sábado, 22 de outubro de 2011

DEGUSTAÇÃO VERTICAL DON MELCHOR EM FORTALEZA

Na terça Feira passada, 18 de Outubro, tive a oportunidade de participar de uma degustação de um vinho ícone da enologia chilena, um vinho que nos faz perceber porque há uns trinta anos atrás enólogos franceses se encantaram com o terroir do Chile e resolveram trabalhar e investir naquele pais.
Estamos falando do Don Melchor, grande vinho da Concha y Toro, produzido em Puente Alto, no Vale do Maipo.


O Don Melchor é produzido a partir de um corte com grande predominância (sempre acima de 90%)  de Cabernet Sauvignon e o restante com Cabernet Franc. As uvas que dão origem ao vinho, apresentam a mesma elevada qualidade de forma espantosamente uniforme, em toda a extensão do vinhedos que, com seu 114 hectares, é muito grande; a enóloga Alejandra Valejo, que conduziu a degustação, atribui esse fato ao solo peculiar, de origem aluvial, com pedras arredondadas pela drenagem da água ao longo dos milênios.

A Enóloga Alejandra Valejo

Por se tratar de uma degustação vertical, provamos duas safras, a de 2006 e a que seria lançada oficialmente no dia seguinte em Fortaleza, a safra 2007. Porem, antes de partir para os tintos, o pessoal da Concha y Toro nos brindou com uma taça de seu excelente Chardonnay Amélia, de Casablanca, um belo exemplar que faz 11 meses de barrica, mas que não passa por fermentação malo-latica, o que deixa esse branco encorpado, porem fresco e vibrante, com uma acidez refrescante, com notas cítricas de frutas tropicais, levemente untuoso e de sabor pleno na boca.



DON MELCHOR 2006
96% Cabernet Sauvignon, com 4% de Cabernet Franc, passou 15 meses em barrica de carvalho frances, apresenta 14,5% de tero alcoólico, de cor intensa, reflexos granada,  muito profundo.
No nariz frutas bem maduras com toques achocolatados e minerais.
Na boca taninos suaves, macios e agradáveis, acidez presente muito bem equilibrada e integrada as demais características do vinho, final longo e persistente, aroma de boca a confirmar os percebidos no nariz, para mim o melhor dos dois, pronto para o consumo, podendo ser guardado de quatro a cinco anos.

Os vinhos da prova

DON MELCHOR 2007
98% Cabernet Sauvignon, com 2% de Cabernet Franc, o tempo de barrica foi o mesmo do Don Melchor 2006,, bem como o teor alcoólico de 14,5%; de cor rubi intenso, profundo, com reflexos purpura de vinho jovem.
No nariz muitas notas frutadas, intensas, frutas vermelhas maduras em primeiro lugar e, em seguida Chocolate, couro e toques mentolados, menos mineral que o 2006.
Na boca os taninos são potentes, vibrantes, alcoolicidade presente porem não agride, possui acidez bastante elevada, típico de um vinho jovem e com elevado potencial de envelhecimento; em nossa opinião, embora no estagio atual seja inferior, o 2007 tem potencial de envelhecimento superior ao 2006; há muita margem de melhoramento. Final longo e persistente, como se convém a um vinho de raça.

Alejandra Valejo e o anfitrião, Paulo Elias, do grupo Parque Recreio

Para terminar a serie de vinhos, fomos brindados com um exemplar excelente da Concha y Toro, o Terrunyo  Single Vineyard, mas esse é assunto por um próximo post.

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