Em recente visita ao Brasil, a crítica de vinho Julia Harding, parceira e braço direito da famosa Jancis Robinson, com a qual colaborou, anos atras, na publicação do livro Atlas Mundial do Vinho, provou da produção enológica nacional e comentou positivamente.
Após visitar 16 vinícolas e provar 138 rótulos entre vinhos e espumantes, declarou-se satisfeita e impressionada com a qualidade e o progresso alcançado pelas vinícolas brasileiras nos últimos anos.
Além da sempre citada qualidade dos espumantes, onde Julia destaca o excelente nível do Charmat brasileiro, segundo ela de relação qualidade / preço superior superior a vários Prosecco e Cava, a crítica se diz favoravelmente surpresa pelo progresso dos tintos, muito melhores que quando os tinha provado em sua ultima visita há 6 anos, quando teve aqui selecionando rótulos para a edição do Atlas.
A opinião de Julia se justifica se pensamos que nos espumantes já atingimos níveis de qualidade internacional, passível de melhora, certamente, mas já bem posicionados no mercado internacional.
Pelo contrário os tintos ainda tem muita margem para melhorar, as vinícolas perceberam isso e já estão trilhando o caminho da qualidade, como testemunham os pesados investimentos ocorridos nos últimos tempos no Sul do Brasil.
Como não podia ser tudo lindo e maravilhoso, justamente, sobrou alguma crítica para os brancos, onde evidenciou um certo exagero com relação ao uso da invasiva barrica de carvalho americano, com suas notas adocicadas, que tem a tendencia a abafar o frescor do vinho e sua brilhante acidez.
É exatamente o tipo de constatação com a qual concordo, inclusive é tendencia no mundo, utilizar menos o carvalho, abrir mão das notas abaunilhadas e adocicadas que lhe são características e tentar produzir vinhos um pouco mais frescos e prazerosamente ácidos, fiel expressão da natureza e terroir local.
Confira a matéria sobre a visita, inclusive a média das notas conferidas, no link da Ibravin
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