Começou ontem, com o cocktail de inauguração, a segunda edição do Prazeres da Mesa ao vivo - edição de Fortaleza, pela afluência de publico, entre profissionais, autoridades e convidados, a minha estimativa para esse ano e' de um crescimento de 100% em relação ao evento do ano passado.
Nos discursos de inauguração, das autoridades presentes e do editor da revista, podemos contar varias vezes as palavras gastronomia, ingrediente, comida, chef. Isso e' natural por se tratar de um evento que através da gastronomia, pretende ativar um volume de negócios que envolve diretamente vários setores da economia.
O que precisamos fazer nos que, da gastronomia, lidamos com a parte liquida, o lado ENO, e' levar a conscientização do publico que o vinho, em seu papel de coadjuvante a mesa, tem que ser levado mais a serio, durante o discurso de ontem ouvi referencias a bebidas; não concordo, o vinho não e' uma simples "bebida", não pode ser liquidado como fazendo parte de um universo, o das bebidas, que tem identificação diferente e cujo papel não e', de forma tão indissolúvel, ligado ao êxito da boa mesa ou, para ficar no tema, dos "prazeres da mesa".
A percepção que se tem, do lado de dentro, como profissional do vinho e' que os consumidores da gastronomia tem essa ideia mais clara do que, por exemplo, a mídia local, tão pródiga em dedicar espaço ao lado sólido da gastronomia, em detrimento da parte ENO, que e' abordada de forma muito tímida e esporadicamente, não sei se por escassez de conhecimento ou se por outro motivo.
É fácil notar que o publico esta' sedento mais de conhecimento de cultura, do que propriamente de vinho, em respeito a isso e' necessário se organizar e aproveitar a oportunidade de um evento como o Prazeres da Mesa, para viabilizar ações nesse sentido, tentando envolver fornecedores, restaurantes e, sobretudo, a mídia especializada; em nível nacional a própria revista dedica destaque importante para o vinho, porque então a mídia local, tanto impressa como televisionada, não segue o exemplo e procura uma proximidade maior?
Volto a bater na mesma tecla, vinho não e' apenas bebida, vinho e' cultura; o prazer não esta' na quantidade, mas sim no descobrimento das sensações escondidas em cada gole, quanto mais o ser humano aprende sobre vinho, menos bebe, parece um paradoxo, mas não e', a qualidade vai substituindo a quantidade, assim já e' ao redor do mundo, porque Fortaleza seria diferente?
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