quarta-feira, 27 de julho de 2011

WORKSHOP VINIPORTUGAL EM FORTALEZA

O palestrante André Freire de Carvalho, ladeado pelas representantes da ViniPortugal.

Aconteceu ontem, no salão do Restaurante Lô, em Fortaleza, o Workshop da ViniPortugal, conduzido pelo jornalista e enófilo baiano André Freire de Carvalho, o evento foi bastante concorrido, teve boa participação de publico e foi extremamente enriquecedor de informações sobre a enografia portuguesa.
A ViniPortugal é uma entidade privada, que reúne produtores, enólogos e profissionais do ramo de vinhos de Portugal, que trabalham em prol da divulgação da cultura enológica Lusitana, pelo mundo afora.
Alguns anos atrás foi realizada uma pesquisa para individuar quais seriam os países com maior potencial de crescimento comercial para os vinhos portugueses e o Brasil foi indicado como uma excelente oportunidade.
Apesar de ter um consumo per capita irrisório, abaixo de dois litro/ano, o Brasil está em franco crescimento, além disso qualquer número decimal de crescimento no Brasil, diante de sua população de 190 milhões de pessoas, se transforma em volume significativo, daí o interesse em divulgar o produto de forma bastante intensiva e, devo acrescentar, com muita competência e bom gosto, exatamente de acordo com o estilo do novo consumidor de vinho brasileiro.


Na palestra foram apresentados números relativos a produção de vinho de Portugal que, apesar de seu tamanho reduzido, coloca-se estável entre os dez maiores do mundo; foi abordado o tema da riqueza ampelográfica lusitana, com cerca de 250 variedades autóctone, além de recebermos informações atualizadas sobre as classificações DOC e IGP, que tiveram modificações recentes.
Ao longo do evento foram degustados seis vinhos, de regiões diferentes, dois brancos, um rosé e três tintos, vamos a eles:



VINHOS BRANCOS:

VARANDA DO CONDE 2009. Vinho Verde, amarelo palha com reflexos esverdeados, no nariz frutas frescas e flores, com toques amendoados e defumados, de corpo médio, intenso de boa acidez refrescante.


BÉTULA 2009. Vinho branco do Douro, de Sauvignon Blanc com Viognier, amarelo claro com reflexos dourados, nariz limpo, nítido de frutas frescas e leve toque herbáceo (Sauvignon Blanc), 50% do vinho passa por barrica, o que deixa uma certa complexidade e estrutura, belo vinho.


ROVISCO GARCIA ROSÉ 2009. Alentejano, cor rosa claro, parecida com casca de cebola, porém mais claro, de Aragonez, Touriga Nacional e Syrah, nariz de frutas vermelhas, goiaba, bem nítido, na boca refrescante, de boa acidez, gastronômico, um vinho leve de acordo com a proposta do vinho rosé.


QUINTA DE PANCAS SELEÇÃO DO ENÓLOGO 2008. Da região de Lisboa, de Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet, vinho rubi de boa intensidade, nariz bastante marcado pelo toque vegetal, pimentão se sobressaindo e ocultando um pouco a excelente fruta, vinho de boa acidez, corpo médio, taninos presentes, faz 12 meses de barrica francesa.


ALENTEX PREMIUM 2007. Região do Alentejo, Trincadeira e Aragonez, bela cor rubi de intensidade marcante, nariz de frutas pretas maduras, cereja preta, com toques tostados, o vinho passa 10 meses em carvalho americano e dá para sentir, os toques abaunilhados marcam presença, equilibrado, não muito ácido (região quente), taninos macios e corpo médio.


FOLLIES TOURIGA NACIONAL 2007. Bairrada, de bela cor rubi intensa, aromas frutados e de evolução, nítidos, pareceu o mais "português" dos três tintos que degustamos, os 12 meses de barrica francesa deixam o vinho concentrado, complexo e bem harmônico em seu conjunto, vinho encorpado, de acidez correta, suculento.

Foi uma boa experiencia, esperamos que outros produtores, ou associações que promovem os vinhos, porque não a IBRAVIN, sigam o exemplo da ViniPortugal, que está de parabens pela excelente iniciativa de divulgação, o vinho precisa disso, divulgação, cultura e conhecimento.
  

2 comentários:

  1. Excelente post Marco, concordo com o que dizes e ainda tenho que advertir, se é que eu tenho o cacife pra isso. Quando se perde tempo, com ele perde a oportunidade de abrir um mercado promissor.

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  2. Obrigado pela participação e quanto a tua advertência, faço minha tuas palavras e acrescento que é necessária uma divulgação rápida da cultura do vinho produzido no Brasil, aqui no Nordeste não se conhece o vinho brasileiro, e quem tem o dever de remediar a isso, até agora se omitiu.

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