Na semana que acabou, estivemos na Expovinis 2011, maior feira do setor da America Latina, podemos conferir de perto uma grande variedade de expositores, interessados em divulgar seus vinhos e um interessante volume de produtores do mundo todo, desejoso de comercializarem seus vinhos no Brasil.
Tomamos excelentes vinhos, como so fantásticos Chardonnays da Bourgogne e de Chablis, excepcionais vinhos que, apesar de terem sido servidos, muitas vezes, a temperatura de 20ºC ou mais, demonstraram sua grande raça e linhagem, deixando transparecer uma espécie de frescor próprio, independente da temperatura a qual eram servidos, quem provou sabe do que estou falando.
Entre os Chablis destacaria os cítricos e minerais de Louis Moreau; os grandes brancos Puligny Montrachet 1er Cru e Corton Charlemagne Grand Cru de Domaine d'Arduy.
Entre os tintos, nobre linhagem de Pinot Noir da Domaine Henri de Villamont com seus Gevrey Chambertin 1er Cru e Nuits-Saint-Georges 1er Cru, menção de honra cabe a Domaine Gille com seu fantástico Chambolle Musigny 1er Cru.
Esses grandes acima contém tudo o que a gente espera de melhor da Bourgogne, e, de certa forma, cumprem com sua obrigação; tarefa divertida e muito interessante, a meu ver, é procurar, garimpar vinhos menos badalados mas de qualidade interessante e superior à media.
O que acham, por exemplo, do Muscadet de Sevre et Maine, AOC desde sempre relegada em segundo plano, como produtora de vinhos simples, as vezes rústicos, para acompanhar peixes, geralmente meros coadiuvantes dos mais suntuosos vizinhos Sauvignojn Blanc de Sancerre e Pouilly Fumé, certo?
Era o que pensava antes de conhecer o Muscadet de Sevre et Maine de Monsieur Georges Verdier e sua viticultura Terra Vitis, especie de bio-dinamica, que ele utiliza para produzir um exemplar excelente desse branco, muito rico de aroma, mineral e complexo, em seu Chateau de L'Oiseliniere, literalmente Castelo da passarinhada (entendida como criação de passarinho, não em sentido culinário). Vale a pena conhecer.
A Italia estava com presença importante tambem, além dos conhecidos Nero d'Avola, Barbera, Chianti e Amarone, fiquei intrigado com um excelente Montepulciano d'Abruzzo Colline Terramane DOCG Riserva Escol, produzido em uma propriedade de poucos hectares de vinhedos nas vertentes das montanhas que formam o Parque Nacional da Majella, famosas pela qualidade de seu vinhedos e de suas águas, vinho que não pareceu em nada com os homônimos que são comercializados aqui por R$ 20,00 / 30,00, complexo e bem mais encorpado, com elegância e estrutura onde os demais apresentam rusticidade e aromas simples.
Para terminar uma palavra sobre as tendências da grande maioria dos vinhos, do Velho e do Novo Mundo, a era das barricas utilizadas de forma indiscriminada terminou, os sucos de carvalho de poucos, ou muitos, Reais, finalmente estão deixando o passo a vinhos mais naturais, minerais, ou com francas notas de fruta, quando a faixa de preço é mais comercial.
Podemos defini-lo um grande progresso se consideramos que a "moda" era colocar carvalho em vinho de até R$ 15,00 / 20,00 (não não se trata de um erro de escrita, não quis dizer colocavam vinho barato em carvalho, mas carvalho no vinho barato).
Essa atual é uma tendência muito bem vinda que todos os países estão acompanhando e, em minha opinião, devemos aplaudir, mesmo naqueles países tradicionalmente mais ligados ao uso da madeira, como Chile e Argentina, observamos a busca pela simplicidade como forma de excelência.
Falando de Argentina aliás, provei uma infinidade de Malbec, de várias regiões diferentes, como a Pampa, La Rioja e a fantástica Patagonia, além de Mendoza em toda sua extensão: San Rafael, Lujan de Cuyo, Valle de Uco etc.todos vinhos diferentes entre si e muito intrigantes.
Em suma nos esperam vinhos bem mais autênticos e naturais, cabe a nós aproveitar com moderação.
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