domingo, 24 de abril de 2011

NOÇÕES BÁSICAS DE VINHO: Definição e Tipo de Uvas

O QUE É VINHO.

DEFINIÇÃO: todos os vinhos, sejam não espumantes, espumantes, fortificados ou aromatizados, são sumo de uva fermentado. Eles podem ser tintos, brancos ou rosados, e de tipo seco, médio, ou doce, com um teor alcoólico 5,5 a 14%. Através da adição de aguardente vínica ao mosto fermentado eleva-se a gradação alcoólica até acima de 20%, essa prática é utilizada na produção dos vinhos fortificados. O vinho espumante contém gás carbônico produzido naturalmente, que é liberado ao abrir a garrafa.

Paralelamente ao papel que representou e representa na mesa, na qualidade de complemento alimentar, o vinho, em doses moderadas, é hoje indicado pelos médicos como uma bebida saudavel, o vinho tem altos níveis de "resveratrol", uma substancia encontrada principalmente na casca da uva que propicia o colesterol benigno e limita o mau colesterol que bloqueia as artérias.
A maior concentração de "resveratrol" foi encontrada nos vinhos tintos.
A quercitina, outro componente do vinho tinto, facilita o dilatar dos vasos sangüíneos e evita a produção de coágulos.

VARIEDADES DE UVA


Quais uvas fazem o vinho?
Todas as uvas usadas na produção de VINHO FINO são da espécie VITIS VINIFERA.
Existem milhares de variedades de VITIS VINIFERA; o tipo usado determina o caráter do vinho, apesar das condições climática de cultivo e do processo de produção também influenciarem.
Os VINHOS DE MESA são produzidos a partir da VITIS LABRUSCA, ou AMERICANA ou HIBRIDA, trata-se de um tipo de vinho muito consumido no Brasil, tradicionalmente comercializado em garrafões, do qual não trataremos neste blog.



BARBERA: uva versátil, originária do Piemonte, mas cultivada com sucesso em toda Itália. Produz vinhos tintos ligeiros a encorpados, dependendo da procedência, boa acidez, pouco taninos e sempre frutados, que evoluem em complexidade com o envelhecimento que este varietal não rejeita. Acompanha massas, frios e embutidos em geral, carnes leves e risotos.
É cultivada também na Argentina e no Brasil onde geralmente é utilizada em corte com outras uvas.



CABERNET SAUVIGNON: tipo de uva preta mais conhecida no mundo, originária da região de Bordeaux, na França; esta uva possui extraordinária capacidade de adaptação, produzindo excelentes vinhos “varietais” ou em corte “blend” com outras uvas, em quase todas as regiões vinícolas do planeta. A cabernet sauvignon produz vinhos tônicos, de longa guarda; cor profunda, amplo leque aromático, típicas notas herbáceas e de frutas vermelhas, pimentão, tabaco etc. bom grau alcoólico, desenvolve muito bem no carvalho.



CABERNET FRANC: A irmã mais rústica da Cabernet Sauvignon, também originaria de Bordeaux, se adapta bem em várias regiões do mundo, com excelentes resultados na Serra Gaúcha, no Brasil, sua maturação é mais precoce, facilitando o cultivo em climas frios e chuvosos, tem característica varietal mais herbácea que a Cabernet Sauvignon.
















CARMENERE: Durante muito tempo confundida com a cepa Merlot, chegou a ser dada por extinta em sua região de origem, Bordeaux. Foi redescoberta no Chile onde, na decada passada, começaram a produzir excelentes vinhos a partir dela. 
Hoje a Carmenere se tornou o ícone da vitivinicultura chilena, produzindo grandes vinhos, de corpo médio, suporta bem o afinamento em madeira, muito versátil na gastronomia.










DOLCETTO: uva típica piemontesa, rival da barbera na produção de tintos jovens e de facil consumo; a despeito do nome esta uva produz um vinho seco, muito apreciado, de cor rubi com reflexos púrpura, muito frutado com leve e característico retrogosto amargo. No Piemonte se produz vinho Dolcetto em 11 DOC diferentes. Uma curiosidade, a uva Dolcetto é apreciada também como fruta de mesa por sua doçura.
Não tem produção de Dolcetto fora da Itália








GAMAY: uva da região de Beaujolais, na França, produz vinhos leves, muito frutados, particularmente aromáticos, indicados para o consumo rápido em sua maioria; o vinho tem um aroma leve de pêra, resultado dos métodos de produção, com leve toque de framboesa; é a partir desta uva que se faz o famoso “Beaujolais Nouveau” cujo lançamento, toda 3ª Quinta Feira de novembro é uma festa mundialmente conhecida.












MALBEC: com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot, a Malbec é a quinta uva tinta da região de Bordeaux, embora entre na composição de vinhos de outras regiões da França menos famosas, como é o caso de Cahors, a Malbec encontrou sua fortuna na Argentina, onde produz excelentes tintos de taninos e acidez bem balanceados, que acompanham as famosas carnes assadas daquele país.
Está sendo plantada, embora em pequenas parcelas, também no Chile e no Brasil, com resultados promissores em termo de qualidade.


