quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A BIODINÂMICA NA AFRICA DO SUL, programa "E por falar em vinhos"

Conheça a vitivinicultura biodinâmica, através da degustação de vinho da Africa do Sul, veja também a produção "democrática" de vinho, onde o consumidor ajuda na elaboração, assista no link. E por falar em vinhos - 02/10/2011 - Vídeos - Canal Rural:

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SISTEMA DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA BRASILEIRO INSPIRA VITIVINICULTORES ARGENTINO


A experiência brasileira como referência

A experiência da vitivinicultura brasileira em relação às Indicações Geográficas (IGs) está servindo como referência para alguns países. Recentemente, profissionais do Instituto Nacional de Vitivinicultura da Argentina (INV) estiveram na Serra Gaúcha, para conhecer regiões detentoras de IGs e o trabalho de pesquisa na área. Em tal sentido, na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, uma das principais instituições de apoio ao setor no processo pela conquista das Indicações, eles participaram de uma intensa agenda de reuniões com os pesquisadores mais diretamente vinculados à temática e ao campo de zoneamento vitivinícola.

Os visitantes, engenheira Silvia Ríos, do Departamento de Estudos Vitícolas do Instituto, e o licenciado em Enologia Néstor Mario Sela, do Departamento de Fiscalização do escritório do INV no departamento de San Rafael, declararam-se "gratamente surpresos" com o que se depararam na Serra Gaúcha. Isso se deu por conta do nível de "desenvolvimento, que não achava que iria encontrar", anotou Silvia, destacando a infraestrutura em enoturismo e os bons produtos vinícolas da região.

Silvia e Sela iniciaram seu itinerário visitando os vinhedos da Rede Terroir em Muitos Capões e Vacaria, nos Campos de Cima da Serra. Depois, estiveram em vinícolas e propriedades vitícolas em Flores da Cunha (que, com Nova Pádua, trabalha pela conquista da Indicação 'Altos Montes'), em Garibaldi e nas IGs de Pinto Bandeira e do Vale dos Vinhedos. Eles também reuniram-se com pesquisadores atuantes nas áreas de Indicações Geográficas e zoneamento vitivinícola das universidades de Caxias do Sul (UCS) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas.

Os argentinos tiveram como anfitrião principal, no Brasil, o coordenador do programa de desenvolvimento de Indicações Geográficas para Vinhos e Espumantes da Serra Gaúcha, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Jorge Tonietto. A interação, que culminou com a vinda dos profissionais do INV para a região, foi fortalecida a partir da participação do pesquisador no concurso de vinhos Vinandino 2011, realizado em Mendoza, Argentina, em setembro.

O que é uma 'IG'
Indicação Geográfica é "a identificação de um produto ou serviço como originário de um local, região ou país, quando determinada reputação, característica e/ou qualidade possa(m) ser vinculada(s) essencialmente a esta sua origem particular. Em suma, é uma garantia quanto à origem de um produto e/ou suas qualidades e características regionais".

A Rede Terroir
A Rede Terroir, explica o pesquisador Jorge Tonietto, é uma rede de vinhedos comerciais na região vitivinícola da Serra Gaúcha e Campos de Cima da Serra monitorados pela Embrapa Uva e Vinho. O objeto deste acompanhamento é a avaliação e caracterização da qualidade da uva e do vinho em diferentes condições de clima e solo das áreas produtivas.

Fonte: Jornalista Giovanni Capra - Embrapa Uva e Vinho.
Informações sobre as IG: INPI  http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/indicacao/Folder_contents.

A RODA DOS AROMAS COM MANUAL DE INSTRUÇÕES

Para todos aqueles, inclusive eu até poucos anos atrás, que sempre ficam fascinados quando contemplam a roda dos aromas, mas que acham difícil entender como funciona, vejam no link uma explicação pratica, em português. É fácil de ser assimilada e, o que é melhor, dá para baixar para ler com calma.

Vinhos e Mais Vinhos: Roda de Aromas do Vinho em português e com manual explicativo!:

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sábado, 22 de outubro de 2011

DEGUSTAÇÃO VERTICAL DON MELCHOR EM FORTALEZA

Na terça Feira passada, 18 de Outubro, tive a oportunidade de participar de uma degustação de um vinho ícone da enologia chilena, um vinho que nos faz perceber porque há uns trinta anos atrás enólogos franceses se encantaram com o terroir do Chile e resolveram trabalhar e investir naquele pais.
Estamos falando do Don Melchor, grande vinho da Concha y Toro, produzido em Puente Alto, no Vale do Maipo.


