sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vini Vinci em Maio hot site

Conforme tinha anunciado num post anterior, saiu o hot site do evento Vini Vinci que, no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente nos dias 23 e 24/25 de Maio, reunirá nada menos que 44 produtores do mundo todo que apresentarão algo como 240 vinhos para o publico.
É um evento imperdível, na minha opinião, é importante que os interessados adquiram o ingresso antecipado, pois não haverá venda no local; o preço é de R$ 190,00, veja no link o elenco completo dos produtores presentes.

:: Vini Vinci ::

quarta-feira, 27 de abril de 2011

EXPOVINIS 2011: Lançamento Espumante Maria V Casa Valduga

Ontem, primeiro dia da Expovinis 2011, foi lançado o mais recente Espumante da Casa Valduga, o Maria V, em homenagem a mãe dos atuais diretores da vinícola.
No belo estande da vinícola, onde estava exposta uma garrafa especial, a de numero 000, em edição de colecionador, cujo rotulo foi confeccionado em ouro 18 quilates com cristal Swarovski, e após um pouco de embromação para criar aquele justo "suspense", por volta das 19:00 horas, finalmente foi aberto, em anteprima absoluta, o famoso espumante.
Merece respeito a principio pelo capricho com que foi elaborado, se trata de um corte de 80% de Chardonnay com 20% de Pinot Noir, uvas de vinhedos próprios do homônimo Vale da Serra Gaúcha, a segunda fermentação na garrafa aconteceu na penumbra das cave da vinícola durante 48 meses.
No nariz o aroma e' de espumante muito fino, com notas a principio de frutas frescas a polpa branca, levemente cítrico, o que, para mim, denota capacidade de evoluir muito tempo, ate' adquirir nuancês mais tostadas e de frutas secas que, no vinho de ontem, não se sobressaiam tanto, isso de todo modo e', possivelmente, mais uma característica que um defeito.
Na boca realmente me surpreendeu, o Maria V, faz mais que traduzir, ele soletra para o degustador o significado organoleptico da palavra C R E M O S I D A D E , a boca fica cheia de efervescência, a espuma vai abrangendo todo o palato e, em seguida esvai e desce deixando uma sensação impar de, justamente, cremosidade, muita, persistente.
Sem duvida um produto de elevada qualidade e, pelo que deu a entender, de elevado preço também, mas, mais uma vez, podemos testemunhar o excelente nível de qualidade dos espumantes da Serra Gaúcha, pois tenho certeza que o Maria V não faz feio em degustação nenhuma mesmo se comparado a muitos Cahampagnes.

domingo, 24 de abril de 2011

NOÇÕES BÁSICAS DE VINHO: Definição e Tipo de Uvas

O QUE É VINHO.

DEFINIÇÃO: todos os vinhos, sejam não espumantes, espumantes, fortificados ou aromatizados, são sumo de uva fermentado. Eles podem ser tintos, brancos ou rosados, e de tipo seco, médio, ou doce, com um teor alcoólico 5,5 a 14%. Através da adição de aguardente vínica ao mosto fermentado eleva-se a gradação alcoólica até acima de 20%, essa prática é utilizada na produção dos vinhos fortificados. O vinho espumante contém gás carbônico produzido naturalmente, que é liberado ao abrir a garrafa.

Paralelamente ao papel que representou e representa na mesa, na qualidade de complemento alimentar, o vinho, em doses moderadas, é hoje indicado pelos médicos como uma bebida saudavel, o vinho tem altos níveis de "resveratrol", uma substancia encontrada principalmente na casca da uva que propicia o colesterol benigno e limita o mau colesterol que bloqueia as artérias.
A maior concentração de "resveratrol" foi encontrada nos vinhos tintos.
A quercitina, outro componente do vinho tinto, facilita o dilatar dos vasos sangüíneos e evita a produção de coágulos.

VARIEDADES DE UVA


Quais uvas fazem o vinho?
Todas as uvas usadas na produção de VINHO FINO são da espécie VITIS VINIFERA.
Existem milhares de variedades de VITIS VINIFERA; o tipo usado determina o caráter do vinho, apesar das condições climática de cultivo e do processo de produção também influenciarem.
Os VINHOS DE MESA são produzidos a partir da VITIS LABRUSCA, ou AMERICANA ou HIBRIDA, trata-se de um tipo de vinho muito consumido no Brasil, tradicionalmente comercializado em garrafões, do qual não trataremos neste blog.