MERLOT: outra grande cepa bordalesa, a Merlot  produz vinhos mais aveludados que a Cabernet Sauvignon, que acompanha maravilhosamente em corte onde sua suavidade e maciez servem para abrandar a mais tanica e conhecida “parceira”. Envelhece muito bem na madeira e é encontrada, com ótimos resultados em todas as regiões vinícolas ao redor do mundo.
No Vale dos Vinhedos está sendo considerada como a uva tinta que melhor se adaptou ao clima e Terroir de lá, conseguindo produzir alguns excelentes vinhos e atraindo a atenção do publico e da critica internacional.


NEBBIOLO: grande uva tinta da região do Piemonte, produz os míticos Barolo e Barbaresco além de vários outros vinhos do noroeste da Itália, como o Gattinara, o Carema etc. Todos vinhos extremamente encorpados, de longa guarda e que requerem um envelhecimento prolongado, suas características são os aromas complexos que de florais passam para especiarias, evoluindo em notas animais de couro, tabaco, dependendo do envelhecimento; pedem pratos fortes como caça, assados e molhos de funghi.
Não tem vinhedos de Nebbiolo, com resultados apreciáveis, fora da Itália.






PINOT NOIR: é a uva usada para fazer o famoso vinho tinto de Borgonha na França, é extremamente sensível ao clima, seu cultivo tem resultados limitados, tornando-a assim uma uva de produção difícil e cara. A Pinot Noir dá vinhos não muito tánicos mais de extrema elegância e de grã classe, com escasso resultados no resto do mundo, na Borgonha ela produz algum dos melhores e mais caros vinhos tintos do mundo. 
Em tempos recentes bons resultados com a Pinot Noir tem sido alcançados no Chile, nos vales mais frios, na Nova Zelandia e nos vinhedos de altura da Argentina.

SANGIOVESE: uva famosa em todo o mundo pôr ser a base do famoso Chianti e do celebrado Brunello di Montalcino. Esta uva tinta originária do centro da Itália, tem forte personalidade, dá aos vinhos fortes taninos que possibilitam o envelhecimento, seu plantio é difuso em toda a península, em corte ou como varietal.
Muito pouco plantada em outras regiões, ainda pode ser utilizada com resultados modestos, em corte com outros varietais no Brasil e na Argentina.







SYRAH: produz um vinho tinto, escuro e encorpado com boa tendência para o envelhecimento, é presente em famosas Denominações francesas como o Chateauneuf-du-Pape, Côte du Rhône, Hermitage etc., mas também está sendo cultivada com sucesso no novo mundo (Austrália, Chile, Argentina, Brasil) onde é conhecida como SHIRAZ, dá ótimos vinhos de aroma vegetal, especiado não muito encorpado, versátil.










CHARDONNAY: certamente esta é a uva branca mais conhecida e plantada no mundo, originária da Borgonha, na França, ela adapta-se muito bem as características de solo de praticamente todas as regiões vinícolas, produzindo desde vinhos simples de consumo diário até verdadeiras preciosidades caríssimas. Sua elevada acidez, a coloca como a preferida para produção de espumantes. Aromas elegantes de frutas tropicais, maçã verde, especiarias são as características olfativas do varietal.
Além de versátil a Chardonnay tem propensão para o amadurecimento em madeira, daí a grande variedade de vinhos que ela pode produzir em praticamente todo o mundo.


SAUVIGNON BLANC: adapta-se melhor nos climas frios, dá vinhos brancos secos, excelentes para acompanhar peixes, frutos do mar e queijos de cabra, sabor e aromas intensos, sugerem capim e groselha. Originária da Val de Loire na França, dá origem aos famosos Sancerre e Poully Fumé. Plantada com sucesso também no Novo Mundo, porém consegue destacar-se somente no clima frio ou quando as condições climáticas são favoráveis; de plantio um pouco mais caro que a chardonnay, não se dá muito com o afinamento em madeira.









MOSCATO: muito fácil é reconhecer esta uva e seus vinhos, extraordinariamente aromática, com perfumes que vão desde as frutas cítricas, passando pelo damasco, pêssego, até o mel, produz vinhos frisantes, espumosos, como o famoso Asti da região do Piemonte na Itália, ou vinhos de meditação como o Muscat de Beaume de Venise francês. 
Plantada com sucesso no Brasil, está tendo um papel muito importante pelos espumantes Moscateis que se produzem no Vale dos Vinhedos, de elevadíssima qualidade, a rivalizar com os tradicionais Asti em finesse e riqueza de aromas.








PROSECCO: uva autóctone da região do Veneto, na Itália, produz um vinho homônimo, através da segunda fermentação pelo método Charmat, o que dá origem a um apreciado espumante de aroma frutado, fresco de extrema leveza e boa acidez que o torna um excelente aperitivo. 











3 comentários:

  1. Boa Noite
    Gostaria de saber onde posso encontrar um mostruário de arromas de vinho
    Att
    Jefferson

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    1. Olá Jefferson, existem umas maletas com frascos de essências que podem lhe ajudar, nas melhores lojas de vinho é possível encontrar algumas, na loja virtual da Boccati de Caxias do Sul vai encontrar várias opções a preço competitivo. Obrigado pelo comentário, abraços.

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  2. Gostei muito desse artigo sobre tipos de uvas usadas na produção de vinhos, agora tenho assunto para conversar com uma amiga que gosta muito de vinhos, eu também gosto de vinhos mais com isso aqui aprendi mais e tenho o que conversar e até experimentar novas opções de vinhos que eu nem conhecia.
    Acho que vou até estudar mais e até fazer cursos para me tornar um sommelier.

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