segunda-feira, 13 de junho de 2011

Turismo, culinária e biodiversidade

Como vocês podem conferir na matéria do link, o meu amigo Fernando Barroso, bate na tecla da biodiversidade e de sua valorização para alavancar o desenvolvimento turístico de nossa região, de fato um assunto ainda pouco debatido no Nordeste em geral e no Ceará em especial, sobretudo em face da grande riqueza disponível em nossa região.

O que gostaria de saber é se, no contexto da biodiversidade, seria correta a inclusão do ... ser humano, explico melhor.

Hoje de manhã começou em Fortaleza, no Hotel Grand Marquise, um curso de formação em vinhos portugueses, ministrado por um sommelier de Portugal, de curriculum rico e extenso, voltado especificamente para os profissionais do ramo de hotelaria e restaurante.
O curso tem duração de 20 horas/aulas e vai de Segunda Feira até a próxima Sexta Feira 17 de Junho, no período da manhã.
O valor do investimento para participar era de R$ 100,00!!!
Foram disponibilizadas 100 vagas, acabaram se inscrevendo 60 pessoas, das quais umas dez não se apresentaram (eu estava lá e pude conferir pessoalmente).

Diante dessa situação lamentável, em que o interesse do maior beneficiário em aprofundar seu conhecimento em vinho, para traduzir o que aprendeu em progresso dentro da própria profissão, se situa em um patamar de pouco superior ao zero, cabe a pergunta, como vamos chegar ao momento de atender as necessidades dos turistas que procurarão nossa cidade em ocasião dos eventos que estão por vir?
De que maneira vamos resgatar nossa "biodiversidade Humana", de forma que acorde para compreender que o mundo não acaba em Caucaia, que os "gringos" não são galinhas a ser depenadas, mas importante fonte de renda.

Tenho ministrado, nos últimos cinco anos, inúmeros cursos e treinamentos em restaurantes do Ceará todo, e tenho visto muitos "alunos" (pais de família, as vezes com filhos para sustentar) fazer gracinha, dormir ou atrapalhar minhas aulas que nem aluno bobo de colégio, aquele que senta no fundão para poder conversar com os coleguinhas.
Excluindo alguns poucos interessados e atentos "heróis", a maioria não parece estar preocupada com a própria formação, por isso, sugiro que, assim que o debate sobre a biodiversidade a ser resgatada, acabar, tratemos de começar aquele sobre o resgate da biodiversidade humana, antes que as necessidades locais a serem atendidas nos obriguem a uma importação de mão de obra qualificada, pena passar uma certa vergonha perante quem nos visitará.







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