BARBERA: uva versátil, originária do Piemonte, mas cultivada com sucesso em toda Itália. Produz vinhos tintos ligeiros a encorpados, dependendo da procedência, boa acidez, pouco taninos e sempre frutados, que evoluem em complexidade com o envelhecimento que este varietal não rejeita. Acompanha massas, frios e embutidos em geral, carnes leves e risotos.
É cultivada também na Argentina e no Brasil onde geralmente é utilizada em corte com outras uvas.



CABERNET SAUVIGNON: tipo de uva preta mais conhecida no mundo, originária da região de Bordeaux, na França; esta uva possui extraordinária capacidade de adaptação, produzindo excelentes vinhos “varietais” ou em corte “blend” com outras uvas, em quase todas as regiões vinícolas do planeta. A cabernet sauvignon produz vinhos tônicos, de longa guarda; cor profunda, amplo leque aromático, típicas notas herbáceas e de frutas vermelhas, pimentão, tabaco etc. bom grau alcoólico, desenvolve muito bem no carvalho.



CABERNET FRANC: A irmã mais rústica da Cabernet Sauvignon, também originaria de Bordeaux, se adapta bem em várias regiões do mundo, com excelentes resultados na Serra Gaúcha, no Brasil, sua maturação é mais precoce, facilitando o cultivo em climas frios e chuvosos, tem característica varietal mais herbácea que a Cabernet Sauvignon.
















CARMENERE: Durante muito tempo confundida com a cepa Merlot, chegou a ser dada por extinta em sua região de origem, Bordeaux. Foi redescoberta no Chile onde, na decada passada, começaram a produzir excelentes vinhos a partir dela. 
Hoje a Carmenere se tornou o ícone da vitivinicultura chilena, produzindo grandes vinhos, de corpo médio, suporta bem o afinamento em madeira, muito versátil na gastronomia.










DOLCETTO: uva típica piemontesa, rival da barbera na produção de tintos jovens e de facil consumo; a despeito do nome esta uva produz um vinho seco, muito apreciado, de cor rubi com reflexos púrpura, muito frutado com leve e característico retrogosto amargo. No Piemonte se produz vinho Dolcetto em 11 DOC diferentes. Uma curiosidade, a uva Dolcetto é apreciada também como fruta de mesa por sua doçura.
Não tem produção de Dolcetto fora da Itália








GAMAY: uva da região de Beaujolais, na França, produz vinhos leves, muito frutados, particularmente aromáticos, indicados para o consumo rápido em sua maioria; o vinho tem um aroma leve de pêra, resultado dos métodos de produção, com leve toque de framboesa; é a partir desta uva que se faz o famoso “Beaujolais Nouveau” cujo lançamento, toda 3ª Quinta Feira de novembro é uma festa mundialmente conhecida.












MALBEC: com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot, a Malbec é a quinta uva tinta da região de Bordeaux, embora entre na composição de vinhos de outras regiões da França menos famosas, como é o caso de Cahors, a Malbec encontrou sua fortuna na Argentina, onde produz excelentes tintos de taninos e acidez bem balanceados, que acompanham as famosas carnes assadas daquele país.
Está sendo plantada, embora em pequenas parcelas, também no Chile e no Brasil, com resultados promissores em termo de qualidade.


MERLOT: outra grande cepa bordalesa, a Merlot  produz vinhos mais aveludados que a Cabernet Sauvignon, que acompanha maravilhosamente em corte onde sua suavidade e maciez servem para abrandar a mais tanica e conhecida “parceira”. Envelhece muito bem na madeira e é encontrada, com ótimos resultados em todas as regiões vinícolas ao redor do mundo.
No Vale dos Vinhedos está sendo considerada como a uva tinta que melhor se adaptou ao clima e Terroir de lá, conseguindo produzir alguns excelentes vinhos e atraindo a atenção do publico e da critica internacional.


