segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

LA POSTA BONARDA 2008

O projeto La Posta é coordenado por Laura Catena, filha do mítico Nicolas Catena, e reúne uvas produzidas em vinhedos antigos e selecionados da região de Mendoza, alguns plantados em pé franco, como é o caso deste exemplar, feito a partir da casta Bonarda, procedente de um vinhedo de Guaymallén, de propriedade da família de Armando Estela.


Trata-se de um vinho que passa por uma maturação em barricas de carvalho 70% francês e 30% americano.
O vinho é talvez uma das melhores expressões desta casta do mundo, a Bonarda é um varietal originário do Norte da Itália, mas que por lá é utilizado apenas em corte para amansar a mais rebelde Barbera, sobretudo na região do Piemonte, no Oltrepó Pavese e na região de Piacenza onde produz um vinho, o Gutturnio, que é um interessante companheiro para os embutidos e as massas tipicas da região.
Na Itália dificilmente a Bonarda ganha destaque ao ponto de ser vinificada como varietal e, quando isso acontece, nunca estaremos diante de um vinho cuja qualidade irá alem de uma boa companhia para gastronomia tipica regional (ha quem defenda que essa é a função principal do vinho e minha visão não está muito longe disso).
Mas na Argentina, não sabemos se por interesses comerciais ou movidos por paixão súbita por esse varietal vigoroso, produtivo e muito resistente, a Bonarda ganha destaque de protagonista, o vinho a que se refere este post, por exemplo, arrematou 89 pontos da Wine Spectator e de Robert Parker! Sem duvida um feito e tanto.

Vamos a prova:

EXAME VISUAL: A cor é profunda, rubi intenso com matizes violáceas, não muito límpido, devido a intensidade da cor, mas sem apresentar defeitos nem impurezas, viscosidade média.

EXAME OLFATIVO: O ataque é intenso, de frutas maduras, lembrando as cerejas pretas e flores como a violeta, a medida que o vinho "abre" aparecem notas mais evoluídas (é um 2008 afinal) algo animal, couro muito ténue e, aos poucos, um toque tostado não excessivamente agradável, que nos remete a um vinho cuja vocação não é a de ser vinho de guarda. Em resumo, persistente, bastante nítido e de boa qualidade.

EXAME GUSTATIVO: A primeira sensação é de alguma doçura, em seguida aparece uma leve acidez, o vinho é muito macio, de corpo médio, agradável e de beva fácil, o teor alcoólico não aparece; surge, ao contrario, um certo levíssimo amargor, que é contrabalanceado perfeitamente pela sensação de doçura inicial, mas que reforça a ideia que Bonarda não dá para vinho de guarda. Em resumo um belo vinho, agradável, enche a boca, não exatamente um vinho gastronômico que, justamente por isso, vai agradar muitos paladares.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

NOVA TECNOLOGIA PARA O VINHO DO BRASIL

Em recente encontro com o enólogo Daniel Dalla Valle, fiquei sabendo que a Casa Valduga, importante vinícola sediada em Bento Gonçalves, esta prestes a trazer mais um avanço tecnológico para seus vinhos, esta em fase de conclusão a importação de uma máquina revolucionaria, para a enologia brasileira, que vai auxiliar o conceituado enólogo, na hora de selecionar os melhores grãos de uva que serão sucessivamente prensados para se tornar a bebida que tanto gostamos, o vinho, tinto, neste caso.
Entrando mais em detalhes, Daniel nos disse que se trata de uma máquina que contem uma câmara óptica de inspeção, a qual vai "observar" os grãos de uvas após eles terem passados pela desengacadeira, ou seja a maquina que faz a separação das bagas do engace.
Esta operação tradicionalmente e' feita por mulheres, as quais "observam" as bagas que passam por cima de uma esteira, retirando aquelas defeituosas que poderiam alterar a qualidade do vinho.
Com a utilização desta câmara a "observação" será mecanizada, através de um leitor de alta resolução que vai imediatamente identificar o grão que apresente algum defeito, eliminado-o e agregando mais qualidade ao vinho. Vale lembrar que os grãos defeituosos, quando nao eliminados, podem deixar alguma adstringência ou amargor indesejáveis em vinho de alta qualidade.
A máquina e' francesa, fabricada pela VISTALYS e envolveu um investimento importante, cujo valor nao foi revelado, nem pelo próprio Eduardo Valduga, da nova geração da família, que estava presente no encontro.
O interessante pelos enofilos e consumidores cativos da Casa Valduga e' que, se tudo correr bem na tramitação burocrática que envolve toda importação, os benefícios dessa nova tecnologia já estarão disponíveis para os tintos da safra 2012.
Vamos aproveitar para lembrar aqui que 2012 foi uma safra muito boa para as uvas brancas, que já foram colhidas, e se prospecta de alta qualidade também para as tintas, cuja vendima sera' daqui a poucos dias.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CURSO BÁSICO DE SOMMELIER FISAR - Maio 2012

