O QUE É VINHO.
DEFINIÇÃO: todos os vinhos, sejam não espumantes, espumantes, fortificados ou aromatizados, são sumo de uva fermentado. Eles podem ser tintos, brancos ou rosados, e de tipo seco, médio, ou doce, com um teor alcoólico 5,5 a 14%. Através da adição de aguardente vínica ao mosto fermentado eleva-se a gradação alcoólica até acima de 20%, essa prática é utilizada na produção dos vinhos fortificados. O vinho espumante contém gás carbônico produzido naturalmente, que é liberado ao abrir a garrafa.
Paralelamente ao papel que representou e representa na mesa, na qualidade de complemento alimentar, o vinho, em doses moderadas, é hoje indicado pelos médicos como uma bebida saudavel, o vinho tem altos níveis de "resveratrol", uma substancia encontrada principalmente na casca da uva que propicia o colesterol benigno e limita o mau colesterol que bloqueia as artérias.
A maior concentração de "resveratrol" foi encontrada nos vinhos tintos.
A quercitina, outro componente do vinho tinto, facilita o dilatar dos vasos sangüíneos e evita a produção de coágulos.
VARIEDADES DE UVA
Quais uvas fazem o vinho?
Todas as uvas usadas na produção de VINHO FINO são da espécie VITIS VINIFERA.
Existem milhares de variedades de VITIS VINIFERA; o tipo usado determina o caráter do vinho, apesar das condições climática de cultivo e do processo de produção também influenciarem.
Os VINHOS DE MESA são produzidos a partir da VITIS LABRUSCA, ou AMERICANA ou HIBRIDA, trata-se de um tipo de vinho muito consumido no Brasil, tradicionalmente comercializado em garrafões, do qual não trataremos neste blog.
BARBERA: uva versátil, originária do Piemonte, mas cultivada com sucesso em toda Itália. Produz vinhos tintos ligeiros a encorpados, dependendo da procedência, boa acidez, pouco taninos e sempre frutados, que evoluem em complexidade com o envelhecimento que este varietal não rejeita. Acompanha massas, frios e embutidos em geral, carnes leves e risotos.
É cultivada também na Argentina e no Brasil onde geralmente é utilizada em corte com outras uvas.
CABERNET SAUVIGNON: tipo de uva preta mais conhecida no mundo, originária da região de Bordeaux, na França; esta uva possui extraordinária capacidade de adaptação, produzindo excelentes vinhos “varietais” ou em corte “blend” com outras uvas, em quase todas as regiões vinícolas do planeta. A cabernet sauvignon produz vinhos tônicos, de longa guarda; cor profunda, amplo leque aromático, típicas notas herbáceas e de frutas vermelhas, pimentão, tabaco etc. bom grau alcoólico, desenvolve muito bem no carvalho.
CABERNET FRANC: A irmã mais rústica da Cabernet Sauvignon, também originaria de Bordeaux, se adapta bem em várias regiões do mundo, com excelentes resultados na Serra Gaúcha, no Brasil, sua maturação é mais precoce, facilitando o cultivo em climas frios e chuvosos, tem característica varietal mais herbácea que a Cabernet Sauvignon.
CARMENERE: Durante muito tempo confundida com a cepa Merlot, chegou a ser dada por extinta em sua região de origem, Bordeaux. Foi redescoberta no Chile onde, na decada passada, começaram a produzir excelentes vinhos a partir dela.
Hoje a Carmenere se tornou o ícone da vitivinicultura chilena, produzindo grandes vinhos, de corpo médio, suporta bem o afinamento em madeira, muito versátil na gastronomia.
DOLCETTO: uva típica piemontesa, rival da barbera na produção de tintos jovens e de facil consumo; a despeito do nome esta uva produz um vinho seco, muito apreciado, de cor rubi com reflexos púrpura, muito frutado com leve e característico retrogosto amargo. No Piemonte se produz vinho Dolcetto em 11 DOC diferentes. Uma curiosidade, a uva Dolcetto é apreciada também como fruta de mesa por sua doçura.
Não tem produção de Dolcetto fora da Itália
GAMAY: uva da região de Beaujolais, na França, produz vinhos leves, muito frutados, particularmente aromáticos, indicados para o consumo rápido em sua maioria; o vinho tem um aroma leve de pêra, resultado dos métodos de produção, com leve toque de framboesa; é a partir desta uva que se faz o famoso “Beaujolais Nouveau” cujo lançamento, toda 3ª Quinta Feira de novembro é uma festa mundialmente conhecida.
MALBEC: com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot, a Malbec é a quinta uva tinta da região de Bordeaux, embora entre na composição de vinhos de outras regiões da França menos famosas, como é o caso de Cahors, a Malbec encontrou sua fortuna na Argentina, onde produz excelentes tintos de taninos e acidez bem balanceados, que acompanham as famosas carnes assadas daquele país.
