MOVI – MOVIMENTO DE VINHATEIROS INDEPENDENTES
Não apenas de grandes corporações vive o Chile enológico, faz
poucos anos surgiu um movimento que reúne um grupo de pequenos proprietários,
em sua maioria enólogos com ampla experiência na industria tradicional de vinho
do Chile, os quais resolveram tocar seus projetos pessoais; reunidos sob a a
sigla MOVI, lançaram um manifesto defendendo a produção do vinho de autor,
tomando as devidas distancias daquele modelo comercial de sucesso, mas muito
conservador, do vinho chileno, aquele que eles definem de forma irreverente dos
“homens de cinzas”, fazendo referimento a cor dos paletó dos executivos das
corporações que pilotam o negocio do vinho a partir das torres comerciais de
Santiago.
Bandeira deste jovens (pelo menos no espírito) produtores é
uma produção voltada para diversidade, grande respeito pela tipicidade que
procuram valorizar evidenciando as diferenças de terroir a terroir, valorizando
o trabalho do pequeno produtor, o qual dedica suas energias à realização de um
projeto de vida, representado pelo vinho que produz.
Este projeto e suas finalidades estão contidos na declaração
elaborada pelos doze fundadores, em Junho de 2009, onde estão realçados o
respeito pela vocação do território, a individualidade do vinho e do produtor,
sem concessões de caráter comercial, buscando seu próprio nicho de apreciadores, em vez de ceder as
exigências do mercado globalizado, pelo contrario, valorizando a própria
independência e a busca da excelência através da diversidade e da interpretação
pessoal do que a natureza oferece.
Um projeto sem duvida moderno e simpático, que conta com a
adesão entusiasta e irreverente das bodegas associadas, todas com produção
rigorosamente limitada, poucos milhares de garrafas / ano; participa do
movimento um importante representante da enologia italiana, Francesco Marone Cinzano, proprietário
da Tenuta Col d’Orcia em Montalcino
que, no Vale do Maule deu vida a uma vinícola inovadora, em linha com MOVI, a Viña La Reserva de Caliboro, onde produz
apenas dois vinhos, o tinto ERASMO,
um corte bordalés que no ultimo Guia
Descorchados arrematou 95 pontos na safra de 2007 e o ERASMO LATE HARVEST, de uvas Torrontel,
cuja proposta é uma releitura do Vin Santo em chave andina, segundo a
interpretação do enologo Maurizio
Castelli, o mesmo da Col d’Orcia.
Para maiores informações a respeito do MOVI acesse
www.movi.cl
Este artigo foi publicado na revista italiana "Il Sommelier" edição de Mio / Junho 2012
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