sul colheu 526 milhões de quilos de uvas, para esse ano há uma projeção de 10% a 20% a mais.

(fonte - Bom Vivant)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CASA VALDUGA PREMIUM SAUVIGNON BLANC 2008

Sempre que degustamos um vinho branco que já tem uma certa idade, precisamos estarmos prontos para esperarmos uma eventual decepção, ou uma grata surpresa, as chances nem sempre estão claramente definidas para uma ou outra opção.

O CASA VALDUGA PREMIUM SAUVIGNON BLANC 2008, é um vinho que já não está mais disponível no comércio, a vinícola retirou do próprio portfólio esse vinho desde o mês de agosto de 2009, a partir daí só comercializaram a safra 2009 e desde 2010 a Casa Valduga, por razões comerciais, abandonou o plantio e a vinificação de Sauvignon Blanc.

Essa premissa me deixa curioso e, de certa forma, livre de eventuais responsabilidades, pois essa avaliação não terá nenhuma repercussão comercial (talvez esse seja um pecado de orgulho, achar que minha avaliação tenha qualquer repercussão).

Então, como diriam os portugueses, vamos a ele, quer dizer, ao vinho; a cor que em origem era de um amarelo bem claro, quem sabe com algum reflexo verde, hoje, depois de mais de três anos, passou para um amarelo dourado intenso (vamos considerar que, se a Casa Valduga ainda plantasse Sauvignon Blanc, estaria colhendo a safra 2011 nesses dias).
Esse vinho passa longe de qualquer influencia da madeira, apenas estagiou um tempo conveniente em aço inox e depois foi ao comercio.

A evolução de um vinho é sempre algo muito interessante, intriga profundamente qualquer enófilo, diria que é uma das principais satisfações que temos ao degustar; assim como todo ser que, depois de uma noite de sono, precisa de um tempo para recuperar toda sua potencialidade intelectual e física, o vinho, depois de um tempo razoavelmente longo, no nosso caso, dentro da garrafa, precisa de um certo tempo para revelar-se.

A revelação dos aromas acontece por assim dizer, em camadas, a princípio é aquele aroma típico do varietal Sauvignon Blanc que alguém, nada engraçado, definiu como xixi de gato, a isso se soma a percepção de alguma nota mineral, de combustão, lembrando gás butano (parafraseando meu amigo Charles do Restaurante Villa Alexandrini) já sintoma de vinho de classe.
Ai parece que a coisa estaciona, porém depois de alguns goles, já quase na metade da garrafa, apareceu um aroma nítido de abacaxi maduro, claro, inegável, tinha ficando escondido até então, além de algumas outras frutas, onde com muito esforço arrisco a identificar melão e talvez mamão.

Na boca o vinho tem uma acidez não elevada, natural conseqüência do longo tempo na garrafa (lembramos que se trata de um Sauvignon Blanc sem madeira, que geralmente consegue longevidade somente em algum terroir extremamente privilegiado, como o Val de Loire na França, a Nova Zelândia, ou o Friuli, e geralmente por um preço muito mais elevado que o nosso), onde o vinho se torna macio e termina com um final de boca não muito longo que lembra mel.


Para voltarmos as considerações iniciais, nesse caso o nosso Sauvignon Blanc foi uma grata surpresa, valeu a pena esperar esse tempo, ainda mais por se tratar de um varietal que, em várias oportunidades, demonstrou não suportar o envelhecimento e ceder rapidamente a oxidação, coisa que não encontramos nem de longe nesse Casa Valduga, um vinho que é vendido em restaurante em torno de R$ 45,00.
Para acompanhar eu achei interessante uma pizza, da qual não posso falar, já que sou eu que a faço, posso porém dizer que meus meninos adoram.     

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O QUE É UM BLANC DE BLANCS?

O QUE É UM BLANC DE BLANCS? 
É um tipo de vinho, freqüentemente Espumante ou Champagne, produzido inteiramente a partir de uvas brancas, em caso de Champagne, geralmente, a uva utilizada é do varietal Chardonnay.

E UM BLANC DE NOIRS? 
É exatamente o contrário, ou seja um vinho branco produzido a partir somente de uva tinta, que após ter passado pela desengaçadeira, que separa as bagas da uva dos engaços, vai para prensa pneumática onde a casca, tinta, é separadas da polpa, branca, que segue para a fermentação e dará um vinho branco.

PODE FAZER VINHO BRANCO A PARTIR DE UVAS TINTAS?

É possível sim, o que dá cor ao vinho é a casca das uvas, a polpa em seu interior é branca, apenas precisamos que as uvas após ser separadas dos engaços, passem por uma prensa pneumática que separa a parte sólida (casca) do liquido (polpa), que será fermentado em seguida e dará um vinho branco. 
O mais famoso vinho branco de uva tinta é o Champagne, em sua composição entra a uva Pinot Noir, que é tinta, porém o Champagne é geralmente branco.

E UM VINHO ROSÉ? 
Para fazer um vinho rosé precisamos de uvas tintas, apenas antes de separar as cascas do líquido, o enólogo deixa a uva algum tempo em maceração a temperatura controlada, geralmente em tinas de aço inox, para que o vinho pegue um pouco de cor e de estrutura. 
O tempo que a maceração vai durar vai determinar a intensidade da cor e o corpo do rosé.