sexta-feira, 29 de junho de 2012

MOVI - O CHILE E O MOVIMENTO DOS INDEPENDENTES


MOVI – MOVIMENTO DE VINHATEIROS INDEPENDENTES

Não apenas de grandes corporações vive o Chile enológico, faz poucos anos surgiu um movimento que reúne um grupo de pequenos proprietários, em sua maioria enólogos com ampla experiência na industria tradicional de vinho do Chile, os quais resolveram tocar seus projetos pessoais; reunidos sob a a sigla MOVI, lançaram um manifesto defendendo a produção do vinho de autor, tomando as devidas distancias daquele modelo comercial de sucesso, mas muito conservador, do vinho chileno, aquele que eles definem de forma irreverente dos “homens de cinzas”, fazendo referimento a cor dos paletó dos executivos das corporações que pilotam o negocio do vinho a partir das torres comerciais de Santiago.

Bandeira deste jovens (pelo menos no espírito) produtores é uma produção voltada para diversidade, grande respeito pela tipicidade que procuram valorizar evidenciando as diferenças de terroir a terroir, valorizando o trabalho do pequeno produtor, o qual dedica suas energias à realização de um projeto de vida, representado pelo vinho que produz.

Este projeto e suas finalidades estão contidos na declaração elaborada pelos doze fundadores, em Junho de 2009, onde estão realçados o respeito pela vocação do território, a individualidade do vinho e do produtor, sem concessões de caráter comercial, buscando seu próprio  nicho de apreciadores, em vez de ceder as exigências do mercado globalizado, pelo contrario, valorizando a própria independência e a busca da excelência através da diversidade e da interpretação pessoal do que a  natureza oferece.

Um projeto sem duvida moderno e simpático, que conta com a adesão entusiasta e irreverente das bodegas associadas, todas com produção rigorosamente limitada, poucos milhares de garrafas / ano; participa do movimento um importante representante da enologia italiana, Francesco Marone Cinzano, proprietário da Tenuta Col d’Orcia em Montalcino que, no Vale do Maule deu vida a uma vinícola inovadora, em linha com MOVI, a Viña La Reserva de Caliboro, onde produz apenas dois vinhos, o tinto ERASMO, um corte bordalés que no ultimo Guia Descorchados arrematou 95 pontos na safra de 2007 e o ERASMO LATE HARVEST, de uvas Torrontel, cuja proposta é uma releitura do Vin Santo em chave andina, segundo a interpretação do enologo Maurizio Castelli, o mesmo da Col d’Orcia.

Para maiores informações a respeito do MOVI acesse www.movi.cl 

Este artigo foi publicado na revista italiana "Il Sommelier" edição de Mio / Junho 2012

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