Alguns dias atrás me deparei com um post de um blog de vinho que lamentava o fato que a maioria dos cursos de sommelier acontecia em salas de aula em cidades como São Paulo, Brasilia etc, sem o menor contato com as parreiras, sem visitar uma única vinícola para poder ter a noção "em loco" de como o vinho é produzido e sobretudo, acrescento eu, "vivido"pelas pessoas que o fazem.
Já faz alguns anos que a FISAR, instituição italiana da qual sou representante para o Norte / Nordeste, organiza concorridos cursos de formação para sommelier, desde o básico até o profissional, passando por um super interessante curso de Juiz qualificador de vinho, e faz isso nas dependências da Escola de Gastronomia de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, em plena Serra Gaúcha.
Estes cursos não apenas incluem várias visitações a vinícolas da região , como os próprios enólogos e agrônomos dão aula ao longo do curso; sei que os esnobes e os enochatos nessa altura vão torcer o nariz, para eles vinícolas somente em Bordeaux ou na Bourgogne, mas, meus amigos, o  Brasil é o pais em que vivemos, para o vinho daqui é que precisamos dar prioridade, assim como fazem os italianos com as "cantinas", os franceses com "chateaux" e "domaines" e os chilenos e argentinos com suas "viñas" e "bodegas", nossas preferencias pessoais ficam em segundo lugar.
Pode ser que, pelo fato de estar localizado em região descentralizada com relação as grandes cidades brasileiras, o curso da FISAR não seja tão conhecido, é uma pena, mas assim é a historia do vinho no Brasil, se quiser conhecer de verdade, precisa se deslocar até os vinhedos, já que não é possível o contrario.
Para todos os interessados, segue abaixo o programa do curso básico, vale a pena participar.

Curso básico de Sommelier Internacional FISAR
Turma XXIV - 7 a 12 de maio de 2012

Inscrições  
Até 11 de março de 2012

Aulas
De 7 a 12 de maio de 2012 (segunda-feira a sábado)
Carga horária de 55 horas.
Sommelier Internacional (imersão completa de 6 dias) O Curso Básico de Sommelier Internacional tem duração de 6 dias (imersão completa de manhã e à tarde). No final, o aluno presta um exame escrito e prático.
Se aprovado, o mesmo receberá o Certificado Básico de Sommelier Internacional.
Tornar-se Sommelier Internacional permite iniciar um programa de formação que levará o mesmo à qualificação de Sommelier Profissional (300 horas de aula).

CoordenaçãoMauro Cingolani

MinistranteProf. Dr. Roberto Rabachino

Ministrante Técnico-CientíficoDr. Edgar Scortegagna
Eng. Roberta Boscato

Público-alvoEnoapaixonados; Profissionais no setor da restauração; operadores e profissionais de vendas do setor vitivinícola; enólogos; agrônomos; jornalistas e operadores da comunicação;

ObjetivoFormar profissionais no mundo da Sommellerie Internacional

Turmas / SeleçãoTurmas de 24 alunos

CertificaçãoCertificado de qualificação profissional FISAR-Piemonte (Federação Italiana Sommelier)  com UCS conforme a Lei italiana,  com certificação internacional da Europe Academy for Education

LocalEscola de Gastronomia Universidade de Caxias do Sul - Av. da Vindima, 1000 - Flores da Cunha - RS

INFOwww.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/capacitacao/cursos/07/apresentacao