domingo, 5 de junho de 2011

NOÇÕES BÁSICAS DE VINHO - Degustação, a Análise Visual.




A DEGUSTAÇÃO


Degustar um vinho não é nada mais do que analisar, de forma atenta, o que se sorve, de modo a interpretar as sensações que este vinho provoca nos órgãos dos sentidos. A degustação tem como objetivo revelar as características (qualidades e defeitos) de um dado vinho, possibilitando ao degustador fazer uma análise comparativa entre vários vinhos.
O vinho deve ser analisado em três fases: visual, olfativa e gustativa.

O EXAME VISUAL




A análise visual é a primeira das três fases da degustação de um vinho. É tão importante ao ponto que dela pode depender a decisão de efetivamente se proceder à degustação ou não de um vinho. A rigor um vinho turvo, com sedimentos em suspensão e uma cor pouco viva indica defeitos e até doenças. Os olhos nos podem transmitir informações precisas sobre o estado de saúde, de conservação, a estrutura e a tipologia de um vinho. Quatro aspectos precisam ser levados em consideração no exame visual: a limpidez, a cor, a viscosidade e a efervescência, no caso dos frisantes e espumantes.
O exame visual é o primeiro da série, e nele vamos avaliar os seguintes critérios:

LIMPIDEZ E TRANSPARÊNCIA. Considera-se um vinho límpido quando não apresenta partículas em suspensão que o turvem. Para tanto, deve-se levar a taça à altura dos olhos e observá-la contra uma fonte luminosa.
Deve-se ter o cuidado de não confundir o vinho turvo com o vinho com depósito (geralmente o vinho mais velho), que não tenha sido submetido ao processo de filtragem. Para tanto, deve-se colocar a garrafa de pé, em lugar fresco, por algumas horas, de tal forma que os sedimentos não filtrados se depositem no fundo da garrafa. Procede-se então à decantação do vinho, quando será apreciado e julgado de forma correta. Já a turbidez é um defeito e denota falta de sanidade do produto.
Para se julgar a transparência, a taça deve ser inclinada diante de uma superfície  branca. Ele será julgado transparente se algum objeto ou escrita colocado contra esse fundo puder ser percebido com nitidez.

INTENSIDADE. A intensidade da cor é decorrente da presença de matéria corante encontrada na película da uva. A polpa da uva, em alguns casos, também contribui para realçar a intensidade, que deve ser considerada uma qualidade do vinho. Cada casta de uva tem o seu padrão de intensidade de cor, e o vinho em questão deve ser apreciado segundo esse critério. De modo geral, reflexos dourados em vinhos brancos e atijolados em tintos devem ser entendidos com sinais de oxidação.

NUANCE. Nesse ponto, coloca-se em questão o grau de envelhecimento do vinho. Nos vinhos tintos, quando observados com a taça inclinada sobre o fundo branco, a cor nitidamente púrpura denota um vinho novo, juvenil. Já a nuance alaranjada ou castanha nas bordas do vinho indicam envelhecimento.
Ao contrário dos brancos os tintos clareiam com o tempo. Quanto mais marrom e pálido for a margem, incline-se o copo na direção oposta a você, mais maduro é o vinho.

- Regiões quentes produzem vinhos mais escuros e vinhos embarricados em carvalho perdem mais cor do que os envelhecidos em garrafas.

- Um vinho jovem terá mais brilho do que um vinho com mais idade. Procure analisar o vinho sob luz natural as luzes artificiais afetam a sua cor.

Nos brancos, a cores mais pálidas e vivazes apontam para vinhos marcados pelo frescor, juventude, feitos a partir de uvas colhidas pouco antes de sua maturação plena. A cor dourada está associada aos vinhos feitos com uvas de colheita mais tardia, além dos vinhos licorosos ou doces.


LÁGRIMAS. Para que julguemos as lágrimas de um vinho devemos imprimir movimentos circulares à taça, de modo a que haja uma aderência do líquido nas paredes da mesma. O vinho, então, escorrerá em forma de lágrimas pelas paredes da taça. Quanto mais "preguiçosas" forem as lágrimas, maior o teor alcoólico e o corpo do vinho. O contrário, a maior fluidez, indicará um vinho mais leve e magro. O fenômeno se explica pela maior tensão superficial do álcool em relação à água. Os portugueses chamam as lágrimas de pernas.



EFERVESCÊNCIA. Provocada pelo anidro carbônico dissolvido no vinho, é um dos atributos mais importantes na avaliação do Champagne e outros espumantes. A quantidade das bolinhas (pérlage), seu tamanho e sua persistência devem ser apreciados. Quanto mais numerosas, menores e mais persistentes as bolinhas, melhor o espumante. Alguns vinhos brancos tranqüilos (não espumantes) podem apresentar uma certa efervescência. No caso, não se trata de defeito, mas uma indicação de que havia ainda algum açúcar no vinho quando foi engarrafado, tendo havido fermentação na garrafa quando de seu contato com leveduras.

EXAME VISUAL 
Cor
vinho
Variação
descrição
Branco
Incolor
Com pouca ou nenhuma cor, similar à água.

Verdoso
Amarelo-claro com reflexos verdes.

Palha
Amarelo-claro com reflexos palha.

Amarelo
Amarelo definido, sem reflexos.

Amarelo-ouro
Amarelo mais intenso.

Âmbar
Amarelo-escuro, similar ao âmbar.

Pardo
Amarelo-escuro, com reflexos marrons.
Rosado
Claro
Incolor, com reflexos rosa ou violeta.

Rosa-claro
Similar à flor em tonalidade mais clara.

Laranja
Similar à fruta, mais intenso que o anterior.
Tinto
Púrpura
Característica de vinho jovem.

Violáceo
Vermelho tendente ao violeta.

Retinto
Púrpura ou violáceo mais escuro.

Rubi
Semelhante à pedra.

Romã
Similar à fruta. Mais amadurecido.

Alaranjado
Muito amadurecido.

TRANSPARÊNCIA

Tipo
descrição
Brilhante
Ótima transparência, com a superfície refletindo muita luz.
Límpido
Boa transparência, com a superfície refletindo pouca luz.
Velado
Transparência regular, sem brilho na superfície.
Opaco
Leve turbidez.
Turvo
Grande turbidez.

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