terça-feira, 21 de agosto de 2012

NOTAS DE DEGUSTAÇÃO: CASA VALDUGA IDENTIDADE ARINARNOA 2006

CASA VALDUGA IDENTIDADE ARINARNOA 2006

Região: Serra do Sudeste - Encruzilhada do Sul - Brasil
Produtor: Casa Valduga
Composição: 100% Arinarnoa (cruzamento entre Merlot e Petit Verdot)
Safra: 2006
Estagio: 6 meses de barrica francesa, 12 meses de garrafeira.
Teor Alcoólico: 13,9%


Visual: Cor rubi intenso, com reflexos granado, sem sinal de envelhecimento; o vinho se apresenta sem defeitos visivos, com uma tonalidade de cor bem viva e intensa, as lagrimas lentas denotam o teor alcoólico bastante elevado.

Olfativo: A fruta preta madura e intensa, sobretudo ameixa seca, com toques sutilmente alicorados, nos surpreendem pela intensidade marcante num claro sinal de evolução; eventuais arestas vegetais, presentes neste vinho quando degustei há cerca de dois anos, desapareceram completamente ao longo do estagio em minha adega, alguma nota varietal característica que lembra o vegetal, hoje se funde em harmonia com as frutas que dão exuberância ao aroma deste vinho.
Passado o primeiro impacto se percebem facilmente os aromas terciários, com destaque para as especiarias, sobretudo a pimenta do reino, o chocolate e um tostado elegante (notas oriundas da passagem em carvalho que evoluíram com os anos de envelhecimento na garrafa).
Persistência aromática muito boa.

Gustativo: A palavra é personalidade, taninos marcantes, outrora rústicos, hoje se tornaram envolventes e agradáveis, o vinho continua tânico, mas adquiriu elegância e volume de boca bem mais redondo; pede uma boa carne, suculenta, encara os cozidos gordurosos, onde o tanino potente limpa com eficacia a boca e predispõe para a próxima garfada.
Prova de fogo dos tintos produzidos pela Casa Valduga é a presença eventual de um leve amargor no final, nada de grave, mas numa avaliação escrupulosa, transforma um grande vinho num vinho razoavelmente bom; estava preocupado que esta ultima situação pudesse ocorrer com o Arinarnoa, fiquei muito satisfeito ao ver que, pelo contrario, o vinho com a evolução ganhou certa suavidade e uma suculência difícil de prever dois anos atrás; acidez obviamente ao minimo sindical (2006!) e excelente persistência.

Conclusões: Este vinho, primeira safra a ser lançada do Identidade Arinarnoa, nasceu como um interessante experimento, marcado por uma tanicidade rustica, provavelmente emprestada pela componente tânica do Petit Verdot presente no DNA do varietal, esse fato sempre limitou o numero de seus apreciadores àqueles enófilos dotados de "garganta forte", ficando evidente desde o começo o potencial de melhoramento, uma vez domada a rispidez de seu tanino.
Posso afirmar hoje, diante da evolução extremamente positiva pelo qual o Arinarnoa passou, que aquela rusticidade se transformou em elegância, estamos diante de um vinho que cresceu, e muito, com o envelhecimento, deixando favoráveis impressões na degustação e representando grata surpresa para quem teve a paciência de guardá-lo durante mais de dois anos.

5 comentários:

  1. concordo com sua avaliação Marco, este Arinarnoa 2006 é um grande vinho, e está no ponto ideal de consumo. Abraço!

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  2. Obrigado pela participação Alexandre, um abraço p/vc e sucesso.

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  3. Caro, esse vinho pode ser conservado por quanto tempo?

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  4. Tenho uma garrafa de 2006, devo consumir quando?

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  5. Olá Fernando, acredito que o Casa Valduga Arinarnoa 2006 esteja em seu ápice, aconselho a consumir até os primeiros meses do próximo ano, no máximo, obviamente desde que conservado em adega climatizada. Obrigado pelo comentário. Abraços

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