Quando alguém se aproxima do vinho uma serie de duvidas e de
perguntas surgem quase que de imediato, contribuindo a cercar de mistério e
fascínio esta bebida milenar; ora, isso não é sempre bom, não representando
propriamente um beneficio, no mais, serve para acanhar e, as vezes, desestimular
a aproximação dos mais tímidos.
Uma duvida que, tenho certeza, surge com certa frequência
diz respeito às degustações as cegas: para que servem? O degustador fica por
acaso, vendado? Tem que adivinhar a marca do vinho?
Vamos então explicar, para desmistificar, e desmitificar. A
degustação às cegas é um processo de avaliação onde se verificam as qualidades
intrínsecas do vinho e, a partir do resultado da avaliação, atribui-se um juízo
(pontuação ou medalha, geralmente) acerca de sua qualidade/tipicidade, visando
a tutela da imagem de um produto/região perante o consumidor.
Em poucas palavras, um painel de juízes (de conhecimento
comprovado e documentado) é convocado para avaliar uma serie de amostras de
vinho, das quais ignoram marca, preço e produtor, estando assim livres de
influencias e/ou pressões externas . Os vinhos são servidos, “às cegas”, ou
seja, em garrafas cobertas com algum material que as torne absolutamente
anônimas, divididos por categorias, tal que os Cabernet Sauvignon sejam
avaliados apenas com outros Cabernet Sauvignon , os Merlot entre si e assim por
diante.
Os juízes preenchem uma ficha de avaliação onde são
analisados vários aspectos destas amostras, a partir de uma verificação visual,
olfativa e gustativas atribuindo pontuações que, geralmente variam de 0 a 100.
Os melhores vinhos são aqueles cuja pontuação fica acima de 82/100, os
excepcionais acima de 90/100.
Já dissemos que a função da degustação as cegas é avaliar o
vinho, mas porque é necessário submetê-lo a tal prova? Nas regiões a
Denominação de Origem Controlada, um dos requisitos obrigatórios para que
determinado vinho possa ostentar o nome da DOC no rotulo, passa justamente
através de uma avaliação as cegas onde é verificada sua tipicidade, que deverá
estar alinhada com as características daquela região especifica.
Outra situação em que o vinho é submetido à avaliação as
cegas é quando, nas premiações que ocorrem no âmbito dos concursos
internacionais, são eleitos os melhores rótulos; lembrando que um bom
desempenho em algum desses concursos pode fazer a fortuna (ou a ruína) de um
produtor.
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