NEBBIOLO: grande uva tinta da região do Piemonte, produz os míticos Barolo e Barbaresco além de vários outros vinhos do noroeste da Itália, como o Gattinara, o Carema etc. Todos vinhos extremamente encorpados, de longa guarda e que requerem um envelhecimento prolongado, suas características são os aromas complexos que de florais passam para especiarias, evoluindo em notas animais de couro, tabaco, dependendo do envelhecimento; pedem pratos fortes como caça, assados e molhos de funghi.
Não tem vinhedos de Nebbiolo, com resultados apreciáveis, fora da Itália.






PINOT NOIR: é a uva usada para fazer o famoso vinho tinto de Borgonha na França, é extremamente sensível ao clima, seu cultivo tem resultados limitados, tornando-a assim uma uva de produção difícil e cara. A Pinot Noir dá vinhos não muito tánicos mais de extrema elegância e de grã classe, com escasso resultados no resto do mundo, na Borgonha ela produz algum dos melhores e mais caros vinhos tintos do mundo. 
Em tempos recentes bons resultados com a Pinot Noir tem sido alcançados no Chile, nos vales mais frios, na Nova Zelandia e nos vinhedos de altura da Argentina.

SANGIOVESE: uva famosa em todo o mundo pôr ser a base do famoso Chianti e do celebrado Brunello di Montalcino. Esta uva tinta originária do centro da Itália, tem forte personalidade, dá aos vinhos fortes taninos que possibilitam o envelhecimento, seu plantio é difuso em toda a península, em corte ou como varietal.
Muito pouco plantada em outras regiões, ainda pode ser utilizada com resultados modestos, em corte com outros varietais no Brasil e na Argentina.







SYRAH: produz um vinho tinto, escuro e encorpado com boa tendência para o envelhecimento, é presente em famosas Denominações francesas como o Chateauneuf-du-Pape, Côte du Rhône, Hermitage etc., mas também está sendo cultivada com sucesso no novo mundo (Austrália, Chile, Argentina, Brasil) onde é conhecida como SHIRAZ, dá ótimos vinhos de aroma vegetal, especiado não muito encorpado, versátil.










CHARDONNAY: certamente esta é a uva branca mais conhecida e plantada no mundo, originária da Borgonha, na França, ela adapta-se muito bem as características de solo de praticamente todas as regiões vinícolas, produzindo desde vinhos simples de consumo diário até verdadeiras preciosidades caríssimas. Sua elevada acidez, a coloca como a preferida para produção de espumantes. Aromas elegantes de frutas tropicais, maçã verde, especiarias são as características olfativas do varietal.
Além de versátil a Chardonnay tem propensão para o amadurecimento em madeira, daí a grande variedade de vinhos que ela pode produzir em praticamente todo o mundo.


SAUVIGNON BLANC: adapta-se melhor nos climas frios, dá vinhos brancos secos, excelentes para acompanhar peixes, frutos do mar e queijos de cabra, sabor e aromas intensos, sugerem capim e groselha. Originária da Val de Loire na França, dá origem aos famosos Sancerre e Poully Fumé. Plantada com sucesso também no Novo Mundo, porém consegue destacar-se somente no clima frio ou quando as condições climáticas são favoráveis; de plantio um pouco mais caro que a chardonnay, não se dá muito com o afinamento em madeira.









MOSCATO: muito fácil é reconhecer esta uva e seus vinhos, extraordinariamente aromática, com perfumes que vão desde as frutas cítricas, passando pelo damasco, pêssego, até o mel, produz vinhos frisantes, espumosos, como o famoso Asti da região do Piemonte na Itália, ou vinhos de meditação como o Muscat de Beaume de Venise francês. 
Plantada com sucesso no Brasil, está tendo um papel muito importante pelos espumantes Moscateis que se produzem no Vale dos Vinhedos, de elevadíssima qualidade, a rivalizar com os tradicionais Asti em finesse e riqueza de aromas.








PROSECCO: uva autóctone da região do Veneto, na Itália, produz um vinho homônimo, através da segunda fermentação pelo método Charmat, o que dá origem a um apreciado espumante de aroma frutado, fresco de extrema leveza e boa acidez que o torna um excelente aperitivo. 











sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pode um vinho ser...gordo?

Por incrível que possa parecer, sim, um vinho pode ser "gordo", ou melhor, pode ser chamado assim, na dificílima tarefa de traduzir em palavras as sensações que provamos ao degustar um vinho.