Está sendo plantada, embora em pequenas parcelas, também no Chile e no Brasil, com resultados promissores em termo de qualidade.
MERLOT: outra grande cepa bordalesa, a Merlot produz vinhos mais aveludados que a Cabernet Sauvignon, que acompanha maravilhosamente em corte onde sua suavidade e maciez servem para abrandar a mais tanica e conhecida “parceira”. Envelhece muito bem na madeira e é encontrada, com ótimos resultados em todas as regiões vinícolas ao redor do mundo.
No Vale dos Vinhedos está sendo considerada como a uva tinta que melhor se adaptou ao clima e Terroir de lá, conseguindo produzir alguns excelentes vinhos e atraindo a atenção do publico e da critica internacional.
NEBBIOLO: grande uva tinta da região do Piemonte, produz os míticos Barolo e Barbaresco além de vários outros vinhos do noroeste da Itália, como o Gattinara, o Carema etc. Todos vinhos extremamente encorpados, de longa guarda e que requerem um envelhecimento prolongado, suas características são os aromas complexos que de florais passam para especiarias, evoluindo em notas animais de couro, tabaco, dependendo do envelhecimento; pedem pratos fortes como caça, assados e molhos de funghi.
Não tem vinhedos de Nebbiolo, com resultados apreciáveis, fora da Itália.
PINOT NOIR: é a uva usada para fazer o famoso vinho tinto de Borgonha na França, é extremamente sensível ao clima, seu cultivo tem resultados limitados, tornando-a assim uma uva de produção difícil e cara. A Pinot Noir dá vinhos não muito tánicos mais de extrema elegância e de grã classe, com escasso resultados no resto do mundo, na Borgonha ela produz algum dos melhores e mais caros vinhos tintos do mundo.
Em tempos recentes bons resultados com a Pinot Noir tem sido alcançados no Chile, nos vales mais frios, na Nova Zelandia e nos vinhedos de altura da Argentina.
SANGIOVESE: uva famosa em todo o mundo pôr ser a base do famoso Chianti e do celebrado Brunello di Montalcino. Esta uva tinta originária do centro da Itália, tem forte personalidade, dá aos vinhos fortes taninos que possibilitam o envelhecimento, seu plantio é difuso em toda a península, em corte ou como varietal.
Muito pouco plantada em outras regiões, ainda pode ser utilizada com resultados modestos, em corte com outros varietais no Brasil e na Argentina.
SYRAH: produz um vinho tinto, escuro e encorpado com boa tendência para o envelhecimento, é presente em famosas Denominações francesas como o Chateauneuf-du-Pape, Côte du Rhône, Hermitage etc., mas também está sendo cultivada com sucesso no novo mundo (Austrália, Chile, Argentina, Brasil) onde é conhecida como SHIRAZ, dá ótimos vinhos de aroma vegetal, especiado não muito encorpado, versátil.
CHARDONNAY: certamente esta é a uva branca mais conhecida e plantada no mundo, originária da Borgonha, na França, ela adapta-se muito bem as características de solo de praticamente todas as regiões vinícolas, produzindo desde vinhos simples de consumo diário até verdadeiras preciosidades caríssimas. Sua elevada acidez, a coloca como a preferida para produção de espumantes. Aromas elegantes de frutas tropicais, maçã verde, especiarias são as características olfativas do varietal.
Além de versátil a Chardonnay tem propensão para o amadurecimento em madeira, daí a grande variedade de vinhos que ela pode produzir em praticamente todo o mundo.
SAUVIGNON BLANC: adapta-se melhor nos climas frios, dá vinhos brancos secos, excelentes para acompanhar peixes, frutos do mar e queijos de cabra, sabor e aromas intensos, sugerem capim e groselha. Originária da Val de Loire na França, dá origem aos famosos Sancerre e Poully Fumé. Plantada com sucesso também no Novo Mundo, porém consegue destacar-se somente no clima frio ou quando as condições climáticas são favoráveis; de plantio um pouco mais caro que a chardonnay, não se dá muito com o afinamento em madeira.
MOSCATO: muito fácil é reconhecer esta uva e seus vinhos, extraordinariamente aromática, com perfumes que vão desde as frutas cítricas, passando pelo damasco, pêssego, até o mel, produz vinhos frisantes, espumosos, como o famoso Asti da região do Piemonte na Itália, ou vinhos de meditação como o Muscat de Beaume de Venise francês.
Plantada com sucesso no Brasil, está tendo um papel muito importante pelos espumantes Moscateis que se produzem no Vale dos Vinhedos, de elevadíssima qualidade, a rivalizar com os tradicionais Asti em finesse e riqueza de aromas.
PROSECCO: uva autóctone da região do Veneto, na Itália, produz um vinho homônimo, através da segunda fermentação pelo método Charmat, o que dá origem a um apreciado espumante de aroma frutado, fresco de extrema leveza e boa acidez que o torna um excelente aperitivo.