O Don Melchor é produzido a partir de um corte com grande predominância (sempre acima de 90%)  de Cabernet Sauvignon e o restante com Cabernet Franc. As uvas que dão origem ao vinho, apresentam a mesma elevada qualidade de forma espantosamente uniforme, em toda a extensão do vinhedos que, com seu 114 hectares, é muito grande; a enóloga Alejandra Valejo, que conduziu a degustação, atribui esse fato ao solo peculiar, de origem aluvial, com pedras arredondadas pela drenagem da água ao longo dos milênios.

A Enóloga Alejandra Valejo

Por se tratar de uma degustação vertical, provamos duas safras, a de 2006 e a que seria lançada oficialmente no dia seguinte em Fortaleza, a safra 2007. Porem, antes de partir para os tintos, o pessoal da Concha y Toro nos brindou com uma taça de seu excelente Chardonnay Amélia, de Casablanca, um belo exemplar que faz 11 meses de barrica, mas que não passa por fermentação malo-latica, o que deixa esse branco encorpado, porem fresco e vibrante, com uma acidez refrescante, com notas cítricas de frutas tropicais, levemente untuoso e de sabor pleno na boca.



DON MELCHOR 2006
96% Cabernet Sauvignon, com 4% de Cabernet Franc, passou 15 meses em barrica de carvalho frances, apresenta 14,5% de tero alcoólico, de cor intensa, reflexos granada,  muito profundo.
No nariz frutas bem maduras com toques achocolatados e minerais.
Na boca taninos suaves, macios e agradáveis, acidez presente muito bem equilibrada e integrada as demais características do vinho, final longo e persistente, aroma de boca a confirmar os percebidos no nariz, para mim o melhor dos dois, pronto para o consumo, podendo ser guardado de quatro a cinco anos.

Os vinhos da prova

DON MELCHOR 2007
98% Cabernet Sauvignon, com 2% de Cabernet Franc, o tempo de barrica foi o mesmo do Don Melchor 2006,, bem como o teor alcoólico de 14,5%; de cor rubi intenso, profundo, com reflexos purpura de vinho jovem.
No nariz muitas notas frutadas, intensas, frutas vermelhas maduras em primeiro lugar e, em seguida Chocolate, couro e toques mentolados, menos mineral que o 2006.
Na boca os taninos são potentes, vibrantes, alcoolicidade presente porem não agride, possui acidez bastante elevada, típico de um vinho jovem e com elevado potencial de envelhecimento; em nossa opinião, embora no estagio atual seja inferior, o 2007 tem potencial de envelhecimento superior ao 2006; há muita margem de melhoramento. Final longo e persistente, como se convém a um vinho de raça.

Alejandra Valejo e o anfitrião, Paulo Elias, do grupo Parque Recreio

Para terminar a serie de vinhos, fomos brindados com um exemplar excelente da Concha y Toro, o Terrunyo  Single Vineyard, mas esse é assunto por um próximo post.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

JANCIS ROBINSON APRESENTA ESPUMANTE BRASILEIRO EM EVENTO EM HONG KONG

O espumante brasileiro estará em destaque no mais importante evento de vinhos do mundo, o Wine Future 2011, que acontece de 6 a 8 de novembro, em Hong Kong. Pela primeira vez, um rótulo do Brasil será apresentado na degustação conduzida por Jancis Robinson, uma das mais prestigiadas críticas de vinho do planeta. Ela incluiu o Cave Geisse Brut 1998 (em garrafa Magnum, fotos em anexo), elaborado por Mario Geisse em Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha, na degustação “Além de Bordeaux”, quando apresentará a 1.000 ouvintes rótulos de 15 países que merecem mais atenção. “Os vinhos selecionados são de alta qualidade, vindos de alguns tradicionais produtores e também de mercados emergentes como Brasil, Turquia e China”, diz ela.

O projeto Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ainda levará cinco vinícolas brasileiras para o Wine Future. Aurora, Lidio Carraro, Geisse, Miolo e Salton estarão presentes com seus vinhos e espumantes, que poderão ser degustados pelos participantes do Wine Future nos intervalos das conferências.
O Wine Future 2011 reunirá as principais personalidades do mundo do vinho, como Robert Parker, Francis Ford Coppola, Gary Vaynerchuk, Miguel Torres, Michel Rolland, Angelo Gaja, entre outros, para discutir e apontar as tendências mundiais do mercado. A última edição do Wine Future, organizado pela The Wine Academy of Spain, ocorreu em 2009, em La Rioja, na Espanha.

Outros eventos
Antes do Wine Future, de 3 a 5 de novembro, o Wines of Brasil montará um estande coletivo com cinco vinícolas para a Hong Kong International Wine Fair. Com exceção da Miolo, que já possui importador em Hong Kong, as outras quatro empresas presentes – Aurora, Basso, Lidio Carraro e Salton – buscarão representantes e distribuidores para a Ásia. A participação do Wines of Brasil conta com o apoio da Embaixada do Brasil em Hong Kong, do Ministério das Relações Exteriores e da Apex-Brasil.

