sábado, 15 de junho de 2013

TOSCANA 2013

Começa hoje uma serie de post sobre a Toscana, meta de uma viagem realizada no final de Abril, quando fui de tradutor/ acompanhante com um grupo de sommeliers brasileiros em viagem educativa organizada pela FISAR, nas terras dos antigos Etruscos; desta viagem recolhi algumas historias e informações que vou compartilhar com os leitores de Vinhofortaleza, um pedaço por semana, para se ler em companhia de um bom vinho e na falta de algo melhor a fazer, começamos logo então.

A historia da Toscana se confunde com a historia de seus vinhos, fato comum na Europa, onde a humanidade convive com esta bebida desde os primórdios da civilização; temos então repertos arqueológicos que nos testemunham como os antigos Etruscos, oito séculos antes do nascimento de Cristo, produziam vinhos na atual região do Chianti Classico e faziam amplo uso dele nas cerimônias religiosas da época, com destaque para o culto aos mortos, emprestando assim ao vinho uma aura de sacralidade de grande importância social.

Já os Latinos, sucessores dos Etruscos na dominação desta região, preferiam utilizar o vinho como complemento alimentar na mesa de todo dia, reposicionando seu consumo numa esfera mais ampla e democrática, alem de fazer dele o protagonista incondicional dos banquetes e das famosas “orgias”, inaugurando assim uma utilização menos sagrada, está certo, porem um tanto mais alegre.

 Mas a consolidação do vinho e o verdadeiro crescimento de sua importância na Toscana como um todo se dá na idade Media, quando pelas terras de Toscana passava, e ainda hoje passa, uma famosa estrada chamada Via Francigena, traçada por cima da antiga Via Cassia dos Latinos, que unia a metrópole nórdica de Canterbury, na Inglaterra à Capital da Cristandade, a Cidade Eterna, Roma, morada do Papa.

Toda sorte de viajante passava por esta estrada precisando ter a fome saciada, a bolsa aliviada e, mais importante, sua sede apagada, por estes caminhos andavam desde religiosos em peregrinação até Monarcas estrangeiros com seu séquito de aristocratas, passando por comerciantes ricos e pobres, artistas, mendigos, sem esquecer-se de salteadores e aproveitadores de toda espécie da qual a humanidade já estava rica naqueles tempos medievais.

Ao longo desta via cresceram e prosperaram cidades de grande importância, das quais mencionaremos as maiores, Firenze e Siena, arqui-inimigas seculares que disputavam o domínio daquela fatia de terra, pátria de grandes tintos e de poucos, porem excelentes, brancos (Vernaccia di San Gimignano, primeiro vinho a se tornar DOCG na Itália) numa infindável contenda que envolvia também as menores, porem prosperas, cidades de Montalcino e Montepulciano.


Grupo de Sommelier FISAR no patio da sede do Consorcio do Chianti Classico - Radda in Chianti.


                                 Região do Chianti Classico, ao fundo as torres de San Gimignano 

                                                           Algumas joias da enologia toscana.

              Tradições preservadas, Mestre de Falcoaria com uma linda Águia Imperial - Villa Poggio Salvi - Mugello

                                               Caminhos da Toscana ladeados por ciprestes.


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