segunda-feira, 22 de agosto de 2011

OS CHEIROS DO VINHO

Os cheiros do vinho, de fato, nunca chegam a nós em grupo e mostrando a cara. É preciso agitar o vinho para forçá-los a sair, aspirá-lo com insistência.
Deve-se aspirá~lo nos dois sentidos da palavra: absorver o seu cheiro respirando-o e tragá-lo aspirando-o entre os lábios. Então, as nuances finas se revelam. 
"O buquê deve se evaporar do copo um pouco como uma fumaça; de uma respiração à outra, distinguem-se as volutas."
Foi essa impressão vaporosa que fez com que se falasse de cheiros flutuantes, móveis, animados, resplandecentes, vivos.
A inercia da memoria impossibilita às vezes nomear os cheiros assim que são percebidos. É preciso repetir para identificá~los, voltar, desencadear evocações.
Primeiramente, o cheiro perseguido fica confuso, subitamente, torna-se evidente e a definição se superpõe exatamente à sensação. É no momento em que é nomeado que os participantes, bruscamente, o sentem por si mesmos; bastou abrir-lhes o caminho.




A citação acima é um exemplo de literatura descrevendo o vinho, infelizmente não é de minha autoria, foi tirada do livro "Le goût du Vin - Le Grand Livre de la Dègustation" de Émile Peynaud e Jacques Blouin. Uma leitura obrigatória para quem deseja compreender a profundidade e a sabedoria que podemos encontrar numa taça de vinho.

3 comentários:

  1. Disparado o melhor livro sobre vinhos que eu já li, ótima recomendação Marco.

    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Mas a foto é a capa de outro livro viu, análise sensorial do Fernando Miranda. Também bom o livro.

    ResponderExcluir
  3. Renato, obrigado pelos comentários, sabia que a foto era de algum livro, apenas não lembrava qual.
    Abraços,
    Marco

    ResponderExcluir