quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Mais sobre a Screw - cap

Vinho com tampa de rosca.
Quem tem medo dele?

É comum que a tampa de rosca nas garrafas de vinho, em lugar da tradicional rolha, renda desconfiança dos consumidores de vinho. Mas isso pode ser apenas uma questão de preconceito.

A tampa de rosca, screw-cap, foi concebida na década de 1960 pelos vinicultores australianos, no mesmo tempo em que seus colegas da Califórnia também desenvolviam pesquisas acerca de tampas alternativas para o vinho, no intuito de fugir da dependência da importação de rolhas, matéria-prima, quase que de monopólio, de Portugal.

As primeiras tímidas aparições de garrafas fechadas com tampa de rosca aconteceram na Austrália na década de 1970. Obviamente os países produtores da Europa zombaram da novidade, sobretudo os portugueses (tente encontrar uma garrafa de vinho português, barata que seja, que utilize uma screw-cap, mesmo hoje), ao passo que países menos tradicionalistas em vinho, como os do Norte da Europa, USA e Canadá, além do Reino Unido, encontraram na tampa de rosca uma grande vantagem: qualquer um poderia comprar uma garrafa de vinho num supermercado, e consumi-la a qualquer hora e em qualquer lugar, tendo o não um saca-rolha por perto.

Mas, afinal, qual a relação entre a tampa de rosca e o vinho da garrafa? É o seguinte: a tampa de rosca não permite a passagem de oxigênio para o vinho contido na garrafa. Isso limita a evolução do vinho ao longo do tempo. O vinho não “envelhece”, nem “melhora” com o passar dos anos.

Ou seja, para os vinhos jovens –  produzidos para serem abertos e consumidos nos 2-3 anos sucessivos à colheita – a screw-cap é uma solução, sim, muito boa e, em nada, deprecia o valor do vinho.

Prova disso está nos 99% dos excelentes, e caros, Pinot Noir da Nova Zelândia, que utilizam tampa de rosca. E ainda: um grande Chateau francês, daqueles cujos vinhos custam centenas de dólares, vem fazendo testes com a tampa de rosca para fechar algumas garrafas de seu top wine. A ideia é verificar a evolução da qualidade ao longo dos anos. 

Quem sabe o futuro não nos reserve surpresas?






Nenhum comentário:

Postar um comentário