Nos dias 1º e 2 de novembro, o Wines of Brasil também estará presente no 2º Internacionais Sparkling Wine Symposium, que acontecerá no Denbies Wine Estate em Surrey, nos arredores de Londres. O evento vai reunir enólogos, produtores, comerciantes, compradores e jornalistas de todo o mundo em um fórum internacional de dois dias para compartilhar experiências em produção e promoção de espumantes. O enólogo Mario Geisse, da vinícola Geisse, de Pinto Bandeira (RS), falará sobre os espumantes brasileiros.

Confira os 15 vinhos que serão apresentados por Jancis Robinson no Wine Future Hong Kong 2011:

1. Brazil – Geisse Brut 1998 in magnum
2. Australia – Shaw and Smith – M3 Chardonnay 2010 Adelaide Hills
3. Germany – Dr. Loosen, Erdener Treppchen Riesling Kabinett 2008 Mosel
4. Austria – Jurtschitsch, Schenkenbichl Grüner Veltliner Reserve Erste Lage 2009 Kamptal
5. Turkey – Kavaklidere, Prestige Öküzgözü 2008 Elazig
6. NZ – Felton Road, Cornish Point Vineyard 2010 Central Otago
7. Burgundy – Louis Jadot, Clos St Jacques Premier Cru 1990 Gevrey Chambertin
8. Piemonte – Gaja 2008 Barbaresco
9. Toscana – Antinori, Tignanello 2001 Toscana
10. China – Grace Vineyard, Tasya’s Reserve Cabernet Sauvignon 2008 Shanxi
11. Chile – Almaviva 2005 Puente Alto
12. South Africa – Vergelegen 2000 Stellenbosch
13. Argentina – Catena Zapata Catena Alta Malbec 2000 Mendoza
14. Rhône – Tardieu Laurent, Cuvée Spéciale 2006 Châteauneuf-du-Pape
15. California – Ridge Monte Bello 1995

Nota de degustação de Jancis Robinson sobre o espumante Cave Geisse Brut 1998

Magnum, recentemente chegado do Brasil. Que revelação! De um dourado profundo. Bela evolução olfativa - brioche embebido no café com leite - porém sem exagero. Perlage com borbulhas muito delicadas. Profundo, delicioso paladar com notas bastante evoluídas de vegetação, cobre e de fortunela. Muito persistente. Um dos mais impressionantes espumantes que me chegaram em muito tempo! Nota: 18,5/20 (Jancis Robinson).



Fonte: Assessoria de imprensa Ibravin

DEGUSTAÇÃO TEMÁTICA: A PENÍNSULA IBÉRICA

No próximo dia 25 de Outubro, uma terça feira, o sommelier argentino Carlos Suarez e eu estaremos conduzindo uma degustação de vinhos da Península Ibérica, no espaço "Escola de Vinho" do Empório Delitalia.
Teremos uma parte cultural, com breves noções sobre a trajetória milenar do vinho entre Espanha e Portugal, noções do sistema de denominações e classificações vigentes e finalmente a degustação de 6 vinhos de excelente qualidade de várias regiões, entre rosados, tintos e de sobremesa.
Veja a serie dos vinhos que serão degustados:

MUGA ROSADO - BODEGAS MUGA - REGIÃO RIOJA, um corte clássico da Rioja, 60% Garnacha (Grenache), 30% Viura, e 10% Tempranillo, fermentado em madeira, ao autentico estilo riojano, alias marca registrada dessa tradicional Bodega da Rioja Alta. Esse vinho foi indicado por Robert Parker como escolha pessoal para o verão e recebeu 90 pontos do famoso crítico.

FINCA RESALSO - BODEGAS EMILIO MORO - REGIÃO RIBERA DEL DUERO, vinho jovem, elaborado com a casta Tinto Fino (o nome que a Tempranillo recebe na Ribera del Duero), estagia 4 meses em barricas de carvalho. Recebeu 90 pontos em sua safra 2008 pelo Robert Parker.

RAPARIGA DA QUINTA RESERVA - LUIS DUARTE VINHOS - ALENTEJO, produzido a partir de um corte de variedades autóctone do Alentejo, Aragonês (nome português da Tempranillo), Trincadeira e Alicante Bouchet, esse vinho passa por longo estagio em madeira, representa muito bem os vinhos produzidos no clima quente do Alentejo, recebeu a excelente nota 94 pelo Robert Parker.

MUGA RESERVA TINTO - BODEGAS MUGA - REGIÃO RIOJA, não podia faltar nessa degustação um grande clássico da enologia espanhola, um vinho que representasse a escola tradicional dos grandes tintos de Espanha, com longo estagio em barricas de madeira, minimo de 12 meses, pela classificação "Reserva". Este vinho também recebeu pontuação elevada, 90 pontos de Robert Parker e 90 pontos Wine Spectator.