Precisamos deixar claro, para a tranqüilidade dos adeptos a cozinha "Light", que o termo "gordo" nada tem a ver com calorias ou teor de lipídios do vinho; para explicar melhor, de forma acadêmica, esse aspecto da degustação, vamos ver o que nos diz o famoso enólogo Émile Peynaud, em seu livro O GOSTO DO VINHO:
O adjetivo GORDO significa "que é da natureza da carne gordurosa", mas neste caso os lipídios não estão em questão. Um vinho gordo enche bem a boca, tem volume, é ao mesmo tempo encorpado e macio; diz-se ainda que é "carnudo". É uma qualidade rara, necessária para constituir um grande vinho. É resultado de uma boa maturação das uvas, responsável pela impressaõ que o vinho dá.

Podemos acrescentar que um vinho que se define como gordo apresenta um teor alcoólico bastante elevado, obtido por uma maturação completa de uva de excelente qualidade, onde o vinho que resulta "mascara" o elevado teor alcoólico, com camadas de fruta que o tornam mais saboroso e fácil de gostar.

É bastante comum encontrar vinhos com essas características entre os bons argentinos de Malbec e chilenos de Carmenere, Cabernet Sauvignon e Shiraz, pois o terroir desses países oferece condições ideais de maturação para desenvolver vinhos assim, que são particularmente apreciado mesmo fora da mesa de refeição.

Em contraposição aos vinhos produzido com a super-maturação das uvas, temos os vinhos que se destacam pela percepção maior de acidez, chamados "gastronômicos", com menor teor alcoólico e que acompanham melhor as refeições, nessa categoria conseguimos encaixar muitos vinhos do Velho Mundo, de regiões como Piemonte, Bairrada, Dão, Friuli, Alto Adige e os tintos da Serra Gaúcha.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vinícolas e Vinhedos: Entrevista com Oz Clarke

Achei a entrevista de Oz Clarke muito interessante, reveladora com relação ao potencial da enologia brasileira e, quem sabe, possa inspirar o trabalho e traçar as tendencias da vitivinicultura nacional.
Acima de tudo apreciei o franco respeito e a clareza de suas respostas, trazer pessoas como ele para conhecer nossos vinhos é a tacada certa rumo a excelência e reconhecimento internacional.

Vinícolas e Vinhedos: Entrevista com Oz Clarke

quarta-feira, 20 de abril de 2011

PRAZERES DA MESA ao vivo Fortaleza


Participamos ontem a noite, no Hotel Grand Marquise, do jantar de lançamento do evento "PRAZERES DA MESA AO VIVO o Reality Show da Gastronomia", que esse ano terá sua segunda edição em Fortaleza, precisamente nos dias 2,3 e 4 de Agosto, no SENAC do Centro.

Já no ano passado estivemos presentes como expositores no evento e devo dizer que se trata de uma iniciativa muito interessante, importante momento de integração e intercâmbio para os profissionais da área que, nos dias do evento, fortalecem o "espírito de grupo", trocam idéias e formam parcerias multiplicadoras de novos negócios e iniciativas no ramo da gastronomia.
Toda a temática do Prazeres da Mesa Ao Vivo gira em torno da divulgação da gastronomia da cidade a partir da valorização dos ingredientes e dos pratos regionais, interpretados segundo a fantasia dos Chefes participantes.
na foto acima em primeiro plano de costa Chef Lucio Figueiredo 
Marco e Mércia Ferrari e Chef Marie Anne Bauer


Enquanto as aulas e oficinas (concorridíssimas entre os alunos das varias escolas de gastronomia e apreciadores) acontecem, os jornalistas da Prazeres da Mesa vão montando as matérias e as imagens que aparecerão na revista, hoje considerada o ícone da Enogastronomia no Brasil.
Além da participação dos melhores Chefes atuantes na cidade, o evento contará com convidados de peso, esse ano já confirmaram presença Yann Corderon, Flavia Quaresma e, segundo nos prometeu o editor Georges  Schnyder, Alex Atala estará em Fortaleza.
Acima da esquerda os Chefes Elcio Nagano (Soho), 
Bernard Twardy (Beach Park), Fernando Barroso 
e o editor da Prazeres da Mesa Georges Schnyder



Conversando com Georges consegui arrancar dele a promessa de desenvolvermos junto alguma iniciativa em prol do vinho no evento desse ano.









