Vejam no link para o blog Bio vinho, do "professor" Ulf, uma interessante explicação sobre a acidez dos vinhos, em minha opinião a acidez é altamente desejável do ponto de vista organoléptico.
Os vinhos com um teor de acidez definido "refrescante", são muito mais agradáveis de serem bebidos, não são chatos e enjoativos, além de ser a melhor companhia para as refeições.
Como em todas as coisas obviamente não se pode generalizar e o produtor não pode buscar unicamente a acidez, do contrario a qualidade, quando extremada, se torna defeito, daí a busca para o equilíbrio necessário resultar, muitas vezes, em vinhos de preço não muito baixo (sobretudo no Brasil).
Geralmente os vinhos italianos apresentam uma acidez um pouco mais acentuada que os vinhos de outras regiões, como Chile, Argentina, Alentejo etc. Esse fato se explica não somente com as características climáticas, mas por uma questão cultural de preferencia histórica dos italianos por vinhos mais vibrantes e gastronômicos, com boa sapidez, alguma mineralidade e teor alcoólico não excessivo.
Já a Serra Gaucha, por sua peculiar situação climática, oferece a possibilidade de fazer vinhos com boa acidez, definidos as vezes "gastronômicos"; durante muito tempo esse fato foi visto como uma falta de qualidade, sobretudo diante da preferencia do consumidor brasileiro, um pouco monocorde até pouco tempo atrás, por vinhos mais macios e frutados, estilo Cabernet Sauvignon do Chile e Malbec da Argentina.
Precisa dizer que os produtores nacionais, tampouco se preocuparam em tomar as distancias de um estilo de vinho que na Serra Gaucha é muito difícil de realizar, assim, em vez de desenvolver uma identidade própria e uma vocação baseada no "terroir" a disposição, preferiram tentar produzir vinhos parecidos com os que estavam no topo da preferencia do consumidor, forçando a produção de Cabernet Sauvignon a todo custo com resultados, obviamente, nem sempre satisfatórios do ponto de vista da qualidade.
Verificamos que, de algum tempo para cá, a coisa tem mudado, na Serra Gaucha se fala de variedades diferentes, como Merlot e Cabernet Franc, que melhor se expressam naquela região, ao mesmo tempo o consumidor já está ampliando seus horizontes e buscando novas sensações nos vinhos que consome.
Recomendo altamente a leitura do post abaixo.
Oi Marco,
ResponderExcluirObrigado por mencionar a postagem.
Parece que os tintos de Salta e Catamarca tem um pouco mais acidez para contrabalançar (dependo do produtor claro).
Foi bom que você mencionou cabernet franc que também chega na maturidade fisiológica mais cedo. Seria simpático beber mais cortes de merlot - cabernet franc da Serra Gaucha.
Um abraço
Ulf