QUINTA DO VALE DONA MARIA - CRISTIANO VAN ZELLER - DOURO, confesso que esse será provavelmente o ponto alto da noite, esse vinho é um mito de Portugal, da nova leva de excelentes vinhos produzidos na região do Douro por um grupo de dedicados produtores que se auto-denominam "Douro Boys", feito a partir de castas locais, segundo o método tradicional da "pisa a pé" em lagares de cimento. Será uma emocionante experiencia descobrir esse belo exemplar.

Para fechar com chave de ouro, até o presente momento, estamos divididos entre dois belos vinhos portugueses, de um lado temos o mítico Moscatel de Setubal, vinho licoroso, muito perfumado e agradável de se tomar frio, um vinho que possui uma historia importante de apreciadores ilustres, desde os tempo de Napoleão, mesmo em se tratando do pior inimigo do Imperador da França.
Do outro lado, obviamente, só poderiamos cogitar o grande licoroso de Portugal o Vinho do Porto, em sua versão pouco conhecida de Late Bottled Vintage, LBV para os amigos, da marca DOW'S, um espetaculo de vinho; creio que qualquer que seja o vencedor, quem sai ganhando será o participante da degustação.

Preciso lembrar que é necessária a confirmação da reserva antecipada, adquirindo seu ingresso no próprio Emporio Delitalia; no ato da compra do ingresso, que custa R$ 80,00, o participante receberá um cupon de compra no valor de R$ 40,00, para ser gasto na loja.
Ou seja, a pessoa paga R$ 80,00, recebe de volta um vale compra de R$ 40,00 e, por R$ 40,00, passa duas horas degustando vinhos acima de 90 pontos, comodamente sentado em espaço superconfortavel, ouvindo as historinhas do Carlos Suarez e minha, sobre os vinhos da Peninsula Iberica; um excelente programa para uma Terça a noite.
Não deixe de participar, Vai valer a pena.

domingo, 16 de outubro de 2011

HARMONIZANDO UMA PEIXADA NA ÁGUA GRANDE COM LEGUMES

A peixada é um prato tipico do litoral cearense, originalmente é feita com a posta do peixe, leva leite de coco, legumes, tomates e coentro.
Na semana passada tive a oportunidade de participar, como convidado, do programa de televisão do amigo Fernando Barroso "Aprenda com o Chef", na ocasião minha tarefa era de harmonizar alguns pratos preparado pelos Chefes convidados, o que me chamou a atenção foi a Peixada na água grande.
A diferença da receita original, que é bastante pesada, a peixada na água grande, não leva leite de coco, o que facilita a harmonização, em compensação se engana quem pensa que se trata de um prato leve, o peixe, uma Arabaiana (peixe de carne rosada e sabor marcante), foi cortado em posta (não em filés, em postas).
Essa forma de cortar o peixe mantém inalterados a firmeza de sua carne e o sabor salino do colágeno, que fica em suas vértebras cartilaginosas.
O cozimento por fervura concentra o sabor, cebolas, batatas e cenouras acrescentam peso ao prato, apesar de não criar complexidade aromática, o pirão, que na ocasião foi de farinha de milho, em lugar da tradicional de mandioca, dá mais consistência ao conjunto.
Para a harmonização funcionar a contento precisamos considerar alguns aspectos:

a salinidade do peixe,
o peso dos legumes e pirão,
a forma de cozimento que concentra o sabor,
a ausência de gordura.

Para harmonizar procurei um vinho de carácter mineral, o sabor sápido desse tipo de vinho, combina perfeitamente.com a maresia do peixe cortado em posta.
O peso do conjunto e a ausência de gordura, não necessitam de acidez como característica principal, bem como desaconselham vinhos que tenham estagiado em barrica, por não combinar em nada os toques abaunilhados, macios e suaves com a salinidade do prato.
Escolhi um Alvarinho, da sub - região de Monção, da safra 2008, vinho de forte característica mineral, de acidez já não tão acentuada, por ser de safra não muito recente e com um bom corpo, para sustentar o peso dos legumes e pirão.
Obviamente toda escolha de harmonização é altamente subjetiva, porém devo dizer que o pessoal gostou e aprovou.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A DEGUSTAÇÃO E O HABITO DA GRATUIDADE

Fortaleza vive um momento peculiar com relação ao vinho, de um lado existe um aumento considerável do consumo, por parte de todas as classes sociais, como podemos facilmente perceber observando os carrinhos de compra dos consumidores nos supermercados, onde o vinho aparece com certa freqüência mesmo entre aqueles que, ate pouco tempo atrás, preferiam outras bebidas, sensibilizados talvez pelos benefícios que o consumo moderado do vinho traz para saúde.

Entre os consumidores de classe médio alta, onde se situa a maior parte dos apreciadores assíduos, que preferem vinhos finos e tem por habito consumir pelo menos uma vez por semana, cresce o interesse pela cultura do vinho e a curiosidade para ir alem do simples ato de beber,  procura - se agregar apreciação a conhecimento, fenômeno que, digo isso por experiência própria, leva a uma diminuição do consumo geral, a uma mais atenta percepção das sensações ligadas ao vinho, buscando o prazer da degustação, que proporciona descobertas interessantes, acerca da riqueza de aromas e sabores que o vinho possui.

Justamente para agradar e cativar estes consumidores várias degustações acontecem, em lojas especializadas, restaurantes e similares, em sua maioria trata - se de eventos organizados por empresas produtoras ou importadoras, através de seus distribuidores locais.
As características principais destes eventos costumam ser duas, em primeiro lugar como quem organiza e' uma entidade "vendedora" costuma oferecer a custo zero; em segundo lugar, mas em decorrência disso, existe uma tendência obvia de explorar comercialmente a ocasião, as vezes isso muda o foco cultural do evento para o comercial, troca perfeitamente aceita pelos convidados os quais, em definitiva, nada pagaram para poder se opor a eventuais explorações.

E' claro que não estamos nos referindo a eventos organizados por entidades regionais, no esforço de divulgar os vinhos de determinada região ou pais, ate porque este formato de evento costuma reunir vários expositores, muitas vezes concorrentes entre si.
  
A pergunta e', com a freqüência de eventos e degustações gratuitas, quando o consumidor estará disposto a pagar por algo que está acostumado a receber de graça?
Ate' que ponto as degustações oferecidas satisfazem o interesse cultural dos apreciadores de vinho?
Ou o que vale e' apenas beber vinhos (bons?) sem pagar e para as informações e a cultura a internet pode resolver.

Em outras cidades em estagio mais desenvolvido com relação ao vinho já se aceita a idéia de que e' preciso pagar, mesmo que não muito, para participar de eventos que realmente enriqueçam. A formação na área da sommellerie costuma ser cara, o preparo para poder ministrar cursos e palestras leva vários anos de estudo e aprendizagem, como isso pode ser repassado sem uma compensação financeira?
Os vinhos de qualidade são caros e o degustador progride de fato quando compara vários estilos de vinhos, evidenciando as diferenças, orientado por alguém que saiba mais do que ele, não por alguém interessado em fazer o comercial do produtor.

Para citar como exemplo, na semana retrasada uma rede de lojas de Fortaleza organizou uma degustação vertical de Don Melchor, no estilo da degustação relatada na revista Adega de Setembro, com as safras 1991/2005/2006/2007, degustação comandada pela enóloga da Concha y Toro em pessoa; obviamente o evento era a pagamento, sabem qual foi o resultado? O evento foi cancelado por falta de participantes, agora, se em lugar de Don Melchor fosse uma degustação gratuita de Trio ou algo parecido, sou capaz de apostar que dava fila na entrada, com ou sem a enóloga. Triste, não é?

Sempre a este ponto o questionamento e' a quem cabe o primeiro passo para seguir adiante; toca aos consumidores procurarem por algo desvinculado da parte comercial do vinho?
Cabe aos lojistas, restaurantes etc. oferecer algo diferente, a pagamento, porém de cunho cultural?

Alguém precisa se decidir, mesmo sabendo que, das primeiras vezes, devera' lutar contra os hábitos de um publico que está acostumado a receber convites.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

HARMONIZAÇÃO BRASILEIRA CONQUISTA A ALEMANHA

Churrasco e vinho. Esta combinação tipicamente gaúcha e brasileira marcou presença na Feira Internacional de Alimentos da Alemanha (Anuga), a maior e mais importante feira de alimentos do mundo, que se encerra nesta quarta-feira (12), em Colônia, na Alemanha. Sete vinícolas brasileiras – Aurora, Casa Valduga, Cordilheira de Santana, Garibaldi, Miolo, Perini e Piagentini – tiveram, desde sábado (8), seus vinhos tintos servidos no restaurante do projeto Brazilian Beef, mantido pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em parceria com a rede Barbacoa, para divulgar a qualidade da carne brasileira. A iniciativa é uma parceria do projeto Wines of Brasil, realizado pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), com a Abiec.

O sabor de cortes como picanha, contra-filé e filé mignon ganharam um sabor a mais este ano com a harmonização dos vinhos tintos verde-amarelos de diversas variedades de uva, tais como Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat e Marselan. “Nada melhor do que unir churrasco e vinho para uma experiência brasileira completa”, comenta a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

Um cardápio de vinhos em papel reciclável foi criado pelo Wines of Brasil e distribuído aos visitantes do estande construído com material reciclável, demonstrando a preocupação das instituições de promoção da carne e do vinho brasileiro com a sustentabilidade. No dia 10 de outubro, ocorreu uma coletiva de imprensa sobre carne orgânica no estande, reunindo jornalistas internacionais e grandes importadores de alimentos e bebidas. “A Alemanha foi o nosso quarto país comprador de vinhos no ano passado, por isso a nossa presença na Anuga é fundamental para mostrar a consistência e a crescente evolução de qualidade dos vinhos brasileiros”, Andreia.

Pelo menos dez empresas – Miolo, Aurora, Casa Valduga, Garibaldi, Boscato, Salton, Rio Sol, Cordilheira de Santanna, Lovara e Lidio Carraro – já exportam para a Alemanha. Conforme Andreia, de todas as bebidas alcoólicas, o consumo de vinhos foi o único que não caiu nos últimos anos no país tradicionalmente conhecido como o berço da cerveja. “O vinho brasileiro é autêntico, jovem e focado nas pessoas que procuram uma vida mais alegre e são atentas a novas experiências”, observa, ressaltando a combinação entre curiosidade e novidade que os vinhos brasileiros trazem aos novos consumidores da bebida de Baco.

Veja os vinhos servidos:

- Miolo Reserva Merlot
- Casa Valduga Premium Cabernet Franc
- Garibaldi Merlot Raschiati
- Leone Tannat/Merlot
- Aurora Reserva Cabernet Sauvignon
- Cordilheira de Santana Merlot/Tannat
- Casa Perini Marselan



Fonte: Assessoria de imprensa Ibravin

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FRANÇA - ITÁLIA: 49 a 43



Não se trata de um jogo de basquete, apesar do placar parecido, mas da "surra" enológica que os primos franceses aplicaram na Itália alcançando, com esse resultado (em milhões de hectolitros), o primeiro lugar no ranking dos maiores produtores de vinho, lugar que, por um tempo foi ocupado pela Itália.


O que aconteceu foi que o pais Cisalpino (do lado Sul dos Alpes), sofreu as condições climáticas anômalas que se sucederam durante o verão de 2011, com seca e escassez de chuva por toda península, situação que diminuiu drasticamente a produtividade, a pesar de permitir, aqui e ali, matéria prima com elevado teor de açúcar e alta concentração de polifenóis, promessa para vinho de grande estrutura e teor alcoólico médio mais alto; pelo menos esse é sinal confortante de qualidade.


A pergunta é, bastará isso para compensar os italianos da "surra produtiva" que os primos Transalpinos (do lado Norte dos Alpes), aplicaram, sem dó nem piedade? A França de fato não sofreu nenhuma anomalia climática durante o verão de 2011, conseguindo uma colheita com aumento estimado em torno de 8% com relação ao ano passado, chegando assim a excepcionais 49 milhões de hectolitros.

Para se ter uma ideia do tamanho da contração da produção italiana, basta pensar que em termos percentuais os atuais 42,26 milhões de hectolitros de 2011, representam uma queda de mais de 10% quando comparados à 2010, estabelecendo assim um recorde negativo que não era alcançado desde 1954, ultima vez que a produção italiana desceu abaixo de 43 milhões.

Pequena revanche poderá ser conseguida com as exportações, onde a Itália tem condições de conseguir seu recorde absoluto, superando os 4 bilhões de Euro de venda para o exterior, mais da metade do total do mercado.

O VINHO BRASILEIRO E O CAMINHO DA QUALIDADE

Vejam no link o caminho do vinho brasileiro de qualidade, o descobrimento e a exploração de regiões excelentes para vitivinicultura, que estão ajudando as vinícolas a expandir sua produção e aumentar a oferta de rótulos de alta qualidade.
A Serra do Sudeste, em Encruzilhada do Sul (RS), já é uma realidade importante no panorama vitivinícola nacional, empresas de renome tem investido na região e o vinho de qualidade começa a chegar ao mercado para conquistar seu espaço.
Infelizmente existe um paradigma a ser quebrado, criado pelo próprio consumidor brasileiro, que ainda vê com certo preconceito os vinhos nacionais, preconceito que começa inclusive com essa definição "nacionais" isso subentende que se há os "nacionais" há os outros, os "importados" geralmente melhores; acredito que essa forma de tratamento seja um habito que remonta à época da economia fechada, quando até se justificava essa divisão, entre os produtos nacionais, feitos por uma industria sem concorrência estrangeira e com ampla reserva de mercado a disposição e aqueles produzidos em países tecnologicamente desenvolvidos acostumados a lidar com ambientes altamente competitivos e exigentes.
Mas isso foi no passado, hoje o mundo é outro, globalizado, o próprio Brasil já não é mais aquele.
Problemas similares aconteceram com os países da península ibérica, quando, na segunda metade dos anos 70, tanto Espanha como Portugal, passaram pela redemocratização, com a consequente abertura de seus mercados. Naquela época os vinhos desses países eram um tanto quanto rústicos quando comparado aos franceses e italianos, mas houve forte investimento para melhorar a qualidade, houve a tomada de consciência que o vinho poderia se tornar produto de exportação, não apenas voltado para consumo interno de baixo perfil.
Tudo isso porem foi possível a partir da atitude de espanhóis e portugueses que acreditaram em sua própria capacidade, incentivaram os produtores e se orgulharam de seus vinhos; exatamente tudo que o Brasil precisa aprender a fazer.

O VINHO BRASILEIRO VAI MUITO ALÉM DO ESPUMANTE « Além do Vinho:

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VINHOS DO PIEMONTE - LESSONA

LESSONA D.O.C.


É outro tinto do norte do Piemonte, feito a partir da predominante Nebbiolo, com participação maxima de 15% a 20% de Vespolina, uva tinta autóctone da região; seu nome é originário da mesma cidade de Lessona, na província de Biella.
A historia dessa minuscula DOC piemontesa é bastante peculiar, pensem que a inteira produção de Lessona pertence a... uma unica vinícola!
Antes de pensar em algum latifúndio de propriedade de algum aristocrático feudatário, pouco provável nessas latitudes, vamos a examinar algum número referente ao Lessona.

Vinhedos em Lessona - Piemonte
Vinhedo "San Sebastiano allo Zoppo" - Lessona, Piemonte

Superfície de vinhedos inscritos na DOC: 148.824 metros quadrados (ou seja 14,88 hectares)
Produção total declarada de uva: 46,95 toneladas
Produção total efetiva em vinho: 32.859 litros

Pelos dados acima podemos deduzir duas conclusões, a primeira é que se trata de uma DOC realmente minuscula, com menos de 15 hectares, a segunda é que o vinho deve ser de elevada qualidade, pois apresenta um rendimento por hectare especialmente baixo, algo como 3 toneladas por hectare, além de um rendimento uva / vinho na ordem de 70%.

O Lessona é um vinho que precisa ser vinificado e engarrafado dentro da própria região de produção, segundo determina o Disciplinar da DOC, a partir de uvas originarias apenas de vinhedos de encosta; o Lessona DOC deverá passar por um afinamento obrigatório de 12 meses em madeira, seguidos de outros 10 meses em garrafa na cave da vinícola; já o Lessona Riserva DOC precisa afinar ao longo de 46 meses, sendo 30 em madeira.

CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS

O Lessona deve apresentar cor vermelho granada, com tons alaranjados com o envelhecimento.
No nariz aromas de viola, intenso e limpo.
Sabor seco, tânico,  de boa sapidez e longa persistência.
Teor alcoólico minimo permitido de 12%
Acidez total minima 5,0 g/l
Extrato seco minimo 22,0g/l

O único produtor desse vinho é a TENUTE SELLA, de propriedade da homônima família, que conta com antepassados ilustres, incluindo o Primeiro Ministro Quintino Sella, chefe de governo no fim do seculo XIX, na recém unificada Itália.
Existem documentos de 1671 que certificam a aquisição por parte de Comino Sella de vinhedos em Lessona, a titulo de investimento de lucros obtidos com a atividade industrial têxtil da família.


A Tenute Sella produz 3 tipos de Lessona,

Botte escolhida para o vinho "Omaggio a Quintino Sella"

LESSONA OMAGGIO A QUINTINO SELLA, de Nebbiolo 85%, Vespolina 15%, a pertir do vinhedo "RAVA", videiras com idade média de 50 anos, produzido apenas com o vinho das melhores BOTTI de 25 hectolitros, após afinamento de 36 meses; no dia de 22 de Julho foram engarrafadas 3033 garrafas e 150 magnum da safra 2006, que será disponível no mercado apenas no final de 2012.

Barris de carvalho de 25 hl. "Botte"

LESSONA SAN SEBASTIANO ALLO ZOPPO, de Nebbiolo 85%, Vespolina 15%, a partir de videiras com idade media de 75 anos, vinho afinado 24 meses em botti de 25 hectolitros e 12 meses em barricas de carvalho de Allier (França), apresentando neste caso uma concessão ao modernismo, com a utilização também das barricas.

Tinas de fermentação em madeira

LESSONA DOC, de Nebbiolo 80%, Vespolina 20%, a partir de videiras com idade media de 50 anos, afinado 24 meses em botti de 25 hectolitros. 16.000 garrafas produzidas na safra 2007.

Com certeza é mais um Grande do Piemonte, não em tamanho, mas em tradição e qualidade.

 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CURSO DE SOMMELIER E MÓDULOS AVANÇADOS - FISAR


A FISAR (Federazione Italiana de Sommelier, Albergatori e Ristoratori), está abrindo mais uma turma para o Curso Básico de Sommelier, bem como outros módulos avançados, para quem já formou-se no curso básico e quer fazer o percurso do Sommelier profissional, que prevé 300 horas / aula.
Esses curso acontecerão em Dezembro, na Escola de Gastronomia de Flores da Cunha, Universidade de Caxias do Sul.
O curso básico de sommelier tem duração de uma semana, do dia 5 ao dia 10 de Dezembro, conta com aulas teoricas sobre tudo que diz respeito a produção, degustação e serviço do vinho, alem de aulas de campo, nos vinhedos e vinicolas da região de Flores da Cunha, Nova Padua e Bento Gonçalves, com o acompanhamento de agronomos e enologos que auxiliam na aprendizagem dos alunios.
As degustações são realizadas na propria escola, alem daquelas oferecidas nas vinicolas visitadas; todo dia no almoço tem aula de harmonização com os pratos preparados pelos alunos do curso de Chef de cozinha da propria Escola de Gastronomia. mais informações no link.
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/capacitacao/cursos/07/apresentacao

Nos dias 12 e 13 de Dezembro será ministrado o módulo avançado para o percurso de sommelier profissional sobre as principais regiões francesas, Champagne, Bourgogne e Bordeaux, com degustação incluida, veja mais informações no link.
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/sommellerie/07/apresentacao

Na quarta e na Quinta Feira, dias 14 e 15 de Dezembro, será a vez das Américas, o professor Rabachino ministrará o modulo sobre os vinhos de USA, Chile, Argentina, Uruguay e Peru, no link tem mais.
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/sommellerie/08/apresentacao

Na Sexta Feira, dia 16 o ultimo modulo da serie, serão explicadas as fichas de degustação para vinho tranquilo e vinho espumante, esse dia contará com a presença de figuras ilustres do mundo do vinho do Brasil, como Clovis e Roberta Boscato, da homônima vinícola, Daniel Dalla Valle, enólogo da Casa Valduga, Philippe Mével, da Chandon do Brasil e Jefferson Sancineto Nunes, o criador do primeiro Icewine do Brasil. Será um dia interessante e vale a pena participar, mais informações no link.
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/sommellerie/09/apresentacao

domingo, 2 de outubro de 2011

A VITICULTURA BIODINÂMICA NO BRASIL

A viticultura Biodinâmica, que conta com ilustres seguidores no mundo todo, chegou também ao Brasil, mais precisamente na Serra Catarinense, no município de Videira.

Jefferson Sancineto Nunes e um vinhedo biodinâmico da Santa Augusta

Quem está desenvolvendo esse projeto é a VINÍCOLA SANTA AUGUSTA, de Talina e Morgana De Nardi, com a consultoria do enólogo Jefferson Sancineto Nunes, excelente profissional que conta entre seus feitos a produção do primeiro Ice Wine do Brasil, além do Moscato Passito, elaborado por conta da própria Vinicola Santa Augusta.


Os vinhedos que estão sendo conduzidos com a pratica biodinâmica estão situados a mais de 1000 msnm, aproximadamente.
A biodinâmica é uma filosofia que prega o tratamento dos vinhedos sem utilização de agro tóxicos, mais ou menos como a viticultura orgânica, a diferença maior está no fato que a biodinâmica se preocupa em executar todas as tarefas ligadas ao vinhedo e, posteriormente, à vinificação, de acordo com o calendário lunar, seguindo portanto as fases da lua que, segundo a filosofia biodinâmica, tem influencia direta no resultado, assim todas as tarefas serão executada em determinado ciclo da lua, pois o fato desta estar crescente, minguante etc. terá influencia direta no resultado do trabalho e, consequentemente, na qualidade do vinho.
A Vinícola Santa Augusta começou esse ano a implantação da visão biodinâmica, os resultados até agora tem sido reconfortantes; a Chardonnay sofreu com um volume elevado de chuvas desde que começou a brotar, mesmo assim não foi verificado nenhum problema fitossanitário e as plantas estão com ótimo aspecto.
A primeira atitude tomada no decorrer desse novo curso, foi a eliminação dos herbicidas, em seguida a capina manual e a roçada entre as fileiras foram praticadas de acordo com o calendário lunar, na fase mais propicia.
Por exemplo em lugar de fungicida foi aplicado chá de cavalinha em varias passagem pelos vinhedos; em seguida houve a adubação com o composto biodinâmico conhecido como PB 500, composto de esterco e chifre, aplicação esta que será repetida este mês, sempre na fase lunar considerada mais propicia, de acordo com o calendário biodinâmico.


A poda, outro trabalho fundamental no vinhedo, foi feita na fase de lua minguante, nos horários prescritos pela biodinâmica para cada varietal.
O enólogo Jefferson Sancineto Nunes conta com três variedades a condução biodinâmica, Chardonnay, Merlot e Cabernet Sauvignon.