O grande desafio, lançado já no ano passado, será descobrir a vocação Enogastronômica do Ceará, a exemplo do que já fizeram outros estados do Nordeste, como o Rio Grande do Norte com a Carne de Sol de Caicó, a Bahia com suas Muquecas etc. precisamos descobrir e valorizar o prato típico do Ceará e usá-lo para divulgar nossa Gastronomia.

Mércia e Marco Ferrari

Para mim fica muito claro a tendência, mundial por sinal, de afirmação da Enogastronomia no quadro das opções de lazer da humanidade, o que me deixa alegre é constatar que o vinho é parte indissolúvel desse conjunto harmônico, na qualidade de complemento alimentar ideal para acompanhar as criações dos chefes.

Mércia Ferrari e Mariella Lazaretti (Prazeres da Mesa)

Tenho certeza de que o PRAZERES DA MESA AO VIVO será mais um sucesso cuja participação recomendo para todos os apreciadores e profissionais da área.

Interessante opinião sobre o vinho nacional

Concordo em pleno com o post do link abaixo, as comparações só fazem sentido quando feita entre vinhos parecidos, de regiões próximas, porque, se ninguém compara os Bordeaux com os Borgonha, para pontificar qual é o melhor, devemos comparar o vinho brasileiro com o vinho chileno? Nem mesmo as condições climaticas são parecidas, como poderiam esses vinhos ter parametro para serem avaliados e julgados?



http://alemdovinho.wordpress.com/2011/04/20/qual-o-charme-do-vinho-nacional/

domingo, 17 de abril de 2011

O VINHO EM FORTALEZA - Aprofundando a questão

Algum tempo atrás abordei a posição do vinho na 4ª maior capital do Brasil, a saber, Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, capital do Ceará, estado cujo nome anterior ao batismo, portanto de origem Tupi-Guarani, era Cemoara.

O consumo nos últimos anos tem aumentado de forma sensível, assim como a busca pela informação sobre o vinho por parte do consumidor, tarefa essa na qual ele está sozinho, sem poder contar, pelo menos até o momento, com a ajuda de nenhum dos maiores jornais e grupos de comunicação da terrinha, os quais contam com vários colunistas, experts e consultores que escrevem sobre a parte sólida da gastronomia, mas nem uma linha, quem diria uma coluna, é dedicada ao vinho, protagonista liquido, na indissolúvel união que tanto realça o prazer da refeição;
ou todo mundo acha que as receitas apresentadas nas várias colunas, ficam melhores acompanhadas de agua mineral, ou, Deus nos proteja, refrigerante e similares?

Espero que também estejamos além da postura proibicionista de que falar de bebidas alcoólicas não se pode; ninguém aqui está fazendo apologia ao consumo delas, o vinho SEMPRE, desde os primórdios na Bíblia,  passando pelo próprio Evangelho (lembram da Última Ceia, a base de pão e...vinho), até os dias atuais, foi considerado COMPLEMENTO ALIMENTAR, em doses moderadas obviamente, quando até a medicina recomenda seu consumo na prevenção de problemas cardíacos.

Os setores ligados a parte comercial do vinho, lojas e restaurantes, tem percebido o quanto é interessante, do ponto de vista econômico, investir no negocio.
Apesar disso encontramos freqüentemente, mesmo em restaurantes de alto padrão, cartas de vinho mal redigidas, com informações incorretas e contendo vinhos que são pouco apropriados a estarem a venda nesse tipo de estabelecimento.
Não se pretende com isso apontar vinhos bons e vinhos ruins, já que esse argumento é muito subjetivo, mas apenas acompanhar a tendência mundial, segundo a qual o vinho se divide em duas classes, do ponto de vista comercial, de um lado os vinhos destinados a comercialização em supermercados e grande varejo, do outro lado os vinhos mais exclusivo a serem vendidos em restaurantes e lojas especializadas, as famosas enotecas.

