segunda-feira, 10 de junho de 2013

O CONSUMO DO VINHO


Sabemos que o Brasil é um país produtor de vinho, porém a principal região responsável por esta produção, a Serra Gaucha, fica mais de 4.000 km distante de Fortaleza, talvez por isso o hábito do consumo de vinho na região Nordeste, seja um tanto quanto diferente dos demais.

Aqui o vinho ainda é considerado uma alternativa ao consumo de outras bebidas; explicando melhor, o cidadão que resolve beber alguma coisa fica pensando se prefere uma cerveja, um whisky ou ... uma taça de vinho, quem sabe no happy hour ou em outro momento qualquer.

Nada tenho contra o consumo de destilados, cervejas  e outras, muito menos quanto ao tomar uma taça de vinho no final da tarde, mas o lugar do vinho é tradicionalmente outro.

Desde os primórdios da civilização, dos tempos de Noé e dos egípcios que o vinho sempre foi companheiro da boa mesa, nas refeições dos pobres para ajudar a matar a fome enquanto na dos ricos era com freqüência utilizado para ostentar poder e riqueza. Habito este que atingiu seu ápice nos tempos do Rei Sol, na França dos banquetes, quando ainda os nobres não tinham extrapolado a medida da paciência da população e por isso mantinham seus pescoços longe da guilhotina.

Até as comprovadas propriedades terapêuticas dos polifenóis de que o vinho é rico, cumprem sua benéfica função quando o consumo é diário, em pequenas quantidades e sempre nas principais refeições, mantendo a função antioxidante ativa no organismo.

Por aqui o pessoal ainda cultua o habito do castigo e da abstinência (quase) total ao longo da semana, acompanhando a refeição com bebidas doces e repletas de gás que tudo tem de nefasto em sua composição; menos o álcool, é claro.
Mas ai, enfim, chega a Sexta Feira, dia de alforria etílica, nos lembramos que alguém certa vez disse que o vinho faz bem para o coração, então, por que não? Vamos tomar vinho e que seja no capricho, desça então generoso o tinto preferido, secando garrafas e mais garrafas e sem água, que enferruja, com a ajuda dos mais chegados, até todos se fartarem, e se entortarem.

Inútil dizer que dessa forma os benefícios para a saúde vão para o espaço, nos sobram apenas os efeitos colaterais da festança, especialmente antipáticos para quem nos cerca, no dia da gloria, e para nós, na manhã seguinte.

Aspecto positivo, deverá haver algum mesmo nesse caso, é que não se percebem muito as características organolépticas dos vinhos bebidos, após as três primeiras garrafas, daí não estarmos preocupados se nos ofereceram algo de qualidade mais ou menos.


Seria interessante, para a saúde publica e particular, que empreendêssemos um esforço para se tornar melhor degustadores, e menos bebedores, posso falar por experiência própria, todo degustador é um péssimo bebedor (de quantidade), mas ganha em qualidade, inclusive de vida.     

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