A maneira de oferecer o vinho nas lojas é hoje digna de elogio, desde que o cliente se vire na escolha, porque se depender de sugestão dos atendentes... é aconselhável, para não dizer necessário, que os lojistas invistam em treinamento de seus próprios funcionários, capacitação competência são as palavras chaves para o sucesso;
outra palavra é remuneração adequada, o vinho gera recitas, se bem trabalhado o faturamento aumenta mesmo, vamos então estimular o envolvimento do atendente no negocio; muitas lojas já estão atuando numas das frentes citadas acima, falta apenas completar a obra.

Nos restaurantes temos muitas casas especializadas e temos algumas que gostariam de vender mais vinho, mas acham que isso tem que partir do consumidor, ou então do atendente, sem perceber que a venda de vinho acontece a partir de uma série de sinais que o restaurante transmite para seu publico, o cliente gostaria de tomar vinho, mas precisa ser convencido que comprar vinho ali vai ser uma experiência prazerosa e não um desastre, o gestor do local tem que se colocar na pele do cliente e perguntar para si mesmo, eu tomaria uma garrafa de vinho aqui?
Como o vinho é armazenado?
Tenho adega climatizada e, em caso afirmativo, ela está exposta claramente para que o cliente a possa ver?
O garçom apresenta a carta de vinho logo na chegada do cliente?
A própria carta tem condições apresentáveis?
É bem redigida?
Os vinhos estão na ordem correta e na grafia certa?
Existe na casa pelo menos um atendente que conheça vinho e que possa interagir e levar informações sem problema para o cliente?

Existem casas que reúnem a maioria das condições acima e onde o proprietário ficaria satisfeito em aumentar o volume de venda de vinho mas, logo na entrada de seu restaurante, o cliente se depara com uma sugestiva exposição de outras bebidas que ativam o desejo do consumidor em direção contraria ao vinho, a partir daí tudo fica muito mais difícil, inclusive para o limitado retorno comercial que certas escolhas proporcionam.
Um verdadeiro tiro no pé.

Último ponto, porém muito importante, é a margem de remarcação aplicada ao vinho, cada um tem sua política, observo que em Fortaleza o mercado, nesse sentido, é bastante propicio para o consumidor, tendo poucas casas que abusam da pratica auto - lesionista de exagerar no preço de venda.
Para o consumidor de primeira viagem, aconselhamos a escolher vinhos que custem no máximo até 20% a mais do que gastariam com a refeição individual sem bebidas (por ex. a refeição vai custar R$ 50,00 por pessoa, vamos pedir um vinho de até R$ 60,00), que nem se tratasse de um "terceiro convidado", no caso de jantar a dois, então, geralmente, esse terceiro acaba sendo um verdadeiro aliado no prosseguimento da noite, para os dois.  

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Ibravin - Instituto Brasileiro do Vinho

Segundo a matéria da Ibravin a Feira ProWein, que aconteceu em março na Alemanha, foi proveitosa para as vinicolas brasileiras que participaram, segundo os dados divulgados na matéria, o volume das exportações do vinho brasileiro na Alemanha tem aumentado desde que o Brasil participa desta feira.
Vale lembrar que o mercado alemão é bastante exigente e tradicional, durante muito tempo foi reserva de mercado de Barolo e Barbaresco, objeto de disputa pelos donos de restaurantes e lojas que chegavam na região de Langhe, no Piemonte, com suas peruas Mercedes, levando caixas e caixas dos melhores vinhos.
Tudo podemos dizer menos que a Alemanha é país "emergente" em fato de consumo de vinho, portanto se o vinho brasileiro consegue consolidar posição nesse mercado exigente, talvez signifique que o vinho do Rio Grande do Sul, enfim, talvez, tenha qualidade (disso nunca duvidei, mas já vi cada post a respeito desse assunto...).
Vale a pena ler a matéria completa.

Ibravin - Instituto Brasileiro do Vinho

BORDEAUX 2010, Primeiras impressões

Segundo informações dos primeiros felizardos sortudos (não sou um deles, infelizmente), que tiveram acesso as primeiras degustações dos grandes Chateau de Bordeaux da safra 2010, os vinhos prometem, e muito.

Segundo o relato de Fabio Rizzari e Ernesto Gentili, degustadores e jornalistas italianos, a safra 2010 parece superlativa, desde já em condições de enfrentar de cabeça erguida a celebrada 2009.

Apesar de ter tido condições climáticas parecidas, com longos períodos de calor e pouca chuva e apresentar dados analíticos muito próximos, como a graduação alcoólica elevada e os taninos marcantes, os dois millesime são muito distintos entre si quando se fala de características orgnolepticas.
Enquanto os 2009 se apresentam com fruta exuberante, maciez e profundidade de taninos aveludados, agradando os paladares que buscam volume de boca e fruta (possivelmente vão agradar quem aprecia o estilo "novo mundo" sugiro eu), os 2010 contrapõem uma acidez vibrante, ao estilo mais clássico bordalés e europeu.


Vale a pena apontar algumas particularidades, parece que o Chateau Latour (foto acima)é o mais inacessível dos grandes de Bordeaux, precisa encaminhar pedido formal para visitação que, seguindo critérios que lembram os velhos tempos das embaixadas americanas no Brasil na hora de conceder visto, freqüentemente são negados.

Conta-se que recentemente tenham recusado um pedido a nome Sarkozy, Nicholas, alegando desconhecer as credenciais do candidato a visita (mesmo assim parece que o Chateau Latour 2010 é algo de soberbo e memorável).

Por sorte que nem todo Chateau tem essa impenetrabilidade estilo Pentágono, outros são bem mais acessíveis e cordiais, apesar de franceses, sorte de quem pode dar uma escapada por lá para degustar essas ante-primas.





fonte http://vino.blogautore.espresso.repubblica.it/

quinta-feira, 14 de abril de 2011

vinhofortaleza: Vini Vinci em Maio

vinhofortaleza: Vini Vinci em Maio: "Foram confirmados os locais onde acontecerá, no próximo mês de Maio, a feira Vini Vinci . A feira acontece a cada dois anos, intercalada co..."

Vini Vinci em Maio

Foram confirmados os locais onde acontecerá, no próximo mês de Maio, a feira Vini Vinci.
A feira acontece a cada dois anos, intercalada com o Encontro Mistral, da importadora do mesmo grupo; as datas ficaram para a Segunda Feira 23 de Maio no Rio de Janeiro, no Sofitel Rio e na Terça e Quarta Feira 24 e 25 em São Paulo no Grand Hyatt, próximo a TV Globo.
Será uma magnífica oportunidade para conhecer e degustar, junto com os produtores, os excelentes vinhos que essa importadora está trazendo, um dado estatístico de certa importância sobre a Vinci diz respeito ao expressivo crescimento dos últimos tempos, tanto que, apesar da Vinci ter apenas 4 anos de atividade, saltou do 16º ao 6º lugar no ranking das maiores importadoras do Brasil no setor vinicola.
Numa feira desse tipo é atração a mais a presença dos produtores, que estarão a disposição dos enófilos presentes para tirara as dúvidas e interagir com o público.
Em breve passarei mais informações a respeito dos produtores que participarão da Vini Vinci 2011.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Adeus Flute, veja o novo cálice para espumante

A flute, aquela bonita taça esbelta que hoje é unanimidade no serviço dos espumantes, parece destinada a ser substituída em breve, a tendência do serviço de espumante na Europa, dá preferência a taças um pouco menos altas e mais bojudas, parecidas com as de vinho branco.
Na última Vinitaly, a maior feira de vinho da Itália, que terminou na semana passada, foi apresentada a nova taça para o serviço do espumnate Franciacorta, para quem não sabe o Franciacorta Metodo Classico é considerado a resposta italiana ao Champagne, produzido na região da Lombardia, próximo ao Veneto, é desde sempre sinônimo de grande sofisticação e suas principais marcas, Berlucchi, Bella Vista e Cá del Bosco, são consideradas griffes que nem Gucci, Prada, Armani ou Ferrari.


A taça em questã, da foto acima, foi lançada em comemoração aos 50 anos do lançamento da primeira garrafa de "Pinot di Franciacorta", produzida por Guido Berlucchi.
A taça é de vidro cristalino "SuperStrong", sem adição de chumbo, mais resistente e mais fino que o comunemente utilizado, tem formato de tulipa arredondada, porem com ponto de perlage mais profundo, para exaltar a finesse das borbulhas e liberar o aroma mais intensamente.
Quem provou garante que é muito mais interessante que